Lúcia Fernandes, a vítima, sofria de crises asmáticas |
Lúcia Fernandes Santana morreu na quarta-feira da semana passada, dia 15, depois de uma semana internada no Hospital de Base (HB). De acordo com o atestado de óbito, a causa da morte foi sangramento no crânio, causado pela queda. “Antes da queda, ela teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) por causa da asma, por isso bateu a cabeça. Eles deviam ter chamado a família e o socorro médico. Só Deus para saber, mas acredito que ela estaria viva se isso tivesse sido feito”, afirmou a nora, M.S.F.S., 36 anos.
A vítima e outros fiéis estavam em um culto na casa dela, no último dia 6, assim como faziam todas as segundas-feiras. Porém, um dos presentes estava com problemas familiares e pediu para que os amigos de culto realizassem uma oração na casa dele, também na Vila Itália. Na chegada ao imóvel, ao iniciar as orações, Lúcia Fernanda, que fazia tratamento para asma, começou a passar mal. Ela teria tido uma crise asmática e logo depois caído no chão com convulsão. Como estava com a boca sangrando, segundo a nora, os fiéis acreditaram que estava sendo “possuída”, por isso reforçaram as orações e ligaram para um pastor.
“Na casa, tinha gato e ela tinha asma. Logo que passou mal ela pedia a bombinha dela que tinha ficado em casa, mas eles fizeram confusão e acharam que ela estava sendo possuída”, afirmou a nora. De acordo com o pneumologista João Batista Salomão, uma pessoa com quadro grave de asma pode perder a consciência e até ter um AVC em torno de dez minutos sem socorro.
Segundo a nora, a vítima ficou meia hora sem o socorro, até que outro pastor chegasse no local e visse que se tratava de caso de saúde. Já os moradores do bairro disseram que a vítima agonizou por uma hora e meia. A mulher foi encaminhada ao Hospital de Base (HB), onde foi entubada e ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até no último dia 15. Ela foi velada e enterrada no cemitério São João Batista.
Silêncio
Lúcia Fernandes era evangélica e participava dos cultos em casa na companhia de outros fieis e de uma filha. Por telefone, a filha, que não quis informar seu nome, afirmou que não queria comentar o assunto para não prejudicar a igreja. Ela também não quis informar os nomes dos pastores e os dados da igreja. A nora não soube dizer a qual igreja a vítima pertencia.
A reportagem procurou o presidente do Conselho de Pastores de Rio Preto, Daniel Vaz de Lima, mas ele não foi encontrado. O telefone fixo da casa do pastor foi atendido pelo filho dele, Daniel Vaz, que se recusou a passar o telefone do pai. O pastor também não retornou, até às 19 horas de ontem, ao recado deixado pela reportagem.
Fonte: Diário da Região
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