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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Gattaca: Islândia mapeia código genético de toda sua população

Cientistas mapearam DNA de dez mil pessoas e
compararam dados com árvores genealógicas
Foto: Thinkstock
Eugenia é o que há!
Mapeando o DNA da população, irão mapear as "raças puras" e as "raças defeituosas"...

Com a pesquisa, cientistas podem encontrar todas as mulheres que correm risco de desenvolver câncer de mama "com o apertar de um botão"

Cientistas na Islândia dizem ter mapeado com sucesso o código genético do "país inteiro".

A façanha teria sido realizada por meio da combinação de dados de DNA com árvores genealógicas.

Representantes da equipe científica de CODE, responsável pelo mapeamento, disseram que agora podem encontrar todas as mulheres que correm risco de desenvolver câncer de mama "com o apertar de um botão" – e que seria um crime não usar essa informação.

A pesquisa científica, publicada no jornal científico Nature Genetics, usou os dados para fazer uma série de descobertas, incluindo a idade do último ancestral em comum de todos os homens.

O DNA é passado de geração para geração, assim, ao decodificar o código genético de uma criança, é possível mapear o DNA de seus país e avós.

A equipe pesquisou as sequências de DNA de dez mil pessoas e combinou os dados com árvores genealógicas.

"Usando essas técnicas podemos prever, com substancial exatidão, o genoma de toda a nação", disse o chefe executivo do deCODE, Kari Stefansson.


Medicina

Mutações nos genes chamados BRCA ocasionam um elevado risco de desenvolvimento do câncer. Foi isso que motivou a atriz Angelina Jolie a ter seus seios e ovários removidos.

"Nós podemos, na Islândia, descobrir todas as mulheres que carregam mutações no gene BRCA2", disse Stefansson.


Determinadas mutações no gene chamado BRCA seriam responsáveis por desenvolvimento do câncerFoto: Reuters

"O risco poderia ser anulado com mastectomias e ovariotomias preventivas. Seria criminoso não tirar vantagem disso e estou convencido que meus compatriotas começaram a usar isso logo".

Os dados por enquanto são anônimos. Usar esse tipo de informações em medicina poderia levantar questões éticas – como identificar genes mortíferos em pessoas que nunca se voluntariaram para estudos de DNA.

Stefansson disse que muito debate está por vir. "Mas eu, como médico mais antigo, tenho o instinto de simplesmente entrar em contato com essas pessoas e alertá-las".

Ele já está discutindo o assunto com autoridades da saúde pública islandesa.

Estudos elegantes

O projeto britânico que pretende decodificar o genoma de 100 mil pessoas (Genomics England) e a Iniciativa de Medicina de Prevenção, do governo Barack Obama npos Estados Unidos, também visam usar informações genéticas para revolucionar a medicina.

 
Mapeamento genético gera preocupações relacionadas à ética médica. 
Foto: Thinkstock

Mark Caulfield, cientista chefe do Genomic England, disse que os estudos da Islândia são "muito interessantes" e "muito elegantes".

"A equipe da Islândia deve ser elogiada por ter continuado, ao longo de muitos anos, a contribuir para o entendimento das informações genéticas da doença estudando toda uma população".

"Estamos no limite da aplicação da medicina genômica em escala transformadora".

Ele disse porém que há muitos tipos de mutações no gene BRCA2 e é preciso ter certeza do risco antes de avisar mulheres supostamente em risco.

Pai em comum
O projeto fez uma série de descobertas, incluindo um novo gene ligado à doença de Alzheimer.

A equipe também produziu uma estimativa da idade do mais antigo ancestral do homem ao analisar a taxa de mutações no cromossomo Y. 
 
Mamografia é a principal arma das mulheres contra o câncer de mama

Os pesquisadores disseram acreditar que o último ancestral em comum do homem viveu há 239 mil anos. A estimativa anterior era 308 mil anos.

Eles também identificaram a falta de cópias de um gene específico em 8% da população, mas não sabem se isso pode ser prejudicial, beneficiar ou não ter impacto sobre esses indivíduos. Mais estudos estão sendo realizados.

Susan Wallace, que trabalhou na organização não governamental Conselho de Bioética Nuffield, afirmou: "Esse parece ser um estudo promissor que pode trazer benefícios para as pessoas".

Ela afirmou, porém, que há preocupações de que esses dados sejam tornados públicos e acabem sendo usados comercialmente.


Via: Libertar.in

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