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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Declínio da Fertilidade Prolongando Crise Econômica Mundial, Dizem Especialistas



Dra. Susan Yoshihara
NOVA IORQUE, EUA,  dezembro (C-Fam) Especialistas lutam para entender por que a economia mundial está devagar anos depois da crise econômica mundial de 2008. O jornal Wall Street Journal dedicou uma semana de reportagens de primeira página para uma causa importante — e subestimada: o declínio da fertilidade e o envelhecimento demográfico. Elas revelaram que numa economia globalizada, a demografia de uma nação afeta o resto do mundo.
No próximo ano as populações em idade de trabalho das grandes economias declinarão pela primeira vez desde 1950, e isso inclui a Rússia e a China. Enquanto isso, a parcela de pessoas
com mais de 65 anos subirá nas alturas. A necessidade deles de bens duráveis produzidos em países em desenvolvimento diminuirá, deixando em dúvida a perspectiva da próxima geração do mundo.
De cada cinco idosos no Japão, um ainda está empregado, o dobro da média para os países desenvolvidos. Boa saúde relativa significa que o Japão gasta só 10% de sua economia na assistência médica em comparação com 17% nos EUA.
Exoesqueletos flexíveis ajudam os trabalhadores idosos japoneses a levantar cargas, algo que era para trabalhadores 30 anos mais jovens. Um robô chamado “Pepper” chega a ajudar os idosos com algumas de suas necessidades médicas. Em seu cesto de itens para o índice de preços ao consumidor, o governo japonês removeu merendas escolares e acrescentou aparelhos auditivos.
Contudo, de cada quatro idosos japoneses, aproximadamente um vive abaixo da linha de pobreza, 40% a mais do que a população total. Já que não haverá pessoas suficientes para cuidar de túmulos de família no futuro, os idosos espalham “cinzas de faz-de-conta” de barcos-casas em Tóquio para se preparar para tal alternativa. Uma empresa de balões disporá deles no ar por 2.000 dólares.
Em contraste, um quarto do mundo será africano em 2050 e, com 1,3 bilhão de pessoas com a idade média de apenas 28 anos, fornecerão a força de trabalho do mundo. Contudo, a Europa, em necessidade de mão-de-obra, está pagando aos governos africanos para receberem de volta seus cidadãos que estão agora vivendo ilegalmente na Europa.
A África está atrás do Leste Asiático na criação de empregos e infraestrutura, como escolas e estradas. Só 9% dos adultos nigerianos estão plenamente empregados, o Wall Street Journal disse, uma estatística típica para a região.
A índia fornece um exemplo para os que esperam que o setor industrial levará ao crescimento rápido da África. Como outras nações em desenvolvimento, a Índia enfrenta “desindustrialização prematura” e elevado índice de desemprego. A medida que os países envelhecem, a demanda para o que as fábricas fazem, de carros a mobília, está nivelando com pouca esperança de volta.
A China capitalizou em cima de sua imensa população em idade de trabalho para se tornar a segunda maior economia do mundo depois dos Estados Unidos. Mas depois de três décadas de planejamento familiar imposto pelo Estado na China, as fábricas estão enfrentando escassez de trabalhadores, problema intensificado por indivíduos que deixam a força de trabalho para cuidar de pais idosos. 
Os salários chineses aumentaram mais de 10 por cento numa década, fazendo com que empresas busquem mão-de-obra mais barata em outros lugares. Os executivos da Levi Strauss têm considerado se mudar para a África onde os salários são baixos e a geração mais jovem está em rápida expansão.
O dividendo demográfico da China se tornou um “peso demográfico,” de acordo com o Wall Street Journal. Uma das razões é que décadas de matar bebês do sexo feminino na China, assim como na Índia, está “destruindo o casamento universal, o sustentáculo da organização socioeconômica por séculos.” 
Na metade do século, haverá 186 homens solteiros para cada 100 mulheres casáveis na China e 191 tais homens na Índia. Ainda que a proporção de sexo no nascimento se corrigisse da noite para o dia, 21% dos homens chineses e 15% dos homens indianos ainda seriam solteiros na idade de 50.
Os Estados Unidos emergiram como um ganhador em comparação. Em média, as forças de trabalho dos países desenvolvidos encolherão 26% em 2050. A dos EUA crescerá em 10% nesse período, perfazendo 60% da população total, mas mais baixo do que os 66% hoje. O Wall Street Journal prediz que o déficit comercial dos EUA com a China ficará positivo em 2042, em grande parte devido à vantagem demográfica dos EUA sobre a China.
Susan Yoshihara co-edita o livro “Population Decline and the Remaking of Great Power Politics” (Declínio Populacional e a Reconstrução das Políticas das Grandes Potências).
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
Divulgação: www.juliosevero.com

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