Homem de 300 quilos morre após ficar três dias esperando ambulância no Rio
'Se ele tivesse sido atendido quando pedimos socorro, não teria morrido', diz cunhada de jovem de 26 anos
Após esperar três dias para ser atendido pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, Robson Luiz de Oliveira, de 26
anos, que pesava 300 quilos, morreu no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona
Oeste do Rio. A família do jovem promete processar os governos dos municípios do
Rio e de Seropédica por negligência e omissão de socorro.
O drama do jovem começou na quarta-feira (4)
quando os parentes ligaram pela primeira vez para o Samu e informaram que o
rapaz era obeso e apresentava dificuldades para respirar. Na quinta-feira (5),
os familiares voltaram a telefonar para o atendimento cobrando providências.
Nenhuma ambulância apareceu na casa de Robson, em Seropédica, na Baixada
Fluminense. Somente na sexta-feira (6) pela manhã, uma equipe foi ao local e
informou que os equipamentos não suportariam o peso do paciente. Na noite do
mesmo dia, o Samu enviou uma outra equipe que, enfim, conseguiu levar o jovem
para a unidade. O resgate foi difícil e demorado. No sábado (8), ele morreu de
insuficiência respiratória.
"Se ele tivesse sido atendido quando pedimos
socorro, ele não teria morrido. Nós queremos justiça", desabafou a cunhada de
Robson, Juliene Gomes.
Para enterrar o jovem, as funerárias cobram de R$
8 mil até R$ 10 mil, alegando o peso de Robson como motivo para o alto preço.
Amigos procuraram a Prefeitura de Seropédica e conseguiram ajuda para realizar o
enterro. Um caminhão fará o transporte do corpo até o cemitério, mas a
realização do velório ainda não foi liberada.
Leia na íntegra a nota oficial emitida pela
direção do hospital sobre o caso:
"A direção da CER Santa Cruz (emergência do
Hospital Municipal Pedro II) esclarece que Robson Luiz de Oliveira deu entrada
na unidade às 23h22 do sábado, dia 7, com relatos feitos pela família de demora
na ambulância chamada para socorrê-lo e de recusa de atendimento em unidades de
saúde de seu município de origem (Seropédica) e de outros mais próximos de sua
casa. Apresentava quadro de desconforto respiratório grave e foi prontamente
atendido por dois médicos plantonistas. Exames laboratoriais apontaram anemia
severa e disfunção renal aguda. Por cerca de uma hora e meia os médicos
prestaram todo o atendimento possível, dificultado pela condição física do
paciente, portador de obesidade mórbida. Apesar de todos os esforços
dispensados, o paciente evoluiu com agravamento da insuficiência respiratória e
disfunção metabólica, falecendo à 1h do domingo.A direção da unidade está à
disposição da família para mais esclarecimentos."
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