Silas Malafaia rebate críticos do evangelismo no Carnaval.
A salvação pertence ao Senhor (Jn 2.9) e o poder para salvar o que crê advém do evangelho, não do que evangeliza ou do formato de sua evangelização.
A polêmica recente gira em torno do Silas Malafaia e o seu bloco de carnaval gospel. Fica a pergunta: temos de evangelizar no carnaval? É melhor se retirar, evangelizar ou nenhuma das anteriores?
Paulo, apóstolo de Cristo, abriu mão de costumes da cultura judaica para evangelizar o povo gentio. Quando precisava anunciar o evangelho aos judeus, não hesitava em abraçar novamente os costumes envolvendo o lavar as mãos para comer, evitar carne de porco, não
raspar a cabeça nem a barba etc. – e tudo isso para que ele pudesse salvar alguns, por causa do evangelho (1Co 9.22-23).
O apóstolo dos gentios sabia que não podia salvar ninguém – nem a si mesmo – e que era somente um cooperador no evangelho, um despenseiro dos mistérios de Deus. A salvação pertence ao Senhor (Jn 2.9) e o poder para salvar o que crê advém do evangelho, não do que evangeliza ou do formato de sua evangelização.
Fomos chamados para ganhar alguns, mas por causa do evangelho. O problema então não é pensar que ganhamos alguém, mas, sim, pensar que o podemos fazer sem confiarmos plenamente na eficácia do evangelho.
Aqui vai uma nota para quem acredita que, no carnaval, a melhor opção é se retirar: a Grande Comissão é um mandato divino que deve ser cumprido nos 365 dias do ano!
Não vou condenar as igrejas que se retiram, pois de certa forma temos de separar um tempo para edificarmos uns aos outros (1Ts 5.11; Hb 10.24), encorajando-nos à perseverança na fé em Jesus. Porém, chamo-os a uma reflexão [em amor], pois no mínimo dominicalmente já recebemos esta porção de Cristo na exposição pública de sua Palavra do púlpito de nossas igrejas locais.
Então, eu creio que a Igreja tem mais motivos para ir de encontro aos perdidos no feriadão do que tirar férias destes justamente quando eles mais se lançam numa busca vã pela plenitude do prazer e da felicidade.
A questão, para mim, não está no ir. A questão está em como ir.
Não há como negar que um bloco de carnaval gospel, bem estruturado e capacitado musical e teologicamente, pode chamar atenção dos foliões de uma maneira bastante distinta. Porém, tenho muitas reservas quanto a este método por três razões:
1. Sujeição cultural: apesar do apóstolo Paulo se fazer fraco para alcançar os fracos, isso não implicava em usar a cultura para ganhar os perdidos. Ele fazia isso para que a cultura não fosse uma barreira que o impedisse de chegar aos mesmos. Ele ainda dependia do poder da pregação do evangelho, que possui eficácia em si mesmo. Quando uma igreja enfatiza mais a forma que o conteúdo, tende atrair as pessoas mais para si do que para a verdade graciosa de que Deus em Cristo reconcilia os seres humanos consigo mesmo.
2. Apropriação cultural: tenho pra mim que um bloco de carnaval é um recado subliminar para o mundo: não consigo te atrair a não ser me unindo a ti, fazendo uso de sua música, sua dança e de toda a sua expressão cultural; caso contrário, você não se arrependerá dos pecados e virá à fé em Cristo. A cultura, que nos dias de Paulo era apenas um detalhe, passa a ser o meio pelo qual o evangelho “se torna mais poderoso e eficaz”.
3. O fator “regeneração”: quem é salvo? Quem faz uma decisão pontual por Cristo ou quem demonstra que foi regenerado pelo Espírito Santo? Não deveríamos contabilizar os salvos por “decisões”; deveríamos conhecer os salvos por sua perseverança na fé e na obediência a Cristo.
-Posto médico próximo de um bloco de carnaval ou coreto: se a intenção de sua Igreja é alcançar as pessoas que estão pulando e brincando no carnaval, eis uma boa alternativa que não é tão polêmica quanto um “bloco gospel”. Você prepara um posto de atendimento médico voluntário (sem fins lucrativos) e recebe as pessoas para verificar a pressão, oferecer água ou mesmo fazer um curativo em caso de acidente ou por alguém ter sofrido uma agressão.
-Redes e mídias sociais: as pessoas, mesmo nestes dias, geralmente não estão desconectadas. Está todo mundo acessando o Facebook, Instagram, WhatsApp, Youtube etc. Logo, esta é uma ferramenta poderosa de evangelização.
Paulo, apóstolo de Cristo, abriu mão de costumes da cultura judaica para evangelizar o povo gentio. Quando precisava anunciar o evangelho aos judeus, não hesitava em abraçar novamente os costumes envolvendo o lavar as mãos para comer, evitar carne de porco, não
raspar a cabeça nem a barba etc. – e tudo isso para que ele pudesse salvar alguns, por causa do evangelho (1Co 9.22-23).
O apóstolo dos gentios sabia que não podia salvar ninguém – nem a si mesmo – e que era somente um cooperador no evangelho, um despenseiro dos mistérios de Deus. A salvação pertence ao Senhor (Jn 2.9) e o poder para salvar o que crê advém do evangelho, não do que evangeliza ou do formato de sua evangelização.
Fomos chamados para ganhar alguns, mas por causa do evangelho. O problema então não é pensar que ganhamos alguém, mas, sim, pensar que o podemos fazer sem confiarmos plenamente na eficácia do evangelho.
Aqui vai uma nota para quem acredita que, no carnaval, a melhor opção é se retirar: a Grande Comissão é um mandato divino que deve ser cumprido nos 365 dias do ano!
Não vou condenar as igrejas que se retiram, pois de certa forma temos de separar um tempo para edificarmos uns aos outros (1Ts 5.11; Hb 10.24), encorajando-nos à perseverança na fé em Jesus. Porém, chamo-os a uma reflexão [em amor], pois no mínimo dominicalmente já recebemos esta porção de Cristo na exposição pública de sua Palavra do púlpito de nossas igrejas locais.
Então, eu creio que a Igreja tem mais motivos para ir de encontro aos perdidos no feriadão do que tirar férias destes justamente quando eles mais se lançam numa busca vã pela plenitude do prazer e da felicidade.
A questão, para mim, não está no ir. A questão está em como ir.
Não há como negar que um bloco de carnaval gospel, bem estruturado e capacitado musical e teologicamente, pode chamar atenção dos foliões de uma maneira bastante distinta. Porém, tenho muitas reservas quanto a este método por três razões:
1. Sujeição cultural: apesar do apóstolo Paulo se fazer fraco para alcançar os fracos, isso não implicava em usar a cultura para ganhar os perdidos. Ele fazia isso para que a cultura não fosse uma barreira que o impedisse de chegar aos mesmos. Ele ainda dependia do poder da pregação do evangelho, que possui eficácia em si mesmo. Quando uma igreja enfatiza mais a forma que o conteúdo, tende atrair as pessoas mais para si do que para a verdade graciosa de que Deus em Cristo reconcilia os seres humanos consigo mesmo.
2. Apropriação cultural: tenho pra mim que um bloco de carnaval é um recado subliminar para o mundo: não consigo te atrair a não ser me unindo a ti, fazendo uso de sua música, sua dança e de toda a sua expressão cultural; caso contrário, você não se arrependerá dos pecados e virá à fé em Cristo. A cultura, que nos dias de Paulo era apenas um detalhe, passa a ser o meio pelo qual o evangelho “se torna mais poderoso e eficaz”.
3. O fator “regeneração”: quem é salvo? Quem faz uma decisão pontual por Cristo ou quem demonstra que foi regenerado pelo Espírito Santo? Não deveríamos contabilizar os salvos por “decisões”; deveríamos conhecer os salvos por sua perseverança na fé e na obediência a Cristo.
Creio ser muito precipitado afirmarmos que alguém se converteu porque disse “sim” a um apelo. Penso fielmente que, aquele que Deus chamou, haverá de frutificar num crescimento constante em santidade e justiça, de modo que o evangelismo deixa de ser um fim em si mesmo e passa a ser um meio para conduzir pecadores que creram no evangelho a uma vida inteiramente nova no discipulado de Cristo. E isso demanda tempo, um tempo que um “impacto de Carnaval” não pode obter.
Isto posto, para que não tenhamos de mergulhar tanto num artigo (até porque acredito que a discussão vai mais além), gostaria de sugerir meios mais isentos da cultura carnavalesca e que poderiam ser mais eficazes e menos polêmicos, a fim de que a Igreja cumpra o mandato de Cristo também nos dias de folia mundana. São eles:
-Visita aos asilos, hospitais ou orfanatos: você talvez me diga: “mas nestes lugares não teremos foliões para alcançar!”. Eu te digo: nesses lugares você encontrará muitos ex-foliões, alguns que gostariam de estar neste exato momento num bloco de carnaval e outros que desejariam uma família para viajar no feriadão.
Isto posto, para que não tenhamos de mergulhar tanto num artigo (até porque acredito que a discussão vai mais além), gostaria de sugerir meios mais isentos da cultura carnavalesca e que poderiam ser mais eficazes e menos polêmicos, a fim de que a Igreja cumpra o mandato de Cristo também nos dias de folia mundana. São eles:
-Visita aos asilos, hospitais ou orfanatos: você talvez me diga: “mas nestes lugares não teremos foliões para alcançar!”. Eu te digo: nesses lugares você encontrará muitos ex-foliões, alguns que gostariam de estar neste exato momento num bloco de carnaval e outros que desejariam uma família para viajar no feriadão.
É uma oportunidade ímpar de evangelização pela via do acolhimento e amor, principalmente para quem não tem o costume de visitar estes lugares que já não são os mais requisitados ao longo do ano, quanto mais nestes dias. E ali muitos estão ainda mais suscetíveis para ouvir o evangelho.
-Posto médico próximo de um bloco de carnaval ou coreto: se a intenção de sua Igreja é alcançar as pessoas que estão pulando e brincando no carnaval, eis uma boa alternativa que não é tão polêmica quanto um “bloco gospel”. Você prepara um posto de atendimento médico voluntário (sem fins lucrativos) e recebe as pessoas para verificar a pressão, oferecer água ou mesmo fazer um curativo em caso de acidente ou por alguém ter sofrido uma agressão.
Logicamente será necessário no mínimo a presença de um profissional da área de saúde, que deverá ser o responsável e líder do posto. No meio dos atendimentos, uma porta se abre para a evangelização de forma simples e informal, mas que Cristo seja anunciado generosamente como a maior alegria que uma pessoa pode receber e desfrutar para a vida eterna.
-Redes e mídias sociais: as pessoas, mesmo nestes dias, geralmente não estão desconectadas. Está todo mundo acessando o Facebook, Instagram, WhatsApp, Youtube etc. Logo, esta é uma ferramenta poderosa de evangelização.
Publicar um vídeo anunciando Cristo em poucos minutos, escrever um breve texto, enviar um áudio via WhatsApp, são formas inteligentes de se evangelizar alguém até mesmo sem sair de casa. Em tempos virtuais, o uso de tais plataformas é essencial para que mais e mais pessoas ouçam a Palavra de Deus.
Enfim, a resposta para a pergunta “evangelismo no carnaval?” deve ser “sim” – e talvez sejam os meios para isso que precisamos refletir mais, pensando sempre na causa que nos move a evangelizar que deve ser sempre o evangelho de Jesus Cristo e a glória de Deus, conforme a direção e no poder do Espírito Santo.
Enfim, a resposta para a pergunta “evangelismo no carnaval?” deve ser “sim” – e talvez sejam os meios para isso que precisamos refletir mais, pensando sempre na causa que nos move a evangelizar que deve ser sempre o evangelho de Jesus Cristo e a glória de Deus, conforme a direção e no poder do Espírito Santo.
Phonte: Gospel Prime
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