Billy Graham com os presidentes americanos George H. W. Bush, Jimmy Carter e Bill Clinton
Billy Graham (1918-2018) foi um evangelista batista americano cujas cruzadas mundiais e papel como conselheiro espiritual de 11 presidentes direitistas e esquerdistas americanos de ambos os partidos o tornaram uma das figuras religiosas mais conhecidas do mundo e a melhor representação da espiritualidade cristã americana.
O melhor dos EUA ao mundo é o evangelicalismo americano, que tem sido uma fonte de influência inundando as nações com o Evangelho por 200 anos.
Nenhum outro líder americano representou de forma tão elegante a essência cristã original dos EUA como Graham fez. Ninguém representou de modo tão excelente a integridade, virtude, caráter, bondade e generosidade americana quanto ele fez. E, acima de tudo, por 80 anos ele proclamou o Evangelho de Jesus Cristo — o mesmo Evangelho que tornou a América grande no passado, o mesmo Evangelho que tem sido rejeitado em Hollywood e na atual cultura predominante americana.
Ele era conhecido como “Pastor dos EUA.”
Ele escreveu 27 livros, que incluíam muitos best-sellers. Entre eles estavam sua memória, “Just As I Am” (Tal Qual Estou), lançada em 1997.
Seu livro de 1983 “Approaching Hoofbeats: The Four Horsemen of the Apocalypse” (Aproximando-se os Ruídos dos Cascos de Cavalos: Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse) ficou na lista de best-sellers do jornal New York Times por várias semanas. Em 1977, “How to Be Born Again” (Como Nascer de Novo) foi lançado com a primeira maior tiragem da história, mais de 800.000 exemplares. Depois veio “Angel’s God’s Secret” (O Segredo de Deus: os Anjos), que vendeu mais de 1 milhão de exemplares em 90 dias.
Graham também lançou World Wide Pictures, produtora e distribuidora de mais de 130 filmes.
Ele era regularmente colocado em listas como um dos “Dez Homens Mais Admirados do Mundo.”
Em 1996, Graham recebeu a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA, a condecoração mais elevada que o Congresso dos EUA pode conceder a um cidadão.
Mais do que ninguém, Graham tinha uma atração e elegância que não perdia para Hollywood e transformou o evangelicalismo americano numa força que rivalizou com o protestantismo liberal e com o catolicismo nos Estados Unidos.
Suas cruzadas cristãs o levaram desde o frenesi de Manhattan a vilas africanas isoladas. De acordo com o site da Associação Evangelística Billy Graham (AEBG), ele pregou para mais pessoas em audiências ao vivo do que qualquer outra pessoa na história.
A AEBG colocou a audiência em toda a vida dele em torno de 215 milhões de pessoas em mais de 185 países e territórios, com “centenas de milhões mais” vendo-o na televisão, vídeo, filmes e transmissões de internet.
“Meu único propósito na vida,” ele disse, “é ajudar as pessoas a encontrarem um relacionamento pessoal com Deus, o que, acredito, ocorre quando se conhece Cristo.”
“Constatei que quando apresento a mensagem simples do Evangelho de Jesus Cristo com autoridade e simplicidade, citando a Palavra de Deus, Ele leva essa mensagem e a introduz sobrenaturalmente no coração humano,” ele disse.
Em 1957, ele disse: “Pretendo ir a todos os lugares, patrocinado por qualquer um, para pregar o Evangelho de Cristo.”
Seu enfoque ajudou os evangélicos a ganhar a influência que eles têm hoje. A postura dele sobre aborto e homossexualidade, as questões mais divisivas na cultura americana, era conservadora. Ele disse:
“Não sinto que a igreja como uma organização deva se envolver em assuntos políticos… Contudo, quando as questões políticas também têm dimensões morais e espirituais… temos a responsabilidade de falar a favor da verdade. Acredito que coisas como aborto são moralmente erradas… temos a responsabilidade de assumir uma postura.”
“O estudante sério da Bíblia não pode ignorar a conduta homossexual simplesmente como um estilo de vida alternativo. Nem dá para argumentar que os homossexuais ‘nasceram assim’ ou que tal conduta é uma doença.”
No entanto, Graham evitava tratar essas questões com energia. Em sua biografia “Billy Graham: His Life and Influence” (Billy Graham: Sua Vida e Influência), publicado pela editora Thomas Nelson, David Aikman disse:
“Ele se abstinha de falar abertamente contra a conduta homossexual, e aliás mesmo na questão do aborto ele às vezes tem parecido distintamente ambíguo. Quando perguntado no programa Good Morning America (Bom Dia, América) da TV ABC em setembro de 1991 acerca de suas opiniões sobre o aborto, ele respondeu: ‘Há uma posição cristã, acho. Mas não estou preparado para dizer o que é.’ …
Quando Bill Clinton ganhou a eleição presidencial em 1992, Graham foi convidado para dirigir orações na posse no mês seguinte de janeiro, como ele havia feito em praticamente todas as posses desde 1952. Muitos evangélicos o criticaram por fazer isso, na base de que Clinton era esquerdista em questões morais e que ele e sua esposa eram pró-aborto na questão divisiva do aborto. Graham respondeu que ele sentia a obrigação de orar por Clinton, ainda que não concordasse com tudo o que o presidente dizia.”
Contudo, o legado de família de Graham é impressionante. Seu filho Franklin Graham é uma poderosa voz conservadora nos Estados Unidos, falando com energia contra o aborto e a agenda homossexual. Ele tem sido um tesouro para o movimento conservador dos EUA.
Billy Graham, que era filiado ao Partido Democrático, também era conhecido por desenvolver relacionamentos influentes com 11 presidentes americanos, desde o democrata Harry Truman e o republicano Dwight Eisenhower até o republicano George W. Bush e o democrata Barack Obama, que em abril de 2010 visitou Graham na sua cabana de montanha na Carolina do Norte. Ele se consultou e orou com todos eles, mas tinha o cuidado de não apoiar nenhum candidato.
Graham descreveu Ronald Reagan como o presidente de quem ele era mais chegado.
George W. Bush recorda que numa época em que ele era cínico e um grande beberrão com muitas perguntas sobre fé, Graham teve uma “influência enorme” na sua vida.
“Billy Graham me ajudou a entender o poder redentor de um Senhor ressurreto,” disse ele numa entrevista ao Canal FoxNews.
Graham também desenvolveu uma amizade com o democrata Bill Clinton.
Clinton recordou ter ido a uma cruzada de Graham em Little Rock, Arkansas, quando ele tinha 13 anos de idade e ficar tão comovido que ele enviava parte de sua mesada para o ministério de Graham durante anos depois.
Graham presidiu o culto fúnebre do presidente democrata Lyndon Johnson em 1973 e pregou no funeral do presidente republicano Richard Nixon em 1994.
Em 14 de setembro de 2001 ele conduziu um culto nacional de oração na Catedral Nacional de Washington depois dos atentados de 11 de setembro.
Em 1979, quando o movimento conservador Maioria Moral de Jerry Falwell ganhou força, Graham se recusou a se juntar.
“Sou a favor de valores morais, mas valores morais vão muito além de sexo. Tratam também de liberdade humana e justiça social,” ele explicou. “Nós como pastores sabemos muito pouco para falar com autoridade sobre [questões de política externa como] o Canal do Panamá ou a superioridade de armamentos. Os evangelistas não podem ser muito identificados com algum partido ou pessoa em particular. Temos de ficar no meio a fim de pregar para todas as pessoas, da direita e da esquerda. Não fui fiel ao meu próprio conselho no passado. Serei no futuro.”
“Falhei muitas vezes e eu faria muitas coisas de modo diferente. Em primeiro lugar, eu falaria menos e estudaria mais e passaria mais tempo com minha família… Envolver-se com questões estritamente políticas ou políticas partidárias inevitavelmente dilui o impacto do evangelista e compromete sua mensagem. É uma lição que eu desejava ter aprendido muito mais cedo,” ele disse.
Graham desenvolveu uma amizade chegada com Martin Luther King Jr., que reconheceu que Graham o ajudou a reduzir tensões entre negros e brancos no Sul dos EUA.
“Se não fosse pelo ministério do meu bom amigo Dr. Billy Graham, meu trabalho no movimento de direitos civis não teria alcançado tanto sucesso quanto alcançou,” King disse.
A integridade de Graham foi creditada por salvar a reputação do evangelismo televisivo nos dias escuros do final da década de 1980, depois que escândalos aconteceram aos pregadores de TV Jimmy Swaggart e Jim Bakker, que eram pastores das Assembleias de Deus.
Em 1948, ele determinou, para evitar as ciladas dos primeiros evangelistas americanos, nunca estar só com uma mulher que não fosse sua esposa. Em vez de pegar uma parte das “ofertas de amor” em suas cruzadas, ele recebia um salário modesto da Associação Evangelística Billy Graham.
Ele disse:
“Determinamos fazer tudo o que podíamos para evitar abusos financeiros e minimizar a oferta e depender tanto quanto possível de dinheiro levantado por comitês locais de antemão… Daquele dia em dia, não viajei, não tive encontros nem tive refeição sozinho com uma mulher que não fosse minha esposa… Estávamos determinados a cooperar com todos os que quisessem cooperar conosco na proclamação pública do Evangelho e evitar uma atitude contra as igrejas e contra os pastores.”
“Determinamos fazer tudo o que podíamos para evitar abusos financeiros e minimizar a oferta e depender tanto quanto possível de dinheiro levantado por comitês locais de antemão… Daquele dia em dia, não viajei, não tive encontros nem tive refeição sozinho com uma mulher que não fosse minha esposa… Estávamos determinados a cooperar com todos os que quisessem cooperar conosco na proclamação pública do Evangelho e evitar uma atitude contra as igrejas e contra os pastores.”
Quando ele iniciou seu ministério, ele adotou a causa de combater o comunismo, pregando contra seus males ateístas, e ele chamava os comunistas de “adoradores de Satanás.” Mas em maio de 1982 ele foi para Moscou, a capital da União Soviética, para discutir a paz mundial e desarmamento nuclear numa conferência dirigida pela igreja controlada pelo Estado.
Muitos evangélicos criticaram a viagem dele à União Soviética. Mas Graham explicou suas ações.
“Aprendi que há dois lados de todas essas questões,” ele disse.
“A liberdade é relativa,” ele disse. “Não tenho liberdade nos Estados Unidos de ir a uma escola pública e pregar o Evangelho, e nem os estudantes das escolas públicas têm liberdade de orar, nem os professores têm liberdade de ler a Bíblia publicamente para os estudantes. Ao mesmo tempo, temos um grande grau de liberdade pela qual sou grato.”
“As pessoas no Ocidente têm várias formas de democracia baseadas numa crença em Deus bem como uma aceitação geral da lei moral. Entretanto, na prática estamos começando a parecer os marxistas, que têm pouco respeito pela lei moral ou o Cristianismo,” ele disse.
Graham teve uma oportunidade que nenhum papa nunca teve: Ele pregou o Evangelho na União Soviética.
“Como foi maravilhoso estar num lugar como a União Soviética e falar sobre a vinda do Reino de Deus e dizer a eles que o comunismo não vencerá. Eu lhes disse que o capitalismo também não venceria; é o Reino de Deus que vai vencer,” ele disse.
Billy Graham caminhou com líderes mundiais. Ele ministrou a eles. Durante seus anos de ministério, ele ministrou para todos, desde rainhas até as pessoas mais simples. Ele era amigo de Winston Churchill e Margaret Thatcher. A Rainha da Inglaterra adorava as visitas dele.
Quando Jim Bakker, um televangelista das Assembleias de Deus, estava na prisão por fraude, Graham o visitou, o abraçou e disse: “Jim, eu amo você.”
Bakker se lembrou da visita:
“No dia anterior, eu havia ouvido que ele tinha sido escolhido, por voto, como um dos três homens mais respeitados do mundo, e agora ele estava na minha prisão, me consolando… Na semana em que fui solto da prisão, eu estava sentado no lar de Graham jantando frango. Naquele primeiro domingo fora da prisão, eu estava cercado pela família Graham.”
Graham não tinha receio de tocar os “intocáveis,” até mesmo entre evangélicos. A Universidade Oral Roberts (UOR), fundada pelo televangelista neopentecostal Oral Roberts, foi oficialmente inaugurada por uma pregação de Graham em 1967.
Em agosto de 2009, Roberts, que foi um dos pioneiros da teologia da prosperidade, refletiu em sua amizade com Billy Graham:
“Billy foi o homem mais generoso no ministério que já conheci. Ele me aceitou como irmão. Ele disse que se apaixonou por meu ministério. Eu o considerava o evangelista número 1 no mundo. Tornamo-nos amigos muito chegados.”
Ao ficar sabendo do falecimento de Oral Roberts em dezembro de 2009, Graham disse: “Oral Roberts era um homem de Deus e um grande amigo no ministério. Eu o amava como um irmão. Tivemos muitas conversas tranquilas durante os anos.”
Um reconheceu que precisava do outro. Graham era também amigo do televangelista Rex Humbard. O trabalho deles era igualmente importante. Minha mãe compreendeu o Evangelho pela primeira vez em sua vida ouvindo Graham e em seguida ela foi espiritualmente encorajada pela pregação de Rex Humbard e Pat Robertson. Todos esses pregadores americanos estavam presentes na televisão brasileira, alguns diariamente.
Quando Graham morreu em 2018, o presidente Donald Trump disse:
“O GRANDE Billy Graham morreu. Não houve ninguém como ele! Todos os cristãos e todas as religiões sentirão falta dele. Um homem muito especial.”
O superastro de Hollywood Chuck Norris disse:
“O herói da minha família: Billy Graham.”
O ex-presidente americano Barack Obama disse:
“Billy Graham era um servo humilde que orava por muitas pessoas — e que, com sabedoria e graça, deu esperança e orientação para gerações de americanos.”
O ex-presidente americano George W. Bush disse:
“Um grande homem, um servo humilde, e um pastor de milhões morreu.”
O ex-presidente republicano George H.W. Bush disse:
“Billy Graham foi o pastor dos Estados Unidos. Sua fé em Cristo e seu espírito totalmente evangélico e honesto inspirou pessoas no país inteiro e no mundo inteiro. Penso que Billy tocou o coração não só de cristãos, mas de pessoas de todas as religiões, pois ele era um homem muito bom.
Tive o privilégio de tê-lo como amigo pessoal. Ele costumava vir para Maine para visitar a mim e Barbara, e ele era um grande esportista. Ele adorava ir rápido em meu barco. Imagino que dava para dizer que tínhamos isso em comum. Então ele costumava vir ao nosso lar e conversar sobre vida. Ele foi mentor de vários filhos meus, inclusive o ex-presidente dos Estados Unidos. Nós sentiremos falta de nosso bom amigo para sempre.”
O ex-presidente democrata Jimmy Carter disse:
“Rosalynn e eu estamos profundamente entristecidos de saber da morte do Reverendo Billy Graham. Incansavelmente espalhando a mensagem de fraternidade e esperança, ele moldou a vida espiritual de dezenas de milhões de pessoas no mundo inteiro. Tolerante, perdoador e humilde em seu tratamento para com outros, ele exemplificava a vida de Jesus Cristo ao constantemente buscar oportunidades para servir.”
Graham ministrou para todos, desde presidentes até pessoas comuns, desde brancos até negros, desde esquerdistas até direitistas.
Ele foi realmente um Pregador do Evangelho de Jesus Cristo. Ele foi o melhor dos EUA para o mundo.
Graham in Quotes (Franklin Graham, Thomas Nelson), Billy Graham: His Life and Influence (David Aikman, Thomas Nelson), DailyMail e Franklin Graham.
Phonte: www.juliosevero.com
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