Julio Severo, com agências internacionais
O presidente da Armênia, Serge Sargsian, alertou nesta quarta-feira para o perigo que representa para o mundo a negação do genocídio de cerca 1,5 milhão de armênios cometido por hordas muçulmanas do Império Otomano.
Na sexta-feira será celebrado na Armênia o dia nacional de lembrança do massacre, que atingiu principalmente cristãos armênios.
“O genocídio é um fracasso da comunidade internacional e sua impunidade é a premissa para sua repetição,” disse Sargsian em seu discurso de abertura em um fórum internacional sobre o genocídio na capital armênia.
Sargsian participará na sexta-feira da homenagem aos mortos no massacre, em uma cerimônia que contará com a participação dos presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, François Hollande.
O presidente armênio se referiu várias vezes à Turquia, mas sem mencionar o país diretamente.
“A negação do genocídio contém elementos de uma nova onda de ódio nacional e está acompanhado em muitas ocasiões de intolerância e justificativa dos genocídios cometidos”, afirmou Sargsian.
Sargsian afirmou que os armênios têm a obrigação moral, mas também o direito de lembrar da morte de 1,5 milhão de pessoas, o sofrimento de outras centenas de milhares nas deportações e o extermínio do legado material e espiritual acumulado durante milênios.
O presidente lembrou os missionários, diplomatas e comerciantes russos, europeus e americanos que socorreram os armênios perseguidos e salvaram várias vidas.
O aniversário do genocídio está marcado pela negação turca, pois o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, insiste em dizer que os muçulmanos turcos não cometeram nenhum genocídio contra os cristãos armênios.
Até agora reconheceram o genocídio armênio apenas 22 países, entre os quais França, Alemanha, Itália, Canadá, Grécia e Rússia, Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile e Bolívia.
Os Estados Unidos, o maior país evangélico do mundo, e o Brasil, o maior país católico do mundo, nunca reconheceram o genocídio armênio a fim de não deixarem a Turquia “irritada.” E agora sob o presidente Barack Obama, fica muito mais difícil o governo dos EUA fazer esse reconhecimento, pois a Turquia é um dos principais aliados das políticas americanas no Oriente Médio.
Ao reconhecerem oficialmente o genocídio armênio, a Alemanha, o Canadá e a Rússia passaram a perna nos EUA e a Argentina, o Chile e a Venezuela passaram a perna no Brasil.
Mesmo com a resistência do governo brasileiro, no Congresso Nacional uma voz se levantou para recordar o genocídio dos cristãos armênios.
Em 22 de abril de 2015, o Dep. Marco Feliciano bradou da tribuna do Congresso:
Uso desta tribuna para prestar minha solidariedade ao Povo Armênio pela passagem do centenário do Genocídio perpetrado pelos Turcos contra sua indefesa população que vivia no Império Otomano, onde foram ceifadas um milhão e meio de vidas.
Este que foi o primeiro genocídio da história moderna deixou marcas indeléveis entre Cristãos de todo mundo, pois a grande maioria das vítimas desse massacre eram de Cristãos descendentes dos primeiros grupos a se converterem ao cristianismo por volta do século lll.
Mas como Jesus ensinou, quem O segue terá sofrimento, mas não em vão, hoje o valoroso Povo Armênio mantém sua cultura, idioma, costumes e o mais importante uma Pátria livre, e rememora esse fato a fim de que não se repitam e que cada vez mais o mundo reconheça a barbárie cometida contra seu Povo.
Na mesma data, Feliciano, que também é pastor da Assembleia de Deus, enviou carta oficial à Embaixada da Armênia no Brasil, dizendo:
É com grande honra que me solidarizo com V. Excia. e com todo Povo Armênio pela passagem dos 100 anos do Genocídio perpetrado pelos Turcos contra vosso povo.
É importante que nesse centenário de tão triste memória, nos irmanemos, todo mundo em um só ideal de fé e perdão para construirmos um mundo melhor para nossos filhos e que fatos lamentáveis como esse jamais se repita.
É preocupante que com o não reconhecimento do genocídio dos cristãos armênios, o governo do Brasil demonstre mais interesse nos sentimentos dos muçulmanos da Turquia, especialmente porque a Turquia tem planos de avançar o islamismo na América Latina.
Com o reconhecimento do genocídio armênio, o Dep. Marco Feliciano mostra que se preocupa com os sentimentos dos cristãos da Armênia e do Brasil.
Com informações do Portal Terra, Agência EFE e do Gabinete do Dep. Marco Feliciano.
Phonte: www.juliosevero.com
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