Crenças se misturam em Salvador na homenagem dos fiéis a São Lázaro
O padre Tadeu Pawliko, da Igreja de São Lázaro, polonês que reside há mais de 30 anos em Salvador, conta que o santo é “um personagem da parábola sobre o rico e o pobre porque ele representa o pobre que é desprezado pelo rico. Mesmo assim, com uma confiança infinita em Deus”.
Ele acrescenta que nos tempos atuais, o santo representa “todos os lázaros jogados fora que a sociedade não acolhe”. Conta que a devoção ao santo começou com a construção da capela pelos escravos, em 1737, século XVIII, e que junto da igreja havia um hospital para pessoas com doenças contagiosas, desta forma afastado do centro da cidade.
Oração, cantos e promessas
A ialorixá Vera Lúcia Alaine, do centro Obaluaiê Tupinambá, desde cedo se posicionou na escadaria da igreja para o tradicional banho de pipocas e conta que há 20 anos benze as pessoas com pipocas. Ela falou que ontem, especialmente, o pedido que fazia ao santo era “Paz”.
Ao se aproximar do local onde os fiéis acendiam velas, a funcionária pública federal, Flordinice Soares, contou que há mais de 60 anos nesta mesma data acende duas velas ao santo. “Continuo o que meus pais, já falecidos, faziam todo o ano no dia de São Lázaro, comemorado no último domingo de janeiro”.
Após tomar o tradicional banho de pipoca Vinicius Pereira Lima se dirigiu à capela para assistir à missa. Indagado sobre a crença nas duas religiões, ele respondeu. “Sou católico desde pequeno, mas não desprezo o candomblé. Este banho de pipoca é muito bom para tirar a energia negativa e para a saúde”, afirmou.
Tribuna da Bahia
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