O governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan cada vez mais se caracteriza como uma ditadura. As minorias religiosas, como cristãos e judeus, são consideradas “inimigos do Estado”, afirma o Breitbart News, citando um estudo do Departamento de Estado dos EUA.
O doutor Y. Alp Aslandogan, diretor executivo da Aliança Pelos Valores Compartilhados, uma ONG que defende os direitos humanos: “Todas as minorias religiosas sofrem – os armênios, os ortodoxos cristãos e os judeus, entre outros – eles passam a carregar este tipo de estigma. A mera associação com eles se torna um crime. Então, essas minorias religiosas, os próprios cidadãos, adquirem o status de inimigo”.
No mais recente “Relatório de Liberdade Religiosa Internacional”, produzido pelos EUA, fica evidente o aumento da discriminação contra todas as expressões religiosas não islâmicas desde a suposta “tentativa de golpe de Estado”, em julho de 2016.
Erdogan conseguiu mudar a Constituição para aumentar seu poder e tenta levar o país de volta aos tempos onde a religião muçulmana era a norma no país.
Sem muito alarde por parte da mídia ocidental, cidadãos estrangeiros, incluindo vários líderes cristãos, foram presos, perderam a permissão de residência ou tiveram negada sua entrada no país. Após ter declarado o “estado de emergência”, o governo vem perseguindo regularmente todos que não se encaixam no perfil desejado.
Dezenas de missionários foram deportados ou proibidos de continuar em solo turco. O governo não deu justificativas para tais ações, embora diga que não há “motivação anticristã” em suas ações.
Emre Celik, presidente do Fórum Rumi, organização turca dedicada ao diálogo inter-religioso, afirma que “O fanatismo de Erdogan contra os cristãos contraria o respeito que o Islã diz ter ao ‘Povo do livro’- um termo usado no Alcorão para judeus e cristãos – e não cumpre o princípio fundamental da democracia, segundo o qual todas as pessoas precisam ser tratadas com justiça e respeito”.
Ainda segundo o Dr. Aslandogan, Erdogan e seus aliados usam a questão religiosa como uma forma de ataque contra seus adversários políticos. “Eles acusam as minorias religiosas de tentar minar o progresso da Turquia. Erdogan, por exemplo, ataca seus inimigos referindo-se a eles como um aliado de Israel ou aliado dos católicos”, assevera.
Um relatório do Centro Estocolmo pela Liberdade revela como o discurso anticristão está se fortalecendo, com partidários de Erdogan chamado os cristãos de “terroristas” e pedindo a proibição da Bíblia, classificada como “material perigoso”, que impõe “valores não islâmicos”. Ao mesmo tempo, fazem referências às Cruzadas e o embate de séculos entre cristãos e muçulmanos pela Terra Santa.
A agência de notícias judaica Jewish Press vem relatando como a comunidade de apenas 15 mil judeus na Turquia está ciente que “não há futuro” para eles no país, uma vez que se multiplicam os casos de antissemitismo e as ameaças, fazendo com que muitos decidam deixar o país.
É sabido no mundo muçulmano que o presidente Erdogan procura se legitimar como “califa”, uma ideia amplamente ignorada no Ocidente, mas que ainda poderá ser o estopim de uma guerra. Em especial porque ele promete constantemente retomar os territórios do antigo Império Otomano, o que incluiria invadir países da Europa e do Oriente Médio.
Aslandogan explica também que “O nacionalismo religioso se impõe como a nova regra. O presidente Erdogan fortaleceu desde o golpe fracassado e tenta transformar a Turquia em uma república muçulmana sunita. Portanto, alguém abandonar o Islã e confessar o cristianismo é considerada uma traição à identidade turca e ao Islamismo”.
Com a mudança na legislação, os cristãos não podem ocupar cargos no Estado e sofrem discriminação nas empresas que têm vínculos com o governo.
O caso do pastor norte-americano Andrew Brunson está sendo usado pelo governo como uma tentativa de desmotivar o trabalho missionário em solo turco. Ele foi detido em outubro de 2016, acusado de pertencer a uma rede que tentou derrubar Erdogan do poder, mesmo que não exista qualquer prova disso. Ele foi julgado, sem direito a defesa, o promotor pediu prisão perpétua.
Segundo levantamento da Missão Portas Abertas, há apenas 187.000 cristãos entre os cerca de 80 milhões de habitantes da Turquia e o país é o 37º no ranking anual de perseguição religiosa.
Com informações Breitbart
Phonte: Gospel Prime
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