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domingo, 6 de novembro de 2016

Class Divide: HBO Escancara seu Viés de Esquerda


Foi-se o tempo em que mensagens ocultas criticando o “cruel e nefasto sistema capitalista” eram a regra nas produções americanas. Quando o canal HBO resolve lançar um documentário intitulado “Divisão de Classes”, chega-se a esta preocupante constatação. 

Se eles concluíram que já é possível tirar a máscara vermelha e mostrar sua real face sem nenhum constrangimento, é porque sentiram que vivem um momento único para sua “nobre causa”. Tudo em nome do social – e de fomentar a inveja e incitar o ódio entre os cidadãos. 

É claro que dar um empurrãozinho para Hillary Clinton rumo à Casa Branca também não custa nada, claro.

Recomendo fortemente que assistam, pois as cenas do programa retratam bem o que disse Ronald Regan: a liberdade nunca está a mais de uma geração de ser extinta.

Se a nação que prosperou como nenhuma outra em decorrência da adoção do livre mercado pode chegar a este lamentável ponto de inflexão ideológica, o que dizer de nosso país e sua recém-nascida e incipiente consciência anti-estatista. Perpassemos, pois, alguns trechos desta obra-prima do vitimismo e da segregação social:

O mote: tudo neste documentário gira em torno da discrepante condição financeira de alunos que frequentam uma escola secundarista de altíssimo nível no bairro West Chelsea, em Manhattan, e os moradores de um conjunto habitacional popular localizado do outro lado da rua. 

O diretor demonstra que tudo começou a mudar naquela vizinhança quando da inauguração do High Line, uma espécie de parque elevado – praticamente um minhocão abandonado que foi reaproveitado para fins de turismo e deu muito certo. 

Os resultados foram a valorização da região como um todo e o decorrente aumento da procura por residências próximas – o que desencadeou uma onda de construção de prédios de alto padrão e um aumento generalizado do valor dos aluguéis praticados. 

Muitos moradores antigos precisaram mudar-se, e os que ficaram acabam por dividir as calçadas com os novos abastados residentes: um prato cheio, convenhamos, para os “estudiosos” do igualitarismo. 

Eles devem ter salivado quando se deram conta da oportunidade ímpar de evidenciar injustiça social justamente na capital do Ocidente opressor.


Os “pobres” cidadãos de Nova York: Com menos de cinco minutos de filme, os expectadores são gentilmente informados de que “é mais difícil para uma criança nascida na América sair da pobreza do que para crianças de países mais desenvolvidos”. 

Nem vou questionar de onde veio esse curioso dado, pois vai que o roteirista está se referindo aos outros dez países que estão à frente dos Estados Unidos no Heritage Foundation Ranking – uma vez que liberdade econômica é exatamente o que possibilita que um cidadão nasça pobre e fique rico. 

Vale impugnar, sim, o paradigma utilizado: filhos de imigrantes ilegais. Sim, pessoas que foram voluntariamente para aquele país, contrariando suas regras para concessão de autorização de residência e trabalho, e que, com toda certeza, estão melhores do que em seus países de origem (caso contrário, fariam a mala e iriam embora), são apresentadas como desafortunados esquecidos pela sociedade e pelo Estado.

Uma menininha, filha de equatorianos (país vitimado pelo bolivarianismo) que fala pelos cotovelos, é instigada a dizer que “odeia dinheiro”, a certo ponto – e é claro que ninguém vai lhe explicar que, nos primórdios da humanidade, cada indivíduo comia ou vestia apenas aquilo que ele fosse capaz de coletar ou caçar, e que o “vil metal” mudou esta realidade, auxiliando as transações econômicas voluntárias. 

É de lavar a alma, todavia, ver Danny, um morador do lado menos próspero do bairro, elucidando a seus parceiros de basquete porque virou um Republicano: “se te oferecem um dólar ou uma oportunidade, qual você pegaria? Eu digo que a maior parte dos Democratas pegaria o dólar; muitas pessoas usam o governo e são preguiçosas”. 

A reação de seus amigos resume-se a “tá falando sério, brou?”. Durante os créditos do documentário, vem a informação de que o rapaz está investindo no ramo de bebidas, quer ganhar seu primeiro milhão aos 27 anos (essa “ganância” toda é caracterizada como algo negativo), e, adivinhem, associou-se com um amigo que faturava “apenas” doze dólares por hora como porteiro – exploração das mais notórias; quem sabe agora ele possa comprar uma TV de LED maior, coitado.

A Avenues School: Se alguém tinha curiosidade em saber como nasce o sentimento de ser parte da elite culpada, prepare-se para a revelação. Lá, como cá, é nas escolas (inclusive nas particulares mais caras) que a sensação de já ter nascido com uma pedra de uma tonelada sobre os ombros é incutida nos indivíduos. 

Expressões como “a desigualdade é um grande problema” e “me sinto mal por ter a oportunidade de estudar neste colégio” permeiam as entrevistas com os estudantes da instituição. 

Durante o período de filmagens, um aluno cometeu suicídio – exatamente um dos que mais enfatizava sentir-se muito privilegiado em relação aos demais moradores do Chelsea. Claro que o diretor, malandramente, tenta fazer parecer que o menino tirou a própria vida porque se sentia pressionado a ser bem sucedido na vida, mas não consegue convencer nem a si mesmo: o sangue deste aluno está nas mãos desta equipe de produção que foi até lá e ensinou a esses adolescentes que a fortuna de seus pais é um crime. 

Lamentável: pessoas que poderiam crescer e tornar-se aquelas que, por meio do estudo e da pesquisa, iriam proporcionar melhorias na vida de todos (inclusive de seus vizinhos menos favorecidos), vão morrer em vão ou virar ativistas, invasores e demais párias.


Os moradores “expulsos” do Chelsea: Desde 2009, o índice de reajuste de aluguéis neste bairro aumentou em uma razão dez vezes superior ao restante de Manhattan. Eis que residentes que não mais tem condições de arcar com este custo precisam se mudar. 

Até aí, eu achava que estava tudo normal, pois isso já aconteceu comigo, inclusive, e eu não me lembro de ter chorado nem feito protestos com cartazes na mão. Será tão humilhante assim sair do sul da ilha e procurar apartamento em outro bairro de Nova York? Vamos perguntar aos moradores antigos de Florianópolis se ficaram tão traumatizados assim quando a capital de Santa Catarina virou a “ilha da magia” e passou pelo mesmo processo a partir da década de 1970, “expulsando” alguns deles para o continente. 

Olvidam estes nova-iorquinos que estes novos moradores ricos trarão muitos dólares consigo, e isso vai estimular ainda mais a economia local, por certo. Quem sabe eles não gostariam que a prefeitura tabelasse os preços dos aluguéis, então. 

Ou proibisse novos investimentos imobiliários na região. Melhor ainda, subsidiasse o aluguel desse povo todo com dinheiro dos pagadores de impostos (incluindo eles próprios, no caso). 

Quanto mais intervenção e regulação estatal, melhor; eis um bom tema para outro cartaz, camaradas. Bernie Sanders curtiu essa manifestação!


A instituição sem fins lucrativos Hudson Guild: criada em 1897 por John Lovejoy Elliott, esta agência comunitária oferece programas para pessoas de baixa renda do Chelsea, de todas as idades, desde formação profissional até acompanhamento psicológico, passando por atividades recreativas. Eis aí uma grande lição involuntária que passa batida ao espectador do documentário menos atento: quanto menos Estado, mais solidárias as pessoas podem ser (e são). 

Não deve ser tarefa das mais fáceis ser caridoso em Cuba – não por falta de vontade, mas sim porque ninguém possui além do estritamente necessário para sobreviver (na melhor das hipóteses), se não estiver mancomunado com o governo dos Castro. 

O instituto Guga Kuerten, por exemplo, tenta fazer um trabalho similar no Brasil, mas poderia ir muito além se seu patrono não estivesse sendo extorquido pela Receita Federal – sim, aquele mesmo CARF que perdoou dívidas bilionárias de políticos e empresários adeptos do capitalismo de compadres. Quem mandou querer assumir as funções do Estado de bem estar social, manezinho...


Enfim, seria possível continuar escrevendo por horas a respeito desta verdadeira ode ao ressentimento, tal o número de parvoíces enunciadas, mas só mesmo assistindo na íntegra para saber do que estou falando. Apenas recomendo cautela: pular pela janela como penitência por fazer parte da “zelite” pode ser um dos efeitos colaterais desta obra televisiva

Michael Moore está “fazendo escola”, pelo jeito. Mas esta escola dificilmente será “ocupada por estudantes".

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