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sábado, 18 de julho de 2015
Prefeitura recua e tira direito de travestis ocuparem ala feminina em hospitais. Vídeo: Malafaia parabeniza Eduardo Paes por revogar medida
Durou sete dias a resolução que permitia travestis e transexuais ocuparem as
enfermarias conforme a identidade de gênero
Rio - A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria
Municipal de Saúde, voltou atrás na decisão de conceder o direito a travestis e
mulheres transexuais ocuparem as alas femininas e homens transexuais as alas
masculinas nas unidades de saúde do Município.
A resolução inicial havia sido
comemorada por entidades ligadas aos direitos LGBTs. Com a revogação, caberá às
equipes médicas decidir onde instalar os pacientes. Na última segunda-feira, o
pastor Silas Malafaia agradeceu ao prefeito Eduardo Paes por revogar a
medida.
O secretário municipal Saúde, Daniel Soranz, comentou em poucas
palavras a nova decisão tomada no dia 9, apenas sete dias depois da anterior. "
Cabe aos médicos decidirem o melhor lugar onde as pessoas devam ser instaladas
nas unidades de saúde do Rio.
A resolução apenas estabelece o que deve ser feito
corretamente.", disse. Quando questionado o motivo da nova resolução o
secretário foi ainda mais sintético: "Tomamos a decisão por critérios
técnicos".
Em vídeo no Youtube, o pastor Silas Malafaia,
que anteriormente havia criticado a medida que possibilitava a internação
conforme a identidade de gênero, elogiou o prefeito Eduardo Paes pelo recuo.
"Essa resolução esdrúxula, estúpida, inconsequente não é dar direito, é dar
privilégio a um grupo.
Quer fazer uma enfermaria para travesti, para transexual?
Eu não tenho nada contra, é problema de cada governo. Agora, infligir as
mulheres a isso? Isso era uma afronta, uma vergonha. Parabéns ao prefeito
Eduardo Paes. Parabéns pela sensatez", disse o líder do ministério Vitória em
Cristo da Assembleia de Deus.
Vídeo: Malafaia parabeniza Eduardo Paes por revogar
medida
O coordenador do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade no Rio,
Patrick Lima, lamentou a decisão da Secretaria Municipal de Saúde. "A nossa
pauta é sempre ignorada e, quando é contemplada, uma força maior aparece e
consegue derrubar um direito duramente conquistado. Ninguém
luta pela gente a não ser a gente mesmo. Como sempre, a demanda religiosa é
considerada maior que a demanda da população", disse o homem transexual de 24
anos. A ativista transexual Bárbara Aires, membro do Comitê Municipal LGBT,
também criticou a decisão da prefeitura. "É um retrocesso sem tamanho. É um
absurdo. Você vê que a política pública é pautada pela religião ou por
interesses políticos. Mais uma vez mulheres transexuais,
homens transexuais e travestis ficam em último plano, não merecem o atendimento
adequado, não tem direito à saúde. É um sentimento de desamparo", disse
ela.
"A gente fica à mercê da boa vontade e da religião do médico que
nos atender. Se o médico é contra a pessoa trans, se ele acha que você não é
mulher porque Deus fez você assim, você é obrigada a ser atendida conforme a
religião dele. Você para na ala com homens porque as pessoas não entendem,
porque as pessoas não aceitam ou porque as pessoas acham que você não deveria
existir. É triste", desabafou .
Outra medida - da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social -
que garante a travestis e pessoas transexuais em situação de rua acolhimento nos
abrigos tendo respeitada a identidade de gênero foi mantida pela Prefeitura.
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