by lucianohenrique
Para entender o recurso da distorção da percepção de tempo, basta que você se imagine em uma cena na linha do seriado Walking Dead.
Você e seus amigos estão em uma casa isolada, prestes a ser invadida por zumbis. Vocês contam cerca de 20 balas para se defenderem. Há quase 200 zumbis chegando, portanto entendem que o armamento é inútil. As cercas já foram quebradas, e o próximo passo será ver os zumbis quebrando as portas e acabando com vocês todos. Vocês possuem cerca de
30 segundos para tomar uma decisão: fugir pela porta dos fundos, que está liberada (e permitirá a fuga segura), ou esperar os zumbis entrarem, encarando uma morte certa.
Você e seus amigos estão em uma casa isolada, prestes a ser invadida por zumbis. Vocês contam cerca de 20 balas para se defenderem. Há quase 200 zumbis chegando, portanto entendem que o armamento é inútil. As cercas já foram quebradas, e o próximo passo será ver os zumbis quebrando as portas e acabando com vocês todos. Vocês possuem cerca de
30 segundos para tomar uma decisão: fugir pela porta dos fundos, que está liberada (e permitirá a fuga segura), ou esperar os zumbis entrarem, encarando uma morte certa.
Mas eis que um dos amigos (com tendências suicidas) diz: "A melhor alternativa seria que trabalhássemos em uma vacina, encontrar a cura para a 'doença zumbi' e assim não precisaríamos ficar fugindo. Não seria melhor viver em um mundo onde não precisássemos fugir de zumbis?"
Pode parecer uma alternativa coerente, mas alguém poderia perguntar: "Não dá para criarmos uma vacina em 30 segundos!".
Enfim, o que o suicida tentou fazer foi distorcer a percepção de tempo, oferecendo uma alternativa inviável para o momento (em questão de tempo para efetivá-la) para evitar que as alternativas possíveis na linha do tempo fossem levadas em conta. E nada impediria que as pessoas escapassem da casa e pudessem, com mais calma, trabalhar na vacina. Muito provavelmente o suicida queria é ver todos morrerem mesmo.
Quando Olavo de Carvalho ataca o impeachment, se safa dizendo que "tem uma outra opção muito melhor". Daí ele usa várias cartas: "desobediência civil", "fim da classe política", "democracia direta" ou "revolução civil".
Só que ele se esquece (ou finge esquecer, o que é mais provável) que ele possui um grupo de pessoas influenciadas por ele. Essas pessoas não conseguiram até agora sequer maturar qualquer uma dessas ideias. Ou seja, ele precisaria talvez até de décadas para solidificar essas demandas, criar uma massa crítica capaz de discuti-las, e depois outra massa crítica capaz de implementá-las (nem que fosse no modelo "balão de ensaio"). Até que isto seja sequer factível, ele não poderia sequer apresentar suas alternativas ao impeachment.
Ao fazer isso, ele tenta distorcer a percepção de tempo. Na realidade, o que dá para discutir até agosto é: Dilma volta ou não volta? As outras alternativas não existem. Sendo assim, ficar contra o impeachment hoje é ficar a favor de Dilma, goste Olavo de Carvalho de reconhecer isso ou não. Qualquer desculpa dizendo "eu tenho outra alternativa melhor" é tentar enganar os leitores com a distorção da percepção de tempo.
Isso não pode ser apenas burrice. É safadeza.
Se quisermos distorção do tempo, o negócio é buscar no cinema, como nesta cena do filme X-Men Apocalypse:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça um blogueiro feliz, comente!!
Porém...
Todo comentário que possuir qualquer tipo de ofensa, ataque pessoal e palavrão, será excluído sem aviso prévio!