Uma característica da Utopia Negativa da escola de Frankfurt (marxismo cultural ou politicamente correcto) — para além da adopção de uma crítica inconsequente à sociedade capitalista (a “Teoria Crítica”) e do anúncio escatológico do seu fim — é a adopção dos conceitos freudianos de “instinto” e de “repressão”.
O instinto é entendido, pela Utopia Negativa, como o regresso ao estado do bom selvagem segundo Rousseau (estado esse que nunca existiu, de facto), e a repressão é entendida como o recalcamento do instinto por parte da merda da civilização ocidental.
Porém, o que os marxistas culturais da Escola de Francoforte ignoraram ou ocultaram na sua teoria, é que essa repressão do instinto, durante a infância e adolescência, é útil mais tarde na socialização do homem através da acção do superego.
Este artigo, que comenta um livro do professor universitário americano Howard Schwartz, explica como a imposição de uma cultura em que a acção do superego na criança e adolescente do sexo masculino, é reprimida ou ignorada, está na base daquilo a que chamamos hoje de “politicamente correcto”.
Através do superego, o recalcamento do instinto é transformado em sublimação que permitirá uma sociabilização normal e saudável do homem em idade adulta. Porém, esta característica do superego é desprezada pelas ciências humanas “progressistas”, e por motivos ideológicos.
O que nós temos assistido na nossa sociedade a partir dos anos 60 do século passado, é a um sistemático ataque político-cultural ao sexo masculino e ao seu papel na sociedade e na família, através daquilo a que Howard Schwartz chama de Psicologia Anti-Édipo.
Basta ouvirmos o psiquiatra Júlio Machado Vaz (ou Daniel Sampaio; ou a Isabel Leal) na RDP1 para percebermos de onde vêm as teorias do seu discurso Anti-Édipo: vêm direitinhas da Utopia Negativa da Escola de Francoforte. Existe um consenso geral positivo em torno da Psicologia Anti-Édipo, e esse consenso está literalmente a destruir a nossa sociedade.
Fenómenos culturais como a religiosidade neognóstica e escatológica do ambientalismo de salvação das ex-divindades da Mãe-Terra, a elevação da mulher a um estatuto de impunidade em função do aborto discricionário e até do infanticídio, a educação repressiva dos rapazes, a promoção cultural da homossexualidade e de toda uma série de comportamentos desviantes em nome da “diversidade” — tudo isso resulta de uma política cultural anti-macho que se materializou e sistematizou, como teoria e mais tarde como doutrina, na Utopia Negativa ou marxismo cultural.
E hoje já se tornou em um dogma.
Um artigo a ler: “Society Against Itself: Howard Schwartz On The Suicide Of Western Civilization”, e de que voltarei a falar, com mais tempo.
Fonte: Perpectivas
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