“Ele queria ter uma vida livre da criança”, afirmou o promotor, durante a audiência, na qual o juíz negou fiança para o réu e afirmou que ele pode pegar a sentença de morte.
Um dos investigadores do caso, o detetive Phil Stoddard, da polícia de Cobb County, ouvido pelo tribunal, afirmou que, pouco antes da morte de Cooper Harris, o pai havia visitado o site Reddit para pesquisar artigos sobre a vida sem filhos e visto vídeos que mostravam a morte de pessoas por suicídio e sendo executadas. De acordo com Stoddard, o casal estava passando por uma crise quando o menino morreu.
Em seu computador particular, Harris, de 33 anos, também havia assistido por duas vezes um vídeo que mostra a morte de animais deixados em carros quentes. Ele também fez pesquisas sobre como sobreviver numa cadeia.
O detetive disse que tanto Harris quanto a mulher dele, Leanna Harris, pareciam insensíveis depois de saber a morte do filho. O pai nunca ligou para o serviço de emergência depois de encontrar o menino morto dentro do carro, afirmou Phil Stoddard, que acrescentou: “O menino sofreu uma morte dolorosa”.
O detetive também levantou alguns pontos sobre o comportamento da mãe do menino em seu depoimento na delegacia. Ele contou que, segundo funcionários da creche, onde o menino ficava, quando Leanna foi buscar o filho e foi avisada que o pai não o havia levado para a instituição, ela disse: “Ross deve tê-lo deixado no carro”.
O oficial falou também sobre um telefonema entre Leanna Harris e mãe dela, a avó de Cooper, no qual a idosa perguntou à filha: “Por que você não está chorando?”. Leanna respondeu: “Eu devo estar em estado de choque”, contou Stoddard.
É importante lembrar que, assim como o marido, Leanna também usou o seu computador para pesquisar na internet sobre morte em veículos - incluindo quanto tempo um animal poderia sobreviver no interior de um carro superaquecido.
No corpo do menino também foram encontradas escoriações na parte de trás da cabeça e no rosto. Harris e a esposa tinham duas apólices de seguro no nome do filho num total de US$ 27 mil (cerca de R$ 60 mil). Não há informações se eles irão receber esse dinheiro.
O caso
Harris, de 33 anos, deixou o filho na cadeirinha no banco traseiro entre 9h e 16h do último dia 18, quando fazia 31ºC. Ele afirma que deveria ter deixado o menino na creche antes de ir para o trabalho, mas se esqueceu dele. Segundo o jornal britânico, Harris ainda teria voltado ao seu carro na hora do almoço para buscar um objeto. O pai foi acusado de crueldade infantil e homicídio, mas as investigações da polícia ainda avaliam se o crime pode ter sido premeditado.
Em entrevista à CNN, o sargento Dana Pierce, responsável pelo caso, afirmou que a história não é tão simples quanto parece. “Muita coisa mudou nas circunstâncias que levaram à morte esse menino de 22 meses desde que ela foi comunicada. Eu trabalho com investigação policial há 34 anos. O que eu sei sobre esse caso me choca como policial, pai e avô”, disse. Pierce não explicou o que quis dizer com isso, devido à investigação, mas deixou claro que não se tratava apenas de um acidente provocado pelo calor.
Por volta de 16h do último dia 18, Harris estacionou seu carro no estacionamento de um shopping e começou a gritar pedindo ajuda. “As respostas que o pai deu aos socorristas que chegaram ao local não faziam muito sentido”, explicou o sargento. “Eu não posso confirmar que a criança, conforme foi informado (pelo pai), estava no carro às 9h da manhã”, afirmou Pierce.
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