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domingo, 17 de novembro de 2019

Papa compara políticos opostos a gays e judeus a Hitler


Julio Severo

O papa Francisco denunciou a perseguição de homossexuais em 15 de novembro de 2019 e comparou políticos que “alimentam o ódio e o sentimento anti-gay” a Hitler. Francisco fez suas declarações em uma conferência internacional sobre direito penal na Cidade do Vaticano.

“Não é coincidência que, às vezes, haja um ressurgimento de símbolos típicos do nazismo,” disse ele. “E devo confessar a vocês que, quando ouço um discurso de alguém responsável pela ordem ou pelo governo, penso nos discursos de Hitler em 1934, 1936.”

Ele disse que a perseguição contra judeus e “pessoas com tendências homossexuais” representa uma “cultura que rejeita pessoas.”

“São ações típicas do nazismo que, com sua perseguição a judeus, ciganos, pessoas com orientação homossexual, representam um excelente modelo da cultura do ódio que rejeita pessoas. Foi o que foi feito naqueles dias e hoje está acontecendo novamente,” disse Francisco.

Ele não destacou nenhum político ou governo em particular.

Existem duas categorias de governos e sociedades no que diz respeito à homossexualidade. Existem governos e sociedades que torturam e matam homossexuais. Embora nações islâmicas como Arábia Saudita e Irã sejam exemplos proeminentes, a realidade é que, em menor ou maior grau, todas as sociedades islâmicas tendem a perseguir e matar homossexuais.

E há governos e sociedades que não torturam e matam homossexuais.

No entanto, Francisco não se dirigiu às nações islâmicas que matam homossexuais. Ele parece sugerir que políticos, provavelmente políticos cristãos nos Estados Unidos, que lutam contra a agenda gay estão imitando o nazismo.

Sua implicação não tem nada a ver com o presidente dos EUA, Donald Trump, cujo governo não tem feito praticamente nenhum esforço para se opor ao “casamento” gay e outros itens importantes da agenda homossexual. Geralmente, o governo Trump é passivo em relação aos avanços homossexuais na sociedade americana.

A acusação do papa parece ter mirado políticos evangélicos. Mas seu esforço de tornar a oposição à homossexualidade igual à oposição aos judeus é inútil no contexto americano, porque os evangélicos dos EUA são exemplos brilhantes de defesa da família contra a agenda homossexual e defesa de Israel e dos judeus contra a perseguição esquerdista e islâmica. Ninguém no mundo inteiro defende mais Israel e os judeus do que os evangélicos americanos.

Entretanto, existe um grupo enorme que se encaixa perfeitamente na descrição do papa: muçulmanos. Geralmente, as culturas muçulmanas se opõem a homossexuais e judeus, e não raramente matam homossexuais e judeus — sem mencionar os cristãos.

Pelo fato de que o papa Francisco não especificou sua acusação ao nomear os muçulmanos como imitadores do nazismo — e, a propósito, a autobiografia de Hitler é um best-seller em nações islâmicas —, o público pode se sentir no escuro sobre seu verdadeiro alvo.

O nazismo perseguiu totalmente os judeus, mas não perseguiu totalmente os homossexuais. De acordo com o Dr. Lothar Machtan em seu livro “O Segredo de Hitler Oculto,” Hitler era homossexual. E de acordo com Scott Lively em seu livro “The Pink Swastika” (A Suástica Rosa), a elite nazista era homossexual. Pelo fato de que a homossexualidade nazista predominante era “machona,” eles odiavam e perseguiam homossexuais efeminados.

Até hoje, há hostilidade entre grupos homossexuais.

Que Hitler era homossexual não era um segredo total. Os judeus de esquerda na Alemanha tentaram expor a homossexualidade de Hitler na década de 1930, mas a sociedade alemã não lhes deu atenção porque eles eram judeus e esquerdistas — duas categorias odiadas pelos nazistas.

Se Francisco é realmente um católico esquerdista que gosta dos judeus, ele não poderia dar alguma atenção a esses judeus de esquerda?

Se um grupo mata homossexuais efeminados, é semelhante aos nazistas. Esse não é o caso dos políticos evangélicos, mas é o caso dos muçulmanos.

Se um grupo de homossexuais impõe uma ideologia fascista na sociedade, é semelhante aos nazistas.

O regime nazista de Hitler na Alemanha perseguiu e matou milhões de judeus, de 1933 a 1945, e teve uma elaborada variedade de campos de extermínio, os quais foram copiados do que a Espanha católica, campeã da Inquisição, fez à Cuba católica no final do século XIX.

Quem admira Hitler pelo que ele fez aos judeus? Muçulmanos, não evangélicos americanos.
Por que Francisco não mirou muçulmanos? Ele tem medo deles?

Em sua reportagem sobre Francisco, a FoxNews, considerada a maior TV conservadora dos EUA, também não mencionou muçulmanos. Apenas disse: “líderes como o presidente Jair Bolsonaro do Brasil têm um histórico de fazer comentários homofóbicos e racistas.” A FoxNews é tão “conservadora” que Bolsonaro a escolheu exclusivamente para entrevista em sua viagem aos EUA em março de 2019.

O jornal britânico DailyMail também mencionou Bolsonaro apenas como um exemplo do que Francisco disse, e não teve coragem de mencionar a Arábia Saudita e outras nações muçulmanas que matam homossexuais.

Embora Bolsonaro tenha dito no passado que a homossexualidade em um filho pode ser “curada” através de palmadas, como presidente ele não tem mais expressado essas idéias. Pelo contrário, na CPAC no Brasil de 2019, seu filho Eduardo Bolsonaro orgulhosamente posou com a bandeira gay, e seu pai nunca o criticou por isso.

Insinuar que os evangélicos dos EUA estão “alimentando o ódio e o sentimento anti-gay” com suas campanhas necessárias contra a doutrinação homossexual nas escolas e na TV, enquanto o papa poupa totalmente os muçulmanos que matam homossexuais, é insano.

Insinuar que os evangélicos dos EUA estão “alimentando o ódio e o sentimento anti-gay” com suas campanhas necessárias contra a ideologia homossexual fascista, enquanto o papa poupa totalmente os muçulmanos que matam homossexuais, é insano.

Comparar evangélicos pró-Israel e pró-família nos EUA com Hitler é igualmente insano.
Francisco deve um pedido público de desculpas aos evangélicos dos EUA.

Se Francisco não quer criticar os muçulmanos por matar judeus e homossexuais, ele deveria pelo menos condenar problemas dentro da Igreja Católica. Ele deveria condenar o ressurgimento de sentimentos pró-Inquisição entre católicos direitistas no Brasil. O revisionismo da Inquisição é semelhante ao revisionismo do aborto, e esse é um problema católico que deve ser tratado pelo papa. Mais cedo ou mais tarde, os católicos pró-Inquisição vão querer matar homossexuais.

O sentimento pró-Inquisição é semelhante ao sentimento pró-nazismo. Francisco deveria se concentrar nesse problema, porque católicos sincréticos direitistas pró-Inquisição no Brasil estão conectados com Steve Bannon para derrubar seu papado. Eles querem um papa pró-Inquisição.

Olavo de Carvalho, um católico sincrético que é o revisionista brasileiro mais proeminente da Inquisição, está ligado a Bannon contra Francisco. Carvalho não aceita o ensino cristão de que o comportamento homossexual é pecado. Então, por que Francisco tem como alvo evangélicos dos EUA, mas ele não tem como alvo católicos sincréticos direitistas pró-Inquisição?

O papa precisa de melhores conselheiros para entender a homossexualidade no nazismo e Hitler, e entender que os políticos evangélicos nos Estados Unidos defendem Israel e os judeus e a família contra as ameaças homossexuais sem matar homossexuais.

Com informações da FoxNews e DailyMail.

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