Os fiéis eram obrigados a doarem todos os seus bens e trabalharem nas fazendas da igreja sem receber salário
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira (17) seis líderes de uma seita religiosa que agia nos estados de Minas Ferais, Bahia e São Paulo mantendo seus fiéis em situação análoga à escravidão.
Os acusados são líderes da “Comunidade Evangélica Jesus, a verdade que marca” que de acordo com o delegado da Polícia Federal em Varginha (MG), João Carlos Girotto, exigia que os fiéis doassem todos os seus bens e se mudassem para trabalhar nas fazendas da seita.
“[Eles eram levados para o interior] sob a promessa de que viveriam em comunidades onde vigeria o princípio da igualdade absoluta. Todos os bens seriam de todos. Ao adentrarem na seita, as pessoas são convencidas a entregarem todos os seus bens, móveis e imóveis, e na sequência são transferidas para fazendas, onde trabalham sem remuneração.
Lá eles também têm a liberdade cerceada e, ao irem para as cidades, são escoltadas por membros da seita”, afirma Girotto a EPTV, retransmissora da Rede Globo na região Sul de Minas Gerais.
Segundo as investigações da polícia com a doação dos bens os líderes chegaram a somar R$ 100 milhões em patrimônio, parte do dinheiro foi convertido em grandes fazendas, casas e veículos de luxo.
Além da prisão dos seis homens – o pastor líder da igreja foi preso em Pouso Alegre (MG) e outras cinco pessoas foram presas em cidades mineiras e baianas – a PF também apreendeu os bens pertencentes aos líderes, entre eles 39 imóveis rurais em Minas, Bahia, contas bancárias, documentos, computadores e mais de 100 veículos incluindo modelos de luxo.
As investigações começaram em 2013, o delegado da PF Thiago Severo de Rezende afirmou também que “assim que a polícia começava a investigar a atuação deles em determinados lugares, eles se transferiam para outras regiões”.
A seita iniciou suas atividades em 2007 nas cidades de Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP), e em 2012 foi transferida para o interior de Minas Gerais.
Os líderes foram presos temporariamente por cinco dias, podendo ter a prisão prorrogada por mais cinco dias. Eles responderão pelos crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Com informações G1
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