Unico SENHOR E SALVADOR

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terça-feira, 2 de julho de 2019

Depressão, suicídio e o profeta Elias


Julio Severo

Enquanto nós cristãos pró-vida confrontamos hoje a cultura do aborto (assassinato de bebês) e homossexualidade, nos esquecemos muitas vezes de que na Bíblia homens de Deus também enfrentaram cultura semelhante.

O deus Baal, cujos sacerdotes eram homossexuais e praticavam homossexualidade “sagrada,” exigia sacrifício de bebês recém-nascidos.

O exemplo mais notável de enfrentamento profético ao deus Baal vem do profeta Elias.

Depois de Elias confrontar e vencer 450 profetas de Baal numa disputa, a Bíblia diz:

“Então Elias lhes ordenou: ‘Prendei agora mesmo todos os profetas de Baal! Que nenhum deles escape!’ E o povo os prenderam. Elias fê-los descer para próximo do riacho de Quisom e lá os degolou a todos.” (1 Reis 18:40 KJA)

Degolar é cortar a cabeça. Cortar a cabeça, com as próprias mãos, de 450 homens foi uma tarefa imensamente cansativa. Eu ficaria cansadíssimo de degolar apenas 50 profetas de Baal. Mas Elias fez isso com quase 500.

Depois desse trabalho cansativo, a Bíblia diz:

“Diante disso, Jezabel mandou um mensageiro a Elias com o seguinte recado: ‘Que os deuses me façam sofrer as piores desgraças, se até amanhã a esta hora eu não fizer com a tua vida o que fizeste com os profetas!’” (1 Reis 19:2 KJA)

Jezabel, esposa do rei Acabe, era a rainha. Se ela disse que queria Elias morto, então o país inteiro estaria caçando Elias para ela degolá-lo.

Cansado e desanimado com tal perseguição violenta, Elias fugiu. A Bíblia relata:

“Quanto a ele, fez pelo deserto a caminhada de um dia e foi sentar-se debaixo de um pé de giesta, uma espécie de arbusto, e ali orou pedindo para si a morte, dizendo: ‘Agora basta, ó Yahweh! Retira-me a vida, pois não sou melhor que meus pais!’” (1 Reis 19:4 KJA)

De tanta perseguição, Elias queria que Deus o levasse. Se fosse para se matar, ele nem precisaria pedir nada. Bastava-lhe pegar uma arma e usar. Mas a ideia dele nunca foi se matar.

Elias era um homem que costumava clamar a Deus incessantemente. E Deus sempre ouve homens de oração. Ele sempre age sobrenaturalmente em resposta a homens de oração.

É nesse ponto que, na Bíblia, Deus simplifica tudo trazendo um anjo. Só para começar. Depois, Elias foi parar numa caverna onde ele ouviu a própria voz de Deus. Apesar de que essa reposta tão simples está na Bíblia há séculos e milênios, os seres humanos estão aí para complicar tudo. Como sempre.

Numa palestra sobre suicídio disponível no YouTube(a partir dos 30min35seg), Marisa Lobo, que se identifica como psicóloga cristã, enfiou o caso de Elias no meio de seu assunto sobre pessoas depressivas que querem se matar.

Chamando Elias de “depressivo” várias vezes, Marisa comparou a caverna onde Elias estava a um hospital, onde o paciente recebe comida e medicamentos.

A comparação de Marisa está longe do sentido bíblico, pois Elias não recebeu nenhum medicamento e a caverna estava longe de ser hospital. Aliás, se uma pessoa depressiva de hoje fosse parar numa caverna sem água e luz, ficaria ainda mais depressiva.

Marisa errou ao rotular Elias de depressivo, como se de tempos em tempos ele ficasse em estado de depressão. Absolutamente nada na Bíblia indica que Elias tinha crises regulares de depressão.

Se um episódio isolado de angústia da alma causada por grande perseguição política transforma, no olhar psicológico de Marisa, Elias em “depressivo,” então todo mundo na Bíblia era depressivo. 

Nessa definição “clínica” dela, qual é o cristão que escapa de ser rotulado de “depressivo”?

Na verdade, Elias não era depressivo. Ele sofreu uma grande perseguição, como todos os grandes homens de Deus sofrem, e ficou com angústia da alma naquele momento específico. Rotular Elias como depressivo apenas para enfeitar uma palestra psicológica sobre suicídio é manter Elias num estado permanente ou quase permanente de depressão. Esse nunca foi o caso de Elias. A Bíblia simplesmente não dá margem para esse tipo de interpretação.

Quanto a dizer, mesmo em comparação, que a caverna seria um hospital com medicamentos para pacientes de depressão, a complicação só fica mais complicada.

O site científico BMJ, em seu artigo “Antidepressivos aumentam o risco de suicídio, violência e homicídio em todas as idades,” informa que os medicamentos antidepressivos:

são muito perigosos; caso contrário, o monitoramento diário não seria necessário: “As famílias e os cuidadores dos pacientes devem ser aconselhados a ficar de olho no aparecimento de tais sintomas diariamente, já que as mudanças podem ser abruptas”… “Todos os pacientes em tratamento com antidepressivos por qualquer indicação devem ser monitorados apropriadamente e observados de perto quanto à piora clínica, tendências suicidas e mudanças incomuns no comportamento, especialmente durante os meses iniciais de um ciclo de terapia medicamentosa, ou em momentos de mudança de dose, aumentos ou diminuições. 

Os seguintes sintomas, ansiedade, agitação, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade, agressividade, impulsividade, acatisia (agitação psicomotora), hipomania e mania, foram relatados em pacientes adultos e pediátricos em tratamento com antidepressivos.”

O BMJ acrescentou:

Tal monitoramento diário é, no entanto, uma solução falsa. As pessoas não podem ser monitoradas a cada minuto e muitos cometem suicídio ou homicídio… poucas horas depois que todos pensaram que estavam perfeitamente bem.

O BMJ também diz:

Já não se pode duvidar de que os antidepressivos são perigosos e podem causar suicídio e homicídio em qualquer idade (5-7). É absurdo usar drogas para depressão que aumentam o risco de suicídio e homicídio…

Em reportagem recente no jornal britânico Daily Mail sobre drogas antidepressivas, o Dr. Michael Hengartner, da Universidade de Zurique, na Suíça, disse: “Podemos declarar com certeza que essas drogas estão produzindo uma taxa excessiva de suicídios, além da própria depressão.”

Se em vez de receber a visita do anjo e ouvir a voz de Deus, Elias tivesse recebido algumas pílulas contra depressão, ele poderia realmente ter se matado ou ter matado alguém, ainda mais estando numa caverna melancólica!

A caverna só não aumentou a angústia da alma de Elias porque ele já estava recebendo visitações de Deus, com anjos e a voz sobrenatural do alto.

Contudo, tente imaginar a cena se, como quer psicólogas como Marisa, Elias tivesse sido internado num hospital psiquiátrico. Bastaria que ele falasse que viu um anjo e ouviu Deus falando e os psiquiatras recomendariam fortes doses de suas drogas psiquiátricas — sem mencionar uma camisa de força. Um hospital psiquiátrico deixaria Elias doente de corpo e alma. Seria a pior desgraça da vida dele. Internado em tal lugar é que ele pediria para Deus levá-lo logo.

Em conclusão, o que todas essas informações bíblicas e científicas nos mostram?

* Elias não vivia numa condição de crises depressivas frequentes, mas sentiu depressão num momento específico de sua vida por causa da ameaça de morte de uma grande autoridade governamental.

* Pílulas contra depressão, que podem causar suicídio, violência e assassinato, não podem ser colocadas no mesmo nível de importância da visitação de anjos e a voz de Deus.

* A caverna inóspita sem luz e água de Elias não era um hospital psiquiátrico para curar pacientes depressivos, que ficariam ainda mais depressivos em tal ambiente melancólico.

* Marisa Lobo, que ensina dentro das igrejas sobre depressão e suicídio transformando a caverna de Elias num hospital psiquiátrico, precisa de alguém para lhe ensinar acerca da Bíblia e verdades científicas sobre as drogas antidepressivas.

Eu realmente duvido que uma palestra de psicologia dentro da igreja usando a Bíblia apenas como enfeite tenha um efeito positivo. Marisa frequentemente palestra na igreja do depressivo Pr. Marco Feliciano e, coincidência ou não, recentemente um dos pastores ali, que dificilmente não chegou a ouvir as palestras dela, cometeu suicídio.

Sou totalmente a favor de psicólogos cristãos que levam a Bíblia para dentro de seus consultórios e usam a psicologia apenas como enfeite da mensagem bíblica essencial. Mas levar a psicologia e seus truques para dentro das igrejas e usar a Bíblia como enfeite da psicologia gera aberrações como transformar a caverna de Elias em hospital psiquiátrico com antidepressivos que, em vez de ajudar, carregam o risco de levar os pacientes a se matar ou a praticar violências, inclusive assassinatos.

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