A farsa do salmão
O salmão considerado um dos peixes mais benéficos à saúde, sendo aclamado por aí por nutricionistas e médicos que simplesmente parecem ignorar ou desconhecer sua verdadeira origem. Entre os argumentos para o seu consumo, declaram que o salmão carrega uma grande quantidade de ômega 3, vitaminas A, D, E e do complexo B, magnésio e ferro. OK. Seria bom, se não fosse por um enorme porém: o salmão encontramos nas prateleiras do supermercado não é tão benéfico assim.
Encontramos aqui o salmão criado em cativeiro, vindo do Chile, que é diferente do salmão selvagem encontrado na América do Norte.
Damos como certo de que a carne do peixe é rosa-alaranjada – ou ‘salmão’. Porém, esta a regra se aplica somente ao peixe de alto-mar, que passa a vida em liberdade no oceano para subir os rios na época da reprodução e morrer em seguida. Esse peixe é raro, caro, delicioso e belamente colorido por conta de sua dieta à base de camarão e krill. No total, ele representa míseros CINCO POR CENTO do salmão vendido nos Estados Unidos, e praticamente não chega ao Brasil.
A maioria esmagadora do peixe encontrado nos mercados de todo o mundo é criado em fazendas subaquáticas, e tem uma cor que vai do cinza ao bege-claro, passando no máximo por um rosa-pálido. Para ficar com o mesmo tom do salmão selvagem ele recebe uma ração com aditivos sintéticos, derivados de petróleo. Além disso, estudos apontam que consumir mais de 200 gramas desse pescado, numa média mensal, apresenta riscos cancerígenos inaceitáveis.
A verdade é que este peixe, que recebeu a fama de super alimento, repleto de Omega 3, que combate o colesterol ruim, é anti-inflamatório e traz inúmeros benefícios para o consumidor, não passa de um produto fake. Para piorar a situação, muitas vezes os peixes são criados em ambientes anti-higiênicos, recebem antibióticos, tem o dobro de gordura – em sua maioria de gordura saturada (péssima) e quase nada de Omega 3 (boa). Por conta disto, os peixes recebem altas doses de antibióticos e fungicidas. Ou seja: mais contaminação na sua carne.
E vocês sabiam que quase todo o salmão vendido no Brasil vem do Chile?!
Quer dizer… você começa a consumir com frequência o salmão, querendo fazer bem a sua saúde, e sem saber vai acabar desenvolvendo problemas de saúde que você não tinha.
Eu passo muito, muito longe de salmão e de qualquer peixe criado em cativeiro. Peixe bom, rico e saudável MESMO, é o peixe de pesca.
Depois de poucos e breves testes, o salmão transgênico, projetado para crescer duas vezes mais rápido que o salmão normal do Atlântico, foi considerado seguro para o ambiente e para o consumo humano. O FDA (a ANVISA dos EUA) acrescentou que ouviria comentários do público durante 60 dias, antes de finalmente decidir se aprova ou não o salmão.
As críticas a respeito da avaliação recente pelo FDA aponta para a falta de evidências suficientes de que o peixe é seguro para o consumo, e também da dificuldade em medir o impacto real sobre o meio ambiente uma vez que a produção em massa do salmão transgênico inicie.
Comer salmão não é bom para o oceano, diz especialista
Utilização intensiva de antibióticos, pesticidas e hormônios na criação de salmão em viveiros marítimos atinge as águas e traz risco de contaminação
Comentário Akatu: A entrevista abaixo, concedida por Andrew Sharpless, especialista da Oceana, uma das maiores organizações internacionais dedicadas à proteção dos oceanos, traz um exemplo importante de como as escolhas de consumo são capazes de causar impactos ao meio ambiente, mesmo a milhares de quilômetros de distância do local onde se dá o consumo. Comer aqui no Brasil um salmão criado em uma área de piscicultura no Chile pode estar prejudicando a vida marítima naquela região, como mostra a entrevista.
A criação de salmão em viveiros marítimos traz altos riscos de contaminação de todo o habitat, dado a utilização intensiva de antibióticos, pesticidas e hormônios, que acabam por atingir as águas de toda a região. Além disso, essa criação gera um consumo muito maior de recursos naturais, na medida em que para cada kg de salmão cultivado são necessários cerca de 5kgs de outros peixes em sua alimentação.
As empresas em geral precisam reconhecer que é preciso criar formas sustentáveis de produzir, considerando todas as etapas da sua cadeia produtiva, visto que um impacto em um ponto da cadeia pode causar um efeito dominó para muito além da própria empresa. E os consumidores, conscientes de seu poder de escolha, são os agentes capazes de provocar empresas, ao demandar informações sobre os impactos da produção, levando-as a produzir bens e serviços de forma mais limpa e sustentável em todas as etapas da cadeia de produção.
A América Latina está preparada para explorar os recursos do mar? Confira entrevista de Andrew Sharpless, CEO da Oceana.
Como você vê o panorama da indústria da pesca na América Latina?
O Peru representa quase 12% da pesca mundial, e o Chile 5%, ou seja, esses dois países lidam com parte importante do futuro. Bem manejadas, a pesca chilena e peruana poderiam alimentar milhões de pessoas ainda nesse século. A má notícia é o colapso da indústria pesqueira, com a diminuição da captura de peixes e da biomassa. A boa notícia é que o Chile adotou leis importantes, que colocam o país na vanguarda mundial nesses temas.
Como está o famoso cinturão de plástico do Pacífico? Existe uma ameaça real para os recursos marítimos?
Há muito plástico boiando na região da costa do Pacífico. Esse plástico se degrada em pequenas partículas que são perigosas para peixes e organismos marinhos. É um problema grave, mas não é o responsável pelo colapso da indústria pesqueira, que é resultado da superexploração. Mas é um problema urgente e para qual não há outra solução além de deixar de despejar plásticos no mar, ou seja, encontrar um substituto biodegradável e economicamente viável para o plástico.
Hoje, é possível ter uma piscicultura sustentável?
Boa pergunta. O produto mais comum da piscicultura é o salmão, que se alimenta de outros peixes na proporção de 2,27 kg de alimento por cada 0,454kg de carne obtida. Os produtores de salmão têm interesse econômico em reduzir essa proporção e estão trabalhando com a introdução de alguma porcentagem de grãos no alimento, mas, infelizmente, isso prejudica o sabor. Até o momento, esse é um problema sem solução. Por isso, comer salmão não é algo bom para o oceano.
Nesse contexto, que função tem o mar para o futuro da humanidade?
Acabo de publicar um livro, chamado A Proteína Perfeita, cujo ponto central é que temos que tomar uma decisão. Seremos um planeta de 9 bilhões de habitantes em 2050, em que mais pessoas pertencerão à classe média e, assim, consumirão mais proteínas. E como as alimentaremos? A carne de boi é uma das formas mais onerosas de alimento que conhecemos: consome quantidades enormes de grãos e água e emite metano, um gás de efeito estufa.
Por isso, dizemos que quando comemos peixe não cultivado não estamos pressionando os recursos naturais. Mas, se permitirmos que os oceanos entrem em colapso ainda nesse século, conseguiremos alimentar apenas a 450 milhões de pessoas. Se o gerirmos bem, poderemos alimentar até 1,2 bilhão.
De onde o salmão biotecnológico vem?
O controverso peixe é desenvolvido pela AquaBounty Technologies, uma pequena empresa de biotecnologia americana, cujo principal objetivo é encontrar a solução que poderia aumentar a produtividade da aquicultura. Sua pesquisa mais importante consiste em desenvolver salmão, truta, e ovos de tilápia que produzem espécimes de rápido desenvolvimento. Para conseguir isso, os pesquisadores modificaram a estrutura genética do peixe. Sua variedade de salmão foi patenteada e recebeu o nome de Salmão AquAdvantage.
O relatório do FDA afirma que “no que diz respeito à segurança dos alimentos, a FDA concluiu que alimentos feitos com o Salmão AquAdvantage são tão seguros quanto aqueles feitos com o salmão convencional do Atlântico, e que existe certeza razoável de que não existe nenhum prejuízo de seu consumo“.
O que dizem os críticos?
Michael Hansen, um pesquisador da União dos Consumidores, explicou que o salmão transgênico pode causar reações alérgicas que o FDA é incapaz de prever. Peixes transgênicos também não poderão ser rotulados, deixando os consumidores no escuro sobre a sua origem.
Se o FDA não prestar atenção ao clamor público, o Congresso pode ainda evitar a comercialização do peixe transgênico. Wenonah Haute, diretor do Food & Water Watch, pede para que os consumidores contactem os seus deputados para derrubar o que tem sido chamado de “um experimento perigoso” às custas da saúde do consumidor.
Outras preocupações sobre o peixe transgênico diz respeito a capacidade deste superar o salmão natural do Atlântico. Se ele for solto na vida selvagem, o salmão AquAdvantage poderia se adaptar aos novos alimentos, sobreviver em habitats mais difíceis, e se reproduzir muito mais rápido que o salmão natural.
Andrew Kimbrell do Centro para a Segurança dos Alimentos concluiu que “o salmão geneticamente modificado não tem valor socialmente redentor. Ele é ruim para o consumidor, ruim para a indústria do salmão e ruim para o meio ambiente.”
Estudo alerta para substâncias cancerígenas no salmão de cativeiro
O índice de substâncias cancerígenos seria maior no salmão criado em cativeiro do que no salmão selvagem, segundo cientistas norte-americanos e canadenses cujo trabalho aparece na mais recente edição da revista "Science".
A pesquisa, coordenada pela State University de Nova York, em Albany (EUA), é "a mais representativa e completa realizada até o presente", segundo seus autores. Seus resultados levam a crer que os consumidores devem "reduzir significativamente" o consumo desse tipo de pescado.
"Na maioria dos casos, consumir mais de 200 gramas desse pescado, numa média mensal, apresenta riscos cancerígenos inaceitáveis", segundo um comunicado da universidade norte-americana. Por sua parte, o salmão selvagem pode ser consumido oito vezes mais, segundo o estudo.
O salmão preparado em restaurantes ou vendido em supermercados na América e na Europa procede, em sua maioria, de criações em viveiros.
Toxicologia
Os autores do estudo, sete cientistas especializados em toxicologia, biologia e estatística, analisaram filetes de 700 salmões de viveiros e salmões selvagens procedentes de oito das maiores regiões produtoras da Europa e da América, comprados em comércios de várias cidades.
As análises demonstraram que o salmão de criadouro procedente da Europa está, de maneira geral, mais contaminado do que o procedente da América do Norte e da América do Sul.
"Mas até o salmão de criação procedente do Chile ou do estado de Washington, que figuram entre os menos contaminados, apresentam uma taxa de PCB (Bifenil policlorinado), de dioxinas e de dieldrina superior à do salmão selvagem", indicam os cientistas.
Alimentação gordurosa
O salmão de criação estaria contaminado por uma alimentação muito gordurosa, à base de farinha e azeite de peixe, e armazenaria substâncias tóxicas em seu tecido adiposo. Em compensação, o salmão selvagem se alimenta de organismos aquáticos, pequenos peixes e krill.
Os autores da pesquisa recomendam aos consumidores que diminuam o consumo e exijam indicações claras nas etiquetas dos alimentos que permitam distinguir entre o salmão de criação e o selvagem e que informem o país de origem do produto.
Mais da metade do consumo mundial de salmão procede de viveiros e as principais zonas de produção são: norte da Europa, Chile, Canadá e Estados Unidos.
O caso do salmão contaminado: Importante é não generalizar
O caso da difilobotríase, doença causada pelo Cestoda Diphilobothrium (D. latum – o mais comum), a tênia do peixe, como é mais conhecida, precisa ser repensado, diminuindo-se os efeitos de uma polêmica que, certamente, tem trazido prejuízo para diferentes elos da cadeia produtiva do pescado.
O Centro de Comunicação e Transferência do Conhecimento (CECOM) do Instituto de Pesca conversou sobre o assunto com o pesquisador Roberto da Graça Lopes, que integra a equipe do projeto de pesquisa “Caracterização higiênico-sanitária da cadeia produtiva do pescado marinho da Baixada Santista”. Esse projeto é desenvolvido pela Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado, vinculada ao Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho, sediado em Santos (SP).
CECOM - A contaminação do pescado é algo comum e perigoso?
Pesquisador: Não mais do aquela que pode ocorrer em qualquer outra carne, ou mesmo vegetal, consumidos como alimento. Ou seja, como todo alimento, o pescado também pode apresentar problemas de sanidade. Para que isso não aconteça, a saúde pública é bastante dependente:
1. das condições de conservação (principalmente o uso correto do frio) e da higiene com que se manipula (“in natura”), processa (na indústria) e vende o produto; 2. da atenção e nível de exigência do consumidor na escolha do produto e do fornecedor; e 3. de um eficiente serviço de vigilância sanitária.
CECOM - Como se deve encarar os avisos, oficiais ou de órgãos de comunicação, sobre a ocorrência de problemas de segurança apresentados pelo pescado ou por qualquer outro tipo de alimento?
Pesquisador: Com a mais absoluta seriedade. Porém, há que se ter bom senso para, com inteligência, eliminar de nossa dieta, temporária ou definitivamente, apenas a fonte potencial e específica do problema. Caso contrário, seria como, ainda que mal comparando, sermos alérgicos a algum tipo de tecido e, por conta disso, abolíssemos o uso de roupas. Os próprios veículos de comunicação deveriam colaborar dando informações ou fazendo argumentações que auxiliassem o público na tomada de decisões sensatas.
Deixar de consumir frutos do mar em geral, e sob todas as formas de preparo, por existir um perigo potencial relacionado apenas a certa espécie de pescado e sob condições particulares de preparo, demonstra um receio sem propósito e sério caso de desinformação. É o que ora ocorre com o parasito do salmão cru, levando a população a recusar o consumo de pescado em geral. Tal fato iniciou uma crise econômica, com reflexos na cadeia produtiva do pescado.
CECOM - O problema é tão localizado assim? Pode-se dizer que o pescado em geral não apresenta o problema da contaminação pela tênia do peixe, o parasito Diphilobotrium latum?
Pesquisador: Apesar de esse parasito não ser exclusivo do salmão, podendo infectar outras espécies de peixe, pela epidemiologia sabe-se que essa parasitose é endêmica (pode-se dizer comum, freqüente) nas áreas de lagos e deltas da Sibéria (na Rússia), na Europa (especialmente Escandinávia e outros países bálticos), América do Norte, Japão e Chile. Assim, a ocorrência do problema é freqüente em países de clima frio. O único país da América Latina que, pela literatura científica, se observa que apresenta endemismo (alta freqüência de ocorrência) do problema é o Chile.
Reunindo-se cautelosamente as informações, há razões para considerar que a origem da contaminação no Brasil seja mesmo o salmão importado e não outro tipo de pescado. Caso contrário, analise-se: o salmão consumido no País é todo importado; quase todo o salmão importado vem do Chile (área endêmica do problema); esse pescado chega apenas resfriado (não congelado, sendo o congelamento a forma de conservação que tende a inviabilizar a larva do parasito); e o seu consumo é majoritariamente cru.
Portanto, a substituição do salmão por outra espécie de peixe (comumente o atum) no preparo do sushi e do sashimi deve ser suficiente para eliminar esse problema específico, até que as autoridades sanitárias, compradores e fornecedores de salmão resolvam tecnicamente a questão. Mas, voltando ao pescado em geral, a possibilidade de espécies capturadas em nossa costa, geralmente ingeridas após preparo no calor (assadas, fritas, cozidas), estarem contaminadas pelo D. latum é, no momento, absolutamente desprezível.
Isto, porque uma coisa seria essencial para o peixe capturado em nossa costa estar contaminado: uma fonte contaminante do ambiente aquático, ou seja, o despejo de fezes contaminadas em quantidade suficiente para gerar o ciclo do parasito. E como o Brasil tem uma ínfima quantidade de casos registrados da contaminação, não há fonte contaminante suficiente para oferecer qualquer perigo às nossas espécies. Acredita-se, portanto, que o setor pesqueiro brasileiro esteja, nesta questão específica, pagando um ônus sem nenhum cabimento.
Excesso de zelo e informações não bem combinadas jogaram o foco do problema também sobre as espécies nativas, que nada têm a ver com a questão. É preciso reverter esse equívoco antes que os prejuízos econômico e social sejam seríssimos.
Utilização intensiva de antibióticos, pesticidas e hormônios na criação de salmão em viveiros marítimos atinge as águas e traz risco de contaminação
Comentário Akatu: A entrevista abaixo, concedida por Andrew Sharpless, especialista da Oceana, uma das maiores organizações internacionais dedicadas à proteção dos oceanos, traz um exemplo importante de como as escolhas de consumo são capazes de causar impactos ao meio ambiente, mesmo a milhares de quilômetros de distância do local onde se dá o consumo. Comer aqui no Brasil um salmão criado em uma área de piscicultura no Chile pode estar prejudicando a vida marítima naquela região, como mostra a entrevista.
A criação de salmão em viveiros marítimos traz altos riscos de contaminação de todo o habitat, dado a utilização intensiva de antibióticos, pesticidas e hormônios, que acabam por atingir as águas de toda a região. Além disso, essa criação gera um consumo muito maior de recursos naturais, na medida em que para cada kg de salmão cultivado são necessários cerca de 5kgs de outros peixes em sua alimentação.
As empresas em geral precisam reconhecer que é preciso criar formas sustentáveis de produzir, considerando todas as etapas da sua cadeia produtiva, visto que um impacto em um ponto da cadeia pode causar um efeito dominó para muito além da própria empresa. E os consumidores, conscientes de seu poder de escolha, são os agentes capazes de provocar empresas, ao demandar informações sobre os impactos da produção, levando-as a produzir bens e serviços de forma mais limpa e sustentável em todas as etapas da cadeia de produção.
A América Latina está preparada para explorar os recursos do mar? Confira entrevista de Andrew Sharpless, CEO da Oceana.
Como você vê o panorama da indústria da pesca na América Latina?
O Peru representa quase 12% da pesca mundial, e o Chile 5%, ou seja, esses dois países lidam com parte importante do futuro. Bem manejadas, a pesca chilena e peruana poderiam alimentar milhões de pessoas ainda nesse século. A má notícia é o colapso da indústria pesqueira, com a diminuição da captura de peixes e da biomassa. A boa notícia é que o Chile adotou leis importantes, que colocam o país na vanguarda mundial nesses temas.
Como está o famoso cinturão de plástico do Pacífico? Existe uma ameaça real para os recursos marítimos?
Há muito plástico boiando na região da costa do Pacífico. Esse plástico se degrada em pequenas partículas que são perigosas para peixes e organismos marinhos. É um problema grave, mas não é o responsável pelo colapso da indústria pesqueira, que é resultado da superexploração. Mas é um problema urgente e para qual não há outra solução além de deixar de despejar plásticos no mar, ou seja, encontrar um substituto biodegradável e economicamente viável para o plástico.
Hoje, é possível ter uma piscicultura sustentável?
Boa pergunta. O produto mais comum da piscicultura é o salmão, que se alimenta de outros peixes na proporção de 2,27 kg de alimento por cada 0,454kg de carne obtida. Os produtores de salmão têm interesse econômico em reduzir essa proporção e estão trabalhando com a introdução de alguma porcentagem de grãos no alimento, mas, infelizmente, isso prejudica o sabor. Até o momento, esse é um problema sem solução. Por isso, comer salmão não é algo bom para o oceano.
Nesse contexto, que função tem o mar para o futuro da humanidade?
Acabo de publicar um livro, chamado A Proteína Perfeita, cujo ponto central é que temos que tomar uma decisão. Seremos um planeta de 9 bilhões de habitantes em 2050, em que mais pessoas pertencerão à classe média e, assim, consumirão mais proteínas. E como as alimentaremos? A carne de boi é uma das formas mais onerosas de alimento que conhecemos: consome quantidades enormes de grãos e água e emite metano, um gás de efeito estufa.
Por isso, dizemos que quando comemos peixe não cultivado não estamos pressionando os recursos naturais. Mas, se permitirmos que os oceanos entrem em colapso ainda nesse século, conseguiremos alimentar apenas a 450 milhões de pessoas. Se o gerirmos bem, poderemos alimentar até 1,2 bilhão.
Fontes:
http://www.akatu.org.
http://caroldaemon.blogspot.
que pena irmão, eu amo salmão. NUNCA MAIS vou COMER esse peixe.
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