De acordo com o Relativismo epistemológico, não existem verdades absolutas e universais, mas todas as “verdades” são construídas socialmente e dependem de um determinado contexto histórico-cultural. Michael Foucault dizia que a verdade era apenas uma questão ideológica de manutenção do poder (Reis, Assis, Cardoso e Borges, 2014):
Não existe a verdade, mas verdades. A verdade é alguma coisa subjetiva, na mente de quem interpreta um texto, mas não no texto propriamente. A verdade está na forma como eu a vejo, mas não objetivamente. O que é verdade para mim pode não ser verdade para outra pessoa.
Por essa razão, ninguém pode reivindicar estar com a verdade objetivamente. Ela não está
em nenhum lugar que não seja na mente do indivíduo. O pós-modernismo tem sido caracterizado por "uma aversão endêmica pelas questões da verdade." (Campos, 1997)
Um expoente do pós modernismo, Jacques Derrida, defendia um método hermenêutico livre para a linguagem, seja falada ou escrita (Reis et al., 2014).
em nenhum lugar que não seja na mente do indivíduo. O pós-modernismo tem sido caracterizado por "uma aversão endêmica pelas questões da verdade." (Campos, 1997)
Um expoente do pós modernismo, Jacques Derrida, defendia um método hermenêutico livre para a linguagem, seja falada ou escrita (Reis et al., 2014).
O pós-modernismo não tem qualquer interesse de se aproximar da verdade: “Apesar de nossas teorias não se moverem inexoravelmente em direção a uma maior fidelidade com a natureza e nós não chegarmos mais perto da ‘verdade’ neste processo, oferecemos então para a cultura (...) uma amplitude crescente de inteligibilidades e práticas” (Gergen, 1997, p.92 apud Rasera e Japur, 2005).
Argumenta-se a favor do Relativismo Epistemológico com analogias de como uma imagem pode causar diferentes percepções entre as pessoas, como pessoas podem ter diferentes acessos a diferentes partes de uma mesma "coisa" e assim oferecer descrições contraditórias sobre um mesmo fenômeno, mas igualmente verdadeiras, levanta-se também a questão de como algo pode ser válido para um contexto histórico específico mas não para outro.
Argumenta-se a favor do Relativismo Epistemológico com analogias de como uma imagem pode causar diferentes percepções entre as pessoas, como pessoas podem ter diferentes acessos a diferentes partes de uma mesma "coisa" e assim oferecer descrições contraditórias sobre um mesmo fenômeno, mas igualmente verdadeiras, levanta-se também a questão de como algo pode ser válido para um contexto histórico específico mas não para outro.
A partir dessas falácias argumentativas, concluem os relativistas: “Todas as verdades são relativas”.
A verdade é que isso não é verdade. Essa asserção que propõe uma esquisita forma de dogmatismo (aliás, uma pressuposição que se propõe ser a única verdadeiramente verdadeira entre tantas pressuposições relativas), é totalmente estranha para o pensamento cristão. Basicamente o argumento contra o Relativismo epistemológico é este:
Analisemos mais de perto cada uma das premissas. A primeira afirma que o Relativismo Epistemológico ao propor ser um princípio universal (“todas as verdades são relativas”), já se apresenta como uma verdade absoluta, criando um contradicto in adjecto.
1. Ao afirmar que não há uma verdade absoluta, o pós-modernismo faz, paradoxalmente, uma afirmação absoluta.
2. Nenhum sistema filosófico pode ser sustentável se possui uma contradição interna.
3. Logo o pós-modernismo não é sustentável (Reis et. al., 2014, p.13)
Analisemos mais de perto cada uma das premissas. A primeira afirma que o Relativismo Epistemológico ao propor ser um princípio universal (“todas as verdades são relativas”), já se apresenta como uma verdade absoluta, criando um contradicto in adjecto.
A própria alegação da relatividade da verdade fere o próprio princípio epistemológico do relativismo e acaba por assumir tacitamente uma asserção de correspondência de verdade. Alguns afirmariam que a pressuposição de que a verdade é relativa também é relativa, mas isso é autodestrutivo e levaria a uma regressão infinita:
Aqui está o dilema: Um relativista íntegro não pode dizer: “Trata-se de uma verdade absoluta para todas as pessoas o fato de que a verdade é relativa somente para mim”. Se ele disser isto, será absolutamente verdadeiro que o Relativismo é verdadeiro, mas ele não será mais relativista, mas um “absolutista”.
Aqui está o dilema: Um relativista íntegro não pode dizer: “Trata-se de uma verdade absoluta para todas as pessoas o fato de que a verdade é relativa somente para mim”. Se ele disser isto, será absolutamente verdadeiro que o Relativismo é verdadeiro, mas ele não será mais relativista, mas um “absolutista”.
Se por outro lado, ele disser: ‘O fato de o Relativismo ser verdadeiro é uma questão relativa” não poderemos saber se o relativismo é mesmo correto, pois ele será relativamente verdadeiro para ele (e não para todos), então o relativismo pode ser falso para mim. Por que, então, ele deveria ser aceito como verdadeiro? (Geisler, 2005, p.111).
A segunda premissa atenta para o fato de que um sistema filosófico não se sustenta se for autocontraditório. De fato, o Relativismo fere a lei da lógica aristotélica da não-contradição, e algo que fere a lógica não é racionalmente sustentável.
A razão disso é que a lógica é essencial ao discurso inteligível. [...] O que é ilógico representa o caos, não o cosmos. E o caos absoluto não pode ser conhecido de maneira ordenada, o que torna o conhecimento ou scientia uma impossibilidade manifesta (Sproul, 2002 p. 43 apud Oliveira, 2014).
A conclusão é inevitável: O pós-modernismo não se sustenta. O relativismo epistemológico não tem base ontológica para afirmar um relativismo conceitual. Só existiria base ontológica para afirmar o contrário, isto é, o conhecimento de semelhanças compartilhadas universalmente se existisse um Deus verdadeiro e racional (cf. Rasera e Japur, 2005).
A segunda premissa atenta para o fato de que um sistema filosófico não se sustenta se for autocontraditório. De fato, o Relativismo fere a lei da lógica aristotélica da não-contradição, e algo que fere a lógica não é racionalmente sustentável.
A razão disso é que a lógica é essencial ao discurso inteligível. [...] O que é ilógico representa o caos, não o cosmos. E o caos absoluto não pode ser conhecido de maneira ordenada, o que torna o conhecimento ou scientia uma impossibilidade manifesta (Sproul, 2002 p. 43 apud Oliveira, 2014).
A conclusão é inevitável: O pós-modernismo não se sustenta. O relativismo epistemológico não tem base ontológica para afirmar um relativismo conceitual. Só existiria base ontológica para afirmar o contrário, isto é, o conhecimento de semelhanças compartilhadas universalmente se existisse um Deus verdadeiro e racional (cf. Rasera e Japur, 2005).
Mas refutando o relativismo conceitual, temos uma Mente universal que sirva de base ontológica para o conhecimento de semelhanças universalmente compartilhadas. Concluímos, então, a necessidade da existência de um Deus verdadeiro e racional.
Entre algumas refutações ao relativismo conceitual estão os contradictos in adjectos autodestrutivos do relativismo epistemológico, visto que a própria pressuposição relativista seria relativa, gerando um segmento infinito. Se afirmarmos o relativismo conceitual o impossível seria real, mas isso não é possível.
A única forma de fugir dessa confusão do relativismo epistemológico seria afirmar o conhecimento de semelhanças universalmente compartilhadas, e assim admitir que existe verdadeiramente um Deus racional. E claro, verdadeiro em sentido absoluto, universal e objetivo.
Resumindo a Epistemologia Cristã adota que a verdade: (i) não é inventada, mas descoberta; (ii) é transcultural, (iii) é imutável; (iv) não depende das crenças subjetivas de alguém; (v) não pode ser afetada pelas atitudes de quem a professa e (vi) são todas absolutas (Forti, 2014).
REFERÊNCIAS:
• Campos, H. C. (1994). O Pluralismo do Pós-modernismo. Fides Reformata 2/1
• Forti, F. (2014). Verdade e Moralidade - Relativos ou absolutos? [On-line]. Disponível: http://pacocapessoal.tumblr. com/post/89735402446/verdade- e-moralidade-relativos-ou- absolutos Recuperado em: 26 de setembro de 2015.
• Geisler, N. (2015). Teologia Sistemática 1. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
• Oliveira, L. A. (2015). Introdução à Lógica Aristotélica. [On-line]. Disponível: http://panaceiateoreferente. blogspot.com.br/2014/05/o- surgimentoda-logica-uma-das- maiores.html Recuperado em: 26 de setembro de2015.
• Rasera, E. F. e Japur, M. (2005). Os sentidos da construção social: O convite Construcionista para a Psicologia. Paidéia, 2005, 15(30), 21-29.
• Reis, D., Assis, L. G., Cardoso, M. e Borges, M. (2014). O Resgate da Verdade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira.
***Resumindo a Epistemologia Cristã adota que a verdade: (i) não é inventada, mas descoberta; (ii) é transcultural, (iii) é imutável; (iv) não depende das crenças subjetivas de alguém; (v) não pode ser afetada pelas atitudes de quem a professa e (vi) são todas absolutas (Forti, 2014).
REFERÊNCIAS:
• Campos, H. C. (1994). O Pluralismo do Pós-modernismo. Fides Reformata 2/1
• Forti, F. (2014). Verdade e Moralidade - Relativos ou absolutos? [On-line]. Disponível: http://pacocapessoal.tumblr.
• Geisler, N. (2015). Teologia Sistemática 1. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
• Oliveira, L. A. (2015). Introdução à Lógica Aristotélica. [On-line]. Disponível: http://panaceiateoreferente.
• Rasera, E. F. e Japur, M. (2005). Os sentidos da construção social: O convite Construcionista para a Psicologia. Paidéia, 2005, 15(30), 21-29.
• Reis, D., Assis, L. G., Cardoso, M. e Borges, M. (2014). O Resgate da Verdade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira.
Autor: Bruno dos Santos Queiroz
Divulgação: Bereianos
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