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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Os evangélicos contra o impeachment

Apesar da ínfima representação no meio cristão, esquerda evangélica é sempre ouvida pela mídia


por Jarbas Aragão 


Triste situação de um país que não consegue se livrar da corrupção que grassa no centro do poder. Na época do governo militar (1964-1985) muitos líderes religiosos (pastores e padres) se dividiram, uma parte contra e outra a favor do sistema vigente. Com a redemocratização o país mudou muito e rapidamente.

No campo religioso, ocorreu uma explosão do número de evangélicos que de uma minoria passou de meros 5% para quase 30% nos dias de hoje. Mesmo assim, continua sendo um
grupo fragmentado, com muitas vertentes.

Parece que o aumento da influência política dos protestantes, caracterizada pela atuação da bancada evangélica, gerou um “racha”. O governo petista se manteve no poder por 13 anos sempre contando com o apoio de uma parcela dos evangélicos.

Quando Dilma concorreu em 2010 tinha o apoio de muitos evangélicos que pouco tempo depois da eleição dela, perceberam que os ideais comunistas estavam acima de qualquer valor cristão. Antigos aliados, como o Partido Social Cristão, do deputado Marco Feliciano, passaram a ser oposição ferrenha. Pastores influentes como Malafaia, que circulava com liberdade em Brasília nos anos de Lula, hoje denuncia constantemente os desmandos do PT.



Os únicos que parecem manter-se inabaláveis no seu apoio ao petismo são a IURD – cujo braço político, o PRB, continua na base do governoe a Assembleia de Deus Madureira. Outros grupos e denominações oscilam, ora mais ora menos perto da presidente.
Quando o presidente da Câmara Eduardo Cunha, que se diz evangélico, começou a ter sua vida exposta na mídia e não conseguiu justificar os milhões em seu nome, uma divisão mais profunda ficou aparente.

Pastores de esquerda começaram a vir a público atacar Cunha e defender Dilma. Um vídeo produzido pela revista petista Carta Capital em junho expôs que a manipulação midiática do programa de manutenção do poder do Partido dos Trabalhadores.

Em nome do que chamam de ‘justiça social’ ou ‘teologia da missão integral’, diferentes líderes evangélicos se postaram em favor da agenda do Foro de São Paulo, que tenta unir a América Latina toda em torno do ideal socialista cubano. Esquecem esses pastores que quando a Revolução Comunista ocorreu em Cuba, diversos líderes religiosos cubanos estavam entre os primeiros a serem fuzilados.

Agora, com a abertura do processo de impeachment, outro segmento vem a público defender Dilma Rousseff. O Conselho de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) publicou um documento onde defende o projeto para o país que considere “não os interesses materiais e imediatos das elites econômicas e políticas, mas sim as necessidades das grandes maiorias, especialmente dos e das trabalhadores e trabalhadoras do campo e das cidades”.

Em outras palavras, fica Dilma e fora Cunha!

Esse material logo foi alardeado pela imprensa como uma comprovação que “os evangélicos estão contra o impeachment”. O CONIC reúne lideranças as igrejas católica, anglicana, luterana, presbiteriana e ortodoxa. Atualmente é presidido pela pastora luterana Luzmarina Campos Garcia, que fez campanha para Dilma, então não há surpresas.

Como bem lembrou a revista VEJA, “é tradição do PT usar especialistas ou representantes religiosos supostamente desvinculados do partido para conferir às posições políticas petistas a autoridade técnica ou moral que lhes falta”.

Do outro lado, o pastor Silas Malafaia usou as redes sociais para denunciar mais essa manobra. “Um grupo de esquerdopatas gospel disseram que os evangélicos são contra o impeachment. Eles não representam nem 2% dos evangélicos”, escreveu ele no Twitter.
O pastor Marco Feliciano foi mais contundente, explanando em um vídeo por mais de 10 minutos como o PT está agindo para dividir o país, inclusive os evangélicos.

Enquanto alguns evangélicos defendem a saída e outros a permanência de Dilma, surgem diversas campanhas de oração pelo país. Pelas redes sociais e em diversos templos espalhados pelo país, milhares de pessoas anunciam que estão orando e intercedendo para que a justiça divina venha. Para muitos deles, o que prevalecerá será a profecia de Daniel 2:20-21:

“Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis”

Fonte: Gospel Prime

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