Por Fabio Blanco
Os revoltosos já não causam mais espanto. Peitos ao vento, cabelos coloridos, roupas rasgadas e palavras raivosas de ordem não assustam mais.
Quando vemos esses manifestantes mijando nas ruas, quebrando vidraças, simulando atos sexuais com crucifixos, por mais que ainda tenhamos desprezo por tais cenas, elas não conseguem mais nos chocar.
O fato é que os revolucionários pararam no tempo e acreditam que seus atos de rebeldia juvenil ainda têm algum poder de escandalizar. Imitam os mesmos gestos da geração anterior, que fazia de tudo para ver a família tradicional e religiosa assustada. Porém, eles não perceberam algo muito simples: o mundo mudou.
O que aconteceu é que, depois de tantos anos de esquisitices, provocações bizarras, apelos ao grotesco e uso do imundo para chocar, as pessoas comuns foram dessensibilizadas. Mesmo para o pai de família, para o trabalhador, para a dona-de-casa e para o crente nada mais é estranho, nada mais é absurdo.
Tudo aquilo que servia para chocar simplesmente passou a ser lugar-comum. Esses rebeldes fizeram tanto para apresentar ao mundo uma versão grotesca da vida, que o grotesco tornou-se cotidiano. Dessa forma, o máximo que eles conseguem provocar hoje nas pessoas é desprezo - e aquela sensação de que tratam-se de meros coitados, clamando por atenção.
Além disso, a própria realidade cotidiana passou a ser terrível o bastante para tornar qualquer tentativa de enfeiá-la impossível. Pessoas que vivem na violência e loucura do mundo moderno tendem a não se espantar com nada mais.
A realidade anda disforme demais para que qualquer um ache que um amontoado de gente estranha fazendo obscenidades no meio da rua não passe de um fato inusitado, sem maior importância.
Na verdade, o mundo anda tão estranho e tão louco que começa a haver um desejo de retorno ao belo, ao simples, ao transcendente e ao bem. Estamos tão saturados de vilezas que o que mais nos nos chama mais atenção vermos homens rezando, mães decidindo ficar com seus filhos e jovens pensando em se casar do que militantes fazendo arruaça no meio da rua.
Os rebeldes perderam sua narrativa e seu instrumento e agora, que tudo o que tinham se tornou inócuo, restou-lhes apenas o vazio de sua ideologia insana.
Na verdade, o mundo anda tão estranho e tão louco que começa a haver um desejo de retorno ao belo, ao simples, ao transcendente e ao bem. Estamos tão saturados de vilezas que o que mais nos nos chama mais atenção vermos homens rezando, mães decidindo ficar com seus filhos e jovens pensando em se casar do que militantes fazendo arruaça no meio da rua.
Os rebeldes perderam sua narrativa e seu instrumento e agora, que tudo o que tinham se tornou inócuo, restou-lhes apenas o vazio de sua ideologia insana.
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