Será que existe confirmação histórica deste acontecimento, que ocorreu durante a crucificação de Jesus, fora dos escritos do Novo Testamento?
De acordo com os evangelhos de Marcos 15:33 e Lucas 23:44, chegada a hora sexta, quando Cristo já estava crucificado, houve uma grande escuridão no Céu.
1ª testemunha: Talo (ou Thallus)
Talo foi um historicista samaritano que escreveu em grego koinê, possivelmente entre 50 e 55 d.C. Sabemos isso em função da menção de Julio Africano (Fragments, XII), Lactantius (Divine Institutes, XIII), Teófilo (To Autolycous, III, XXIX), Tertuliano (Apology, X), Justino Mártir (Horatory to address to the greeks, IX) e Flávio Josefo (JOSEFO, Flávio, História dos Judeus).
Infelizmente, nenhum dos seus escritos sobreviveu ao tempo. Tudo o que sabemos sobre ele e sua obra provêm de outros escritores (como os já citados acima).
A partir de Júlio Africano, sabemos que Talo mencionou a escuridão que cobriu a Terra durante a crucificação de Cristo. Segundo Africano, Talo teria registrado esse fato como um evento cósmico, observe:
Talo, no terceiro dos seus livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol – o que me parece ilógico”
Júlio Africano era cético quanto ao relato de Talo, o que é justificável (já que Africano não foi testemunha ocular), pois um eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua cheia da Páscoa que Cristo morreu.[1]
É interessante notarmos que, ainda que um fenômeno natural tenha sido atribuído como a causa dessa escuridão mencionada por Marcos e Lucas nos evangelhos canônicos, um dos fatos bem intrigantes da história de Cristo parece ter sido aludida até mesmo por aqueles que se recusavam a acreditar nela.
2ª testemunha: Flegão (ou Phlegon)
Edwin M. Yamauchi, Ph.D, formado em hebraico e estudos helenísticos, mestre e doutor em estudos mediterrâneos, lembra uma citação do estudioso Paul Maier a respeito desse período de escuridão, em uma nota de rodapé do seu livro sobre Pôncio Pilatos (1968):
“Esse fenômeno, evidentemente, foi visível em Roma, Atenas e outras cidades do mediterrâneo. Segundo Tertuliano (…) foi um evento “cósmico” ou “mundial”. Flegão, um autor grego da Caria, escreveu uma cronologia pouco depois de 137 d.C. em que narra como no quarto ano das Olimpíadas de 202 (ou seja, 33 d.C), houve um grande “eclipse solar”, e que “anoiteceu na sexta hora do dia [isto é, ao meio-dia], de tal forma que até as estrelas apareceram no céu.
Houve um grande terremoto na Bitínia, e muitas coisas saíram fora de lugar em Nicéia” (MAIER, Paul, Pontius Pilate, p.366) [2]
Conclusão
Com essas declarações dessas duas testemunhas não bíblicas podemos concluir que na ocasião da morte de Jesus Cristo na cruz, realmente houve uma escuridão na Terra (eclipse solar) que ficou conhecido em diferentes partes do mundo antigo, algo que confirma a historicidade dos evangelhos de Marcos e Lucas.
Conclusão
Com essas declarações dessas duas testemunhas não bíblicas podemos concluir que na ocasião da morte de Jesus Cristo na cruz, realmente houve uma escuridão na Terra (eclipse solar) que ficou conhecido em diferentes partes do mundo antigo, algo que confirma a historicidade dos evangelhos de Marcos e Lucas.
Ademais, a história da crucificação de Cristo já era conhecida na região do Mediterrâneo por volta do ano 50 d.C, ou seja, mesmo aqueles que não acreditavam na história cristã, tentavam oferecer diferentes explicações para as informações que tinham acesso sobre esse misterioso evento cósmico.
Referências:
[1] MACDOWELL, Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, p.107
[2] STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo, Vida, 2001, p. 86
Referências:
[1] MACDOWELL, Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, p.107
[2] STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo, Vida, 2001, p. 86
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