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domingo, 31 de agosto de 2014

Menos de 24h depois de lançar plano de governo, Marina recua sobre casamento gay

A candidata Marina Silva e o vice dela, Beto Albuquerque, no lançamento 
do plano de governo em São Paulo (Foto: Divulgação)

POR RODRIGO RODRIGUES 
Menos de 24 horas depois de lançar o plano de governo na presença de vários apoiadores e de todo o staf de campanha do PSB e da Rede Sustentabilidade, a presidenciável Marina Silva voltou atrás sobre o tema do casamento gay e divulgou uma nota pública corrigindo o programa publicado na internet.
 
Torpeada por críticas ferrenhas de religiosos como o Pastor Silas Malafaia, que chamou o plano de “vergonha pior do que do PT e do PSDB” no que diz respeito aos itens que falam sobre a causa gay, a campanha de Marina voltou atrás em vários itens considerados importantes pela comunidade LGBT.
 
A nova proposta é bem mais amena aos ouvidos evangélicos e elimina muitos pontos polêmicos.
 
Entre os recuos apresentados pelo programa de governo da presidenciável do PSB estão o apoio a aprovação do PLC 122/06 – que equipara os crimes de discriminação de gênero com os crimes de racismo – a eliminação dos obstáculos para adoção de crianças por casais homossexuais – que ganhou uma nova redação no documento – além de eliminação do primeiro ponto do programa, que apoiava propostas em defesa do casamento civil gay igualitário no país. 
 
Sobre esse último item, o texto que trazia a redação "apoiar propostas em defesa do casamento igualitário, com vistas para à aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição Civil" foi substituído pela redação "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo". 
 
Segundo a equipe de comunicação de Marina Silva, o recuo se deve a um erro cometido pela equipe responsável pela impressão do documento da campanha na hora da fabricação e publicação das proposta:
 
“Em razão de falha processual na editoração, a versão do Programa de Governo divulgada pela internet até então e a que consta em alguns exemplares impressos distribuídos aos veículos de comunicação incorporou uma redação do referido capítulo que não contempla a mediação entre os diversos pensamentos que se dispuseram a contribuir para sua formulação e os posicionamentos de Eduardo Campos e Marina Silva a respeito da definição de políticas para a população LGBT”, diz a nota distribuída pela campanha da candidata.
 
Coincidência ou não, os itens usurpados do documento ou que ganharam nova redação são exatamente aqueles que foram alvo da critica do Pastor Silas Malafaia na noite de ontem e registrada por Terra Magazine:
 
“O programa de governo do partido de Marina é pior que o PT e o PSDB, no que tange aos direitos dos gays. Apóia descaradamente o casamento gay e pede, inclusive, a aprovação do extinto PLC 122, que, entre outras coisas, põe pastor na cadeia. É uma vergonha que prevê casamento, adoção de crianças e etc”, comentou o religioso fundamentalista. (veja aqui)
 
Militante da causa LGBT, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) criticou o recuo de Marina Silva sobre as propostas para a comunidade gay. 
 
Segundo o parlamentar, "a nova política da Marina é tão velha que lembra os argumentos dos racistas americanos de meados do século XX".
 
"Em "nota de esclarecimento", Marina Silva desmente seu próprio programa de governo e afirma que não apoia o casamento civil igualitário, mas uma lei segregacionista de "união civil". Vocês já imaginaram um candidato presidencial dizendo que é contra o direito dos negros ao casamento civil, mas apoiaria uma "lei de união de negros"? A nova política da Marina é tão velha que lembra os argumentos dos racistas americanos de meados do século XX. Contudo, o pior é que ela brincou com as esperanças de milhões de pessoas! E isso é cruel, Marina!", disse o deputado no Facebook. 
 
O deputado também atribuiu o recuo de Marina aos ataques de Silas Malafaia contra a candidata nas redes sociais: 
 
"Bastaram quatro tuites do pastor Malafaia para que, em apenas 24 horas, a candidata se esquecesse dos compromissos de ontem, anunciados em um ato público transmitido por televisão, e desmentisse seu próprio programa de governo, impresso em cores e divulgado pelas redes. Marina também retirou do programa o compromisso com a aprovação da lei João Nery, a elaboração de materiais didáticos sobre diversidade sexual, a criminalização da homofobia e da transfobia e outras propostas. Só deixou frases bonitas, mas deletou todas as propostas realmente importantes. E ela ainda nem se elegeu! O que esperar então dela se eleita presidenta quando a bancada fundamentalista, a bancada ruralista e outros grupos de pressão começarem a condicionar o apoio a seu governo?", argumentou o parlamentar do PSOL.
 
Veja como eram ontem e hoje as propostas de Marina Silva para a comunidade LGBT:
 
                     Antes                                        Depois 
 
 
O próprio Silas Malafaia comentou no Twitter as mudanças do plano de governo de Marina Silva sobre o assunto. Segundo o pastor radical, as propostas continuam igualmente absurdas:
“O ativismo gay tá rindo a toa. Marina, a candidata membro da Igreja Evangélica Assembléia de Deus apóia a agenda do ativismo gay em seu plano governo. Absurdo. Não mudou nada. O programa de governo de Marina é uma defesa vergonhosa da agenda gay. E o pior, com dados mentirosos sobre o assassinatos de gays. Vou provar aguardem. Se Marina não se posicionar até segunda, na terça será a mais dura e contundente fala que já dei até hoje sobre um candidato a presidente”, ameaçou o pastor. 
 
Terra Magazine

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