Sempre ouço pessoas argumentando que a pedofilia sempre existiu “só” não era propagada, que os meios de comunicação modernizaram-se com os satélites e são agora “on-line”; nossas avós casavam-se meninas; a população e as drogas “aumentaram”...
Discordo porquanto os tais ressuscitados de Sodoma e Gomorra, ao menos na minha imaginação, não estariam impressionados com a quantidade de pedófilos mas, mais e principalmente, lógico, quanto a peculiaridade, a saber: a faixa etária das crianças abusadas. Mês retrasado, numa cidade circunvizinha, um casal, pai e mãe, molestaram sexualmente a filhinha de 6 meses. Vou repetir: 6 meses! Não me lembro de nenhum caso similar e pergunto: o misericordioso leitor pode imaginar este terrível fato ocorrendo na década de ou 60 ou 70? Não teria causado comoção nacional e internacional?
Sábado, dia 21, depois de reler o artigo, de minha autoria, “Outra grande diferença entre os homens e as mulheres”, voei com os olhos para o artigo “Os habitantes da Nova Jerusalém”, publicado na mesma página, do escritor Iron Junqueira, um dos melhores do Caderno. Me identifiquei imediatamente com tudo o que lia.
O misericordioso leitor que acompanha estas minhas linhas sabe muito bem sobre a minha preocupação com a tal da pedofilia, afinal, tenho uma filha de 5 anos, a Sophia Penellopy, e tenho, também, certeza de que ela é uma das habitantes desta “Nova Jerusalém” e, destarte, prometo, não vou ocupar estas linhas com corujices, mas somente mencionar que ela é meiguíssima e dotada de uma beleza e inteligência extraordinárias, tanto que joga xadrez e fala “concordando” pronomes e verbos bem melhor que a maioria dos adultos, com um vocabulário que deixa-nos impressionados.
O mestre Iron Junqueira esclarece, no artigo, repetindo: “Os habitantes da Nova Jerusalém”, quem são estas crianças:
“Há legiões de crianças em meio a toda espécie de adultos e em todos os meios e classes sociais, que são verdadeiros prodígios de inteligência, maturidade precoce, atentos ao comportamento dos que se acham próximos, indagando sobre isto e aquilo, demonstrando interesses variados e melhor ainda, dando exemplos de respeito e fraternidade, talento e espontaneidade, assim, de maneira informal, sem que pais ou alheios lhes reconheçam a diferença e lhes ofereçam educação melhor. Mesmo porque, talvez, não a tenham”.
Em abril, dia 29, num artigo sob título: “O fio dental nos dentes e nas bundas”, mencionei sobre a responsabilidade de nós, os pais, e os erros de alguns: “Além disso, permitem que os seus filhos utilizem um linguajar chulo, repleto de gírias, roupas extravagantes ou muito curtas, que interrompam as conversas sem pedir licença, enfim, nós somos os culpados, nós os “adultos adulterados”. O que estamos vendo hoje nos programas vespertinos das televisões era visto, não faz muito tempo, somente dentro de cabarés, zonas ou puteiros, portanto, a vigilância é fundamental para que possamos construir, na mente dos nossos filhos, uma estrutura condigna. Podem achar que eu sou exagerado, mas a minha filha, a Sophia Penellopy, não assiste nem novelas”.
Quanto à maneira diferenciada com a qual eu educo a minha pequenina, deve-se, claro, naturalmente, ao temor, ao medo do que possa lhe ocorrer neste tal mundo infernal. O magistral Iron Junqueira não exagerou quando afirmou:
“Em compensação, a índole dócil e a intuitiva inteligência desses índigos e cristais que estão chegando, os que conseguem sobreviver – pois são muito visados pelas Trevas – vão sucedendo a população dos que, infelizmente, não souberam valorizar sua oportunidade de regeneração –, bem como a dos que estão sendo transferidos deste para outro orbe inferior à terra, onde irão deparar com o primitivismo e a ignorância dos nativos”.
Meus agradecimentos ao caríssimo Iron Junqueira pelo brilhante artigo, aliás, vou “esfregá-lo” na cara dos intrometidos que me criticarem dizendo que estou sendo “muito rígido” ou “muito condecedente” com a Sophia.
Até.
(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)
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