A prisão de Delcídio Amaral era mesmo inesperada. Quem imaginaria que o senador calmo, com sua insuspeita aparência de vovó Mafalda e que estava longe dos holofotes da opinião pública mesmo após a denúncia de que teria recebido mais de R$ 1 milhão no Petrolão, iria ser flagrado em um áudio tentando seduzir Nestor Cerveró com uma mirabolante proposta de fuga?
A mídia que até então centrava fogo em Eduardo Cunha e trabalhava contra o impeachment ficou mais atordoada que os petistas. A reação deles foi mesmo impagável.
1.O Globo resolveu usar o bom transito de Delcidio no tucanato para tentar dissociar os crimes do senador do governo de Dilma Rousseff. Como se o fato dele ter pertencido ao PSDB mudasse sua filiação partidária ou atenuasse o fato de que ele agia para impedir que a Lava Jato descobrisse os detalhes da negociação de Pasadena.
2.O El País Brasil trouxe uma suposta retrospectiva sobre o senador, alegando que o político sempre sofreu “restrições dentro do seu partido”. Sério? Será que o El País está falando do mesmo senador que foi líder do governo no Senado e que conduzia importantes negociações para Dilma? O fato de Delcídio não ser petista puro sangue era de fato um trunfo, pois sua saída do PSDB por “não suportar a conivência de FHC com a corrupção” foi muito útil para reforçar o discurso pretensamente moralista do petismo. Delcídio só foi ocupar cargos eletivos quando se candidatou ao senado, apoiado por Zeca do PT (de quem foi secretário).
Eleito, foi presidente da CPI dos Correios, que investigou o Mensalão. A ascensão nos círculos petistas ainda rendeu a candidatura ao governo do Mato Grosso do Sul, que terminou na derrota para Reinaldo Azambuja no segundo turno. Ou o jornalista do El País não estudou a vida do político, ou estão se arrastando na lama para garantir a permanência daqueles vistosos anúncios estatais em seu portal.
Aliás, quanto àqueles banners custam ao contribuinte? Vamos verificar depois.
Se é certo que há uma polemica entre os juristas quanto a validade da prisão do senador petista, é certo que a decisão do Supremo Tribunal Federal foi tomada no sentido de proteger a investigação e um crime que estava sendo planejado pelo político e pelo advogado Édson Ribeiro. Soma-se a isso o fato de que aquele áudio expunha toda a estrutura do estado, e que seria inadmissível que um cidadão flagrado em uma conversa digna de gângsteres continuasse nas ruas livre para prosseguir com suas conspirações sem maiores constrangimentos.
Tanto a equipe do BR Post quanto os demais progressistas devem ficar tranquilos e aguardar; no pé em que estão as coisas, todos os olhos estão voltados para Brasília. Se Cunha for flagrado em alguma escuta, vídeo ou imagem comprometedora, ele pode se preso sim. Mas primeiro deve surgir essa prova material.
Por enquanto o que o condena são as justificativas frágeis, os acordos e pornográficos e a oposição covarde ao Planalto. É público e notório que essa gente moderna e descolada não suporta quem se coloque contra o aborto, impunidade de menores e outras pautas da esquerda, mas colocar o carro na frente dos bois não vai mudar nada. Pelo contrario, isso pode diminuir mais ainda a credibilidade do veiculo.
Algumas pessoas podem começar a suspeitar que a eterna citação à Cunha seja uma nuvem de fumaça... Vamos aqui usar um linguajar que os pós-modernos possam entender: “BR Post, apenas pare”. Ou então “Seje menas”.
4.O UOL e todos os seus portais deram a notícia de que o governo Dilma temia ser alvo de “mentiras” por conta da prisão do senador, tanto por parte do encarcerado quanto por parte da oposição. O banqueiro André Esteves é quem iria bancar a fuga de Nestor Cerveró. Por acaso, ele é acionista do UOL, empresa do grupo Folha.
O Grupo Folha é um dos que fecharam com o governo para impedir o impeachment de Dilma Rousseff. O portal UOL inclusive é um dos mais conhecidos governistas. Vendo por esse lado as coisas ficam mais claras. Poucos se sujeitam a agir como cães que mordem a mão que os alimenta.
5.O impagável Paulo Moreira Leite não se fez de rogado; sentenciou que a prisão de Delcídio Amaral era um “erro”. Em seu artigo para o Brasil 247 (o diário do jornalista de dedos sujos Leonardo Attuch, o menino do Daniel Dantas), PML começa o texto condenando a opção dos 59 senadores que resolveram atender o clamor público por ética. “Ao decidir por 59 votos a 13 que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) deve permanecer em prisão preventiva, conforme resolução aprovada por unanimidade pela Segunda Turma do Supremo Tribuna Federal, o Senado brasileiro preferiu jogar para a plateia da Justiça do espetáculo em vez de defender páginas mais honradas de sua história.”
Considerando que Moreira Leite diz que o senado jogou para plateia ao invés de defender “páginas mais honradas da história”, devemos entender que para o distinto chapa branca, defender páginas honradas é permitir que um criminoso do colarinho branco tenha privilégios de não ser preso, apesar das provas infalíveis contra ele. Moreira Leite se mostra qualificado para ministrar cursos sobre ética na Fundação Perseu Abramo ou no Instituto Lula. (que fique bem claro: é a moral deles, não á nossa).
Como se vê essa gente não esperava ser obrigada a noticiar algo do tipo, por isso abriram sua caixa de mentiras para limpar a barra do partidão. Mas não pensem que defender um governo corrupto e autoritário e sacrifício. Essa turma já está calejada. Esperem mais uns dias e verão eles fazendo malabarismos retóricos ainda elaborados. A imprensa mainstream brasileira há muito deixou de noticiar os fatos para fazer panfletagem para o Partido dos Trabalhadores. Deveriam ao menos deixar de se identificar como jornalistas, visto que estão mais para marqueteiros de criminosos.
Fonte: Reaça
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