Com a intenção de disseminar conteúdo impróprio para crianças, criadores de conteúdo no YouTube estão envolvendo desenhos animados e personagens infantis em situação de violência.
O fenômeno, batizado como Elsagate – uma mistura de Elsa, da animação Frozen, e o escândalo Watergate do ex-presidente Richard Nixon – tem crescido em todo o mundo e preocupado pais e autoridades.
As produções envolvem tanto animações criadas com personagens famosos, como princesas e super-heróis, quanto live actions – nome utilizado para obras interpretadas por atores. E podem envolver aborto, espancamento, agulhas e sexo.
A maior dificuldade em assimilar o conteúdo de imediata é a forma como é difundida. A estudante Jessica Luiza, em entrevista ao O Dia, afirmou que se surpreendeu ao descobrir que seu irmão de 3 anos acessava este tipo de material.
“Ele vai para o YouTube toda noite quando chega da escola. Volta e meia canta as músicas e pede para ver esses vídeos bizarros. Ele já chegou a tentar imitar, querer bater, assim como viu nos vídeos. E nossa mãe nunca havia percebido”, contou.
Outra estudante, Nathalia Reis, descobriu a polêmica por conta do Facebook. Segundo ela, seu cunhado de 4 anos também já teve contato com produções violentas. “Sempre fiquei incomodada. Tento levar ele para o ar livre, parques, mas ele tem medo de tudo. Pedi que a mãe dele ficasse de olho”.
Ela disse que as reações podem ser traumáticas. “Mães comentaram que os filhos assistiam esses vídeos e até choravam. Algumas se assustavam porque os filhos sabiam de onde vêm os bebês sem que elas nunca tivessem ensinado sobre isso. Crianças com medos e fobias. Foram vários relatos”, afirmou.
Professor e especialista, Márcio Gonçalves dá sua avaliação da motivação por trás deste conteúdo. “São produtores de conteúdo que não têm interesse em ganhar dinheiro. O objetivo é transmitir mensagem a quem assiste”.
“Os comentários provavelmente são escritos por adultos. A questão dos pedófilos é forte, uma comunidade que se protegem. Fica explícito que há relação com as redes de produção de conteúdo pedófilo e pornográfico”, disse.
O especialista acredita que a vigilância deve ser constante. “Essa infância conectada está tendo fácil acesso a conteúdos impróprios, que vão moldar sua personalidade”.
A psicológa Laura Calejon, que é doutora em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano, também falou de outros traumas. “Há casos de crianças com graves problemas no desenvolvimento da linguagem, que chegam a ser confundidas com autistas, porque usaram tablet e celular demais e desde muito cedo”.
Phonte: Gospel Prime
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