Índios paresis querem ampliar lavoura e dominam atualizada tecnologia.
O povo paresi da terra indígena Utiariti saiu este ano para a colheita de perto de 4.000 hectares de milho que ele mesmo semeou com atualizada tecnologia.
Em fevereiro, suas modernas máquinas haviam colhido 9.000 hectares de soja, informou reportagem da “Folha de S.Paulo”, rica em informações.
Nove carretas estavam a postos em Campo Novo do Parecis (410 km ao noroeste de Cuiabá), cidade mais próxima, para transportar a produção de soja e vendê-la.
O exemplo é característico de uma feliz integração dos paresis na grande família brasileira.
Trata-se de mais uma amostra que contradiz as ideologias comuno-ecologistas que pretendem mantê-los presos à vida “selvagem” e miserável sonhada pelos teorizadores do missionarismo comunista.
Eles queriam fazer a colheita e a comercialização da safra apesar da oposição do Ministério Público Federal e da falta de licenciamento ambiental junto ao Ibama, noticiou ainda a “Folha”.
Eles estão progredindo e querem melhorar ainda mais para bem de suas famílias, dos filhos e do Brasil do qual se sentem parte viva e inseparável.
No fim do ano passado, os paresis formaram uma cooperativa e encerraram contratos com produtores rurais não brancos, um dos pontos de discórdia com o MPF, explicou a “Folha”.
Os índios garantem que não usam sementes transgênicas em suas terras, para não ter problema com a lei 11.460.
Se não fosse a punição legal os índios que conhecem a natureza não dariam importância à demagogia ambientalista contra os transgênicos.
No ano passado, por exemplo, o Ibama multou em R$ 128 milhões a diversos produtores indígenas e não indígenas por usá-los.
“Nós preservamos o meio ambiente, nossas terras e tradições. Apenas queremos usar uma pequena parte para nosso sustento”, diz Ronaldo Zokezomaiake, 44, presidente da Copihanama, a cooperativa dos paresis.
“Os índios paresis plantam e produzem com muita competência, demonstrando que podem se integrar ao agro sem perder suas origens e tradições”, tuitou o ministro de Meio Ambiente Ricardo Salles após visitar a terra indígena.
Paresis se defendem “acham que o índio tem de viver no período pré-colonial”
Os paresis receberam uma área total de 1,5 milhão de hectares, mas plantam soja, milho, feijão e girassol em apenas 14.600 hectares delas, ou 1% área da reserva criada em 1984.
Se não fossem índios, seriam apontados como alguns dos mais monstruosos latifundiários improdutivos do Brasil e tal vez expropriados para fins de reforma agrária.
A tradição agricultora, explica Ronaldo, remonta a 1976, quando cinco índios foram levados por missionários católicos para conhecer plantações no Rio Grande do Sul e aprenderam a operar tratores.
Quando retornaram, iniciaram a primeira lavoura de 50 hectares de arroz.
Um louvável exemplo do que podem fazer os bons missionários não intoxicados pela teologia eco-indigenista ou comunista.
As restrições do governo que diz querer protege-los fizeram que muitos fossem trabalhar em fazendas.
Então, a população nas terras caiu para menos de 300 pessoas.
Agora, com uma prudente e ansiada modernização, são 2.600, em 63 aldeias, todas com eletricidade e internet sem fio.
Para plantar soja agiram com bom senso e fizeram um acordo com produtores rurais não índios, que entraram com fertilizantes, insumos, máquinas e parte da mão de obra.
Os índios cediam a terra e alguns trabalhavam nela. A produção era dividida, após o ressarcimento aos brancos pelo investimento.
O Ministério Público reprimiu os acordos considerando se tratar de arrendamento proibido pelo artigo 231 da Constituição, que fala em “usufruto exclusivo” das terras pelos povos indígenas.
Mas essa visualização que soa a sectária ou racista na verdade contradiz os mais profundos e melhores anseios do povo paresi.
Lavoura moderna e produtiva, integrada no Brasil do qual se sentem parte como nós.
O pretexto parte de teologias ou ideologias que são contrárias ao povo índio na hora dos fatos.
Ronaldo critica justamente quem quer impedir a produção em terra indígena: “acham que o índio tem de viver no período pré-colonial.”
Arnaldo Zunizakae, 47, vai com frequência a Brasília conversar com ministros e deputados ruralistas na esperança que o novo governo acabe essa situação que eles consideram injusta.
A “Folha” explica que os paresis propõem que o governo estabeleça linhas de crédito específicas para a agricultura indígena, uma vez que as terras, por serem da União, não podem ser oferecidas como garantia.
Também defendem que a legislação permita acordos de produção com não índios e o uso de sementes transgênicas.
“Se a lei autoriza o não índio a plantar transgênico, por que essa desproporcionalidade no tratamento conosco?”, pergunta Arnaldo.
Em razão da situação jurídica incerta, os índios têm tido dificuldade em fechar contratos com grandes empresas de alimentos e precisam se contentar com firmas menores, perdendo no preço.
Segundo Arnaldo, a semente transgênica gera produtividade 10% maior e requer menos agrotóxicos, o que ajuda a proteger o ambiente.
“Ainda estamos longe de fazer a agricultura como deve ser feita”, diz ele. Na última safra de soja, a produtividade foi de 47 sacas por hectare, quando a média nacional é de 55.
Mas o saldo, segundo os índios, é amplamente positivo. No ano passado, distribuíram R$ 1,3 milhão para as aldeias.
“Aqui há 20 anos, tinha guarda na porta do supermercado, porque achavam que o índio ia roubar. Hoje eles abrem as portas para nós, sabem que vamos comprar”, diz Arnaldo.
Os índios, diz, não podem viver apenas da caça, pesca e coleta.
“Temos 400 anos de contato com brancos, nossa cultura sofreu interferência”, afirma ele, que nega que sejam manipulados por fazendeiros ou o governo. “Não é verdade, é tudo decisão nossa”, diz.
Gilberto Vieira secretário-adjunto do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), órgão dependente da CNBB e habitualmente engajado na guerra do ambientalismo contra a agropecuária, manifestou seu desacordo com os índios que diz defender.
Ele não podia dizer outra coisa senão que a autonomia dos povos indígenas tem de ser respeitada quanto à exploração econômica de suas terras, mas é preciso seguir o que diz a lei.
Acontece que a legislação inclui pontos demagógicos de ideologia lulopetista em favor do comuno-tribalismo e que enforcam os povos indígenas num esquema utópico de que os paresis querem se libertar.
Vieira afastou toda dúvida sobre sua antipatia ideológica contra os índios que querem progredir.
Paresis garantem que transgênico não traz problema mas ajuda
“Essas atividades têm de ser feitas de acordo com os usos e costumes tradicionais do povo, e não me consta que produção de soja se encaixe nesses requisitos”, diz Vieira.
Quer dizer, os paresis não podem fazer o que estão fazendo porque a ideologia verde-comunista não quer.
Estão sendo coagidos a “viver no período pré-colonial”, como disse o índio Ronaldo.
Vieira arrematou que se os paresis seguem querendo progredir no sentido que o estão fazendo, em palavras da “Folha de S.Paulo”: “isso poderia, no limite, levar até à revisão da posse da terra dos paresis”.
Quer dizer perderão suas terras. Isso é claro soa como uma ameaça.
O funcionário do tentáculo da CNBB condenou os índios com vigor: “os paresis aderiram a uma lógica de mercado. Isso pode gerar ganhos imediatos, mas futuramente trazer problemas ambientais e prejudicar os próprios índios”.
Na arbitrária lógica eco-comunista, os índios paresis cometeram um dos piores “pecados” ecologistas: “aderiram a uma lógica de mercado”.
O tentáculo da CNBB vira assim inimigo dos índios como os teólogos eco-comunistas gostam.
E os verdadeiros índios paresis? Não podem ser como eles querem ser, e ainda são apontados de réus dos piores crimes!
Poderia haver algo mais injusto e mais contrário a unidade do Brasil?
Luis Dufaur: Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs
Phonte: Verde, A Nova Cor do Comunismo
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