Por Fabrício Cunha
É da natureza do homem acostumar-se com as coisas.
É da natureza do homem suverter as coisas, também.
Eu prefiro subverter, mesmo me acostumando a um monte de coisas que não devia. Prefiro tentar, pelo menos.
E se começássemos com o Natal?!
E se as mesas, além de fartas em comida, fossem fartas em afetos e em sentimentos e em decisões por uma vida melhor, mais leve, mais bonita?
E se as orações públicas longas, eloquentes e intermináveis, fossem feitas pelas crianças?
E se nos amigos secretos, presenteássemos com uma redação de amor, escrita com pessoalidade e intimidade?
E se ao invés de darmos qualquer coisa de presente, oferecêssemos livros de poesias, crônicas ou contos?
E se a infinidade de comidas que sobrarão, fossem compartilhadas com aqueles em cujas mesas os pratos estão vazios?
E se ao invés de esbanjarmos os rendimentos de final de ano, anistiássemos dívidas relacionais, perdoando quem devemos perdoar e pedindo perdão a quem devemos pedir?
E se ao invés de mandarmos os cartões prontos ou as mensagens em ppt., escrevêssemos cartões manuscritos e os entregássemos em mãos?
E se a personagem principal não fosse o papai Noel, que continua bem vindo no Natal, mas como coadjuvante do menino Jesus, o Deus encarnado, o Deus gente, que pousou nessa terra pra sentir todas as sensações bonitas e terríveis de ser humano?
E se os recados virtuais, enviados de toda essa parafernália eletrônica que nos aprisiona, fossem substituídos por abraços apertados, com cheiro e textura.
E se parássemos um minuto pra nos lembrarmos com carinho da memória dos que se foram e celebrarmos com muita atenção e verdade a presença daqueles que estão vivos.
E se para cada presente que ganharmos, déssemos duas ou três coisas que temos para os que têm menos?
E se seguíssemos o rastro dos reis magos e, com eles, mirássemos nossos olhos e focássemos nosso destino na Estrela que ilumina toda escuridão e guia todo aquele que nela fita seus olhos, ganhando sentido e significado na vida.
E se...
E se...
E se...
E se esse Natal de 2013 fosse assim, um Natal para nunca se esquecer...
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