Militantes do PT partiram para a baixaria contra William Bonner após a entrevista com Dilma. Em resposta, ele deu vários puxões de orelha nos MAVs, a famosa militância virtual do PT.
Veja a imagem abaixo, com vários posts de Bonner no Twitter:
Nada mais nada menos vemos a reação de um jornalista que tomou pressão e reagiu a elas, argumentando que os xingamentos eram indevidos. Não podia faltar um pouco de ironia e sarcasmo, pois a turma do MAV sempre fez por merecer isso.
A reação da BLOSTA, como sempre, jamais inclui qualquer componente de auto-crítica. Reparem em como eles não souberam digerir as críticas justas de Bonner, em um texto do Brasil247:
"William Bonner assumiu. No últimos 18 anos, ele cultivou a imagem de equilíbrio e imparcialidade, de bom moço e de galã, no comando da bancada do Jornal Nacional – a instituição jornalística da Rede Globo que, mesmo perdendo audiência aos borbotões nos últimos, ainda é um dos veículos de mídia mais poderosos do País. Mas agora é diferente."
Vejam só como essa gente não dá um ponto sem nó. Antes, quando William Bonner criticou a patrulha sofrida por adeptos da oposição, tudo bem. Mas no momento em que ele passou a criticar a patrulha do MAV (muito mais selvagem e anti-civilizacional), perdeu a “imagem de equilíbrio e imparcialidade, de bom moço e de galã”. Mais uma vez, vemos que os julgamentos dessa turma não valem absolutamente nada.
Pelo twitter, ironizando as críticas sobre a maneira como conduziu a entrevista de 15 minutos com a presidente Dilma Rousseff, anteontem, ele avisa que “sempre” foi durão, que nunca pegou leve com seus entrevistados e que está disposto a novas incursões do mesmo tipo. Cuidado com ele, é como se o próprio avisasse, numa espécie de lançamento de uma candidatura informal a jornalista valentão.
Ao contrário. Isso é jornalismo de verdade, onde devem ser feitas perguntas incômodas, especialmente a quem detém o poder estatal. Como já disse, lancei suspeitas sobre Bonner, pois achei que após avançar sobre Aécio e Eduardo, ele amansaria contra Dilma. Ele não amansou. No momento dele receber os parabéns, os petralhas reclamam de não terem tido o privilégio de sua mansidão. Realmente, a cara de pau do pessoal da BLOSTA bate recordes a todo momento.
Na verdade, a crítica a Bonner se deu pelo fato de ele ter interrompido, por 21 vezes, a presidente em suas respostas. Pelo fato de sua primeira pergunta ter durado dez por cento do tempo total da entrevista. Por ter conduzido uma entrevista que derivou para dedo em riste na direção da presidente e vozes exaltadas entre os perguntadores.
Agora vem a distinção de emergência. O problema não é mais a assertividade do entrevistador, mas as interrupções? Bem, se eu perguntar para alguém qual o resultado dos testes de um projeto e essa pessoa começar a narrar uma receita de lasanha, eu a interromperia umas 5 vezes em 1 minuto. No mínimo. Logo, eles deveriam entender os motivos para as interrupções. O fato é que Dilma falou muita bobagem na tentativa de fugir de todas as questões. Alias, auditores são bons para descobrir enroladores, que começam a divagar sobre o assunto. Essas interrupções são mais que bem vindas nesses momentos. E quanto ao dedo em riste, quem clicar aqui verá que essa é a linguagem natural de Dilma. A partir disso, quando você coloca o dedo em riste diante de uma pessoa assim, não temos mais uma afronta, mas rapport.
Em seu trato de “tio” para “sobrinhos” com seus seguidores no twitter, Bonner vem sustentando, com ironia e sarcasmo, que quem não gostou de sua postura foram os “corruptos”, os “robôs partidários” e os “blogueiros sujos”. Dá, neste sentido, uma lista de perguntas que este gostariam que fosse feitas para o candidato “DELES”, tais como “Aceita um cafezinho?”.
Nota 10 para William Bonner nessas ironias e sarcasmos. Petralhas não reagem bem diante desse tipo de recurso, pois eles vestem sempre a carapuça do ridículo.
Bonner não admite a surpresa dos quem enxergam, no Jornal Nacional, um veículo com múltiplos compromissos, com uma história de sustentação ao regime ditatorial. Os mesmo que veem no próprio Bonner um âncora notadamente acrítico no dia a dia. Seus comentários quase não existem, e quando são pronunciados para marcar alguma notícia, no mais das vezes soam como genéricos.
A surpresa é que a Rede Globo abaixou a cabeça para uma ditadura. E até então, estava abaixando a cabeça para outra. William Bonner se rebelou.
Com o apoio de seus seguidores, Bonner está dizendo que nunca deixou de ser durão. E que vai continuar. A depender do resultado das eleições presidenciais, é de se acompanhar se essa garantia vai se sustentar.
Eles se fingem de sonsos agora, pois o que Bonner disse é que sempre foi incisivo nas sabatinas em candidatos à presidência. Depois das eleições presidenciais, não existirão mais sabatinas até 2018. E isso é mera questão de lógica.
Quem se acostumou a apelar, dependendo de mimos para não se defrontar com os problemas reais, nunca vai reagir bem quando é tratado de forma isonômica. O mimimi da BLOSTA nos serve como um belíssimo exemplo desta anomalia petralha.
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