O Tribunal de Contas da União encontrou indícios de sobrepreço em uma das maiores obras hídricas do Nordeste: o Canal do Sertão, em Alagoas. O valor cobrado indevidamente passa de R$ 119 milhões.
Plantando na terra seca e esperando o inverno chegar. "Só Deus agora pra mandar a chuva que já está. Estou terminando de plantar", conta a agricultora Meire Ferreira da Silva.
Não era para ser assim, com 95 km de água ao lado da roça. Cinco municípios
recebem água do Rio São Francisco por esse rio artificial chamado de canal do sertão alagoano, mas, basta olhar nos arredores, que a gente avista a terra seca, sem nada plantado. Tanta água e pouquíssimos agricultores com acesso a ela.
"Gastou mais de R$ 3 bilhões de recursos públicos, isso diretamente, sem falar nos recursos indiretos. O grande usuário dessa água hoje é o sol", diz o agrônomo Ricardo Ramalho.
É desperdício de água e desperdício de dinheiro público. O TCU investigou e descobriu que as construtoras OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão cobraram do governo valores muito acima do mercado do Nordeste. Para a construção do trecho 3, já inaugurado, do trecho 4, ainda em construção, e até do trecho 5, onde a obra nem começou.
Informações: FCS Brasil
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