Thomas More
“O Catequista,” um blog de apologética católica, tratou de Thomas More. Ou melhor, “São” Thomas More, já que ele virou “santo” por uma única razão: ter sido executado a mando de Henrique VIII, que o site (assim como quase todos os outros de apologética católica) falsamente alega ter sido um rei protestante.
O fascinante é que Henrique VIII assassinou milhares de protestantes por “heresia”, mas que são tratados como hereges satânicos que mereciam morrer. No entanto, com Thomas More é diferente, só porque ele era católico.
Mas, afinal de contas, quem foi Thomas More?
Mas, afinal de contas, quem foi Thomas More?
More era o chanceler do Reino de Henrique VIII, mas ficou conhecido mundialmente por sua famosa obra “Utopia”, que você provavelmente já deve ter pelo menos ouvido falar. A Utopia era o livro mais famoso da época (MAUROIS, 1959, p. 188), e o historiador Roland Mousnier resume o seu conteúdo:
“O humanista inglês Thomas More (1480-1533), membro do Conselho Privado de Henrique VIII e chanceler da Inglaterra, publica em 1516 a Utopia, inspirada na evolução capitalista inglesa e na República de Platão (...)
A Utopia é uma ilha longínqua, cujo regime é uma ditadura comunista: todos os bens são comuns, os cidadãos não têm o direito de se deslocarem, pois se assim procedessem seria impossível controlar o trabalho e o consumo…
O governo dirige a economia mediante um plano de produção e detém o monopólio do comércio exterior… Tudo é válido no combate aos inimigos: põe-se a prêmio a cabeça de seus chefes e provocam-se revoltas”
(MOUSNIER, Roland. História Geral das Civilizações: Os Séculos XVI e XVII – Tomo IV, 1º Volume. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1960, p. 55-56)
O historiador francês André Maurois acrescenta que “More… anunciava o comunismo, o desprezo do ouro, o trabalho obrigatório para todos” (MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio de Janeiro: Pongetti, 1959, p. 188). Sua obra “utópica” lançou as sementes daquilo que mais tarde viria a ser o comunismo e influenciou diversos comunistas.
A lição que fica é bastante simples: um santo católico pode ser o precursor de um regime facínora e ditatorial que resultou em milhões de mortes no mundo todo e que supostamente é condenado pela própria Igreja Católica, mas se morreu como católico, não há problema!
O tal santo católico não apenas é perdoado das aberrações que ensinou em vida sem jamais ter se arrependido, como ainda tem um passaporte garantido direto para o Céu, uma canonização infalível e um poder de onipresença e onisciência para neste momento ouvir e atender as preces de todos os católicos que a ele rezam em todas as partes do mundo e ao mesmo tempo.
E pior: o próprio site católico em questão se diz contra o comunismo, o que mostra que ou eles não conhecem nada do personagem que retratam no artigo, ou são completamente desonestos.
O site “O Catequista” não apenas aprova Thomas More, mas vai além, o chamando de “grandioso em todos os sentidos”. Se ele era grandioso em todos os sentidos, então presume-se que em sua maior e mais importante obra que o tornou conhecido no mundo todo também foi.
Editado por Julio Severo. Para ler o artigo completo de Lucas Banzoli, acesse “O Catequista enaltece comunista, glorifica assassina e dissemina fantasia.”
Phonte: www.juliosevero.com
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