“Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que
não mais andeis como andam os gentios,
na vaidade da sua mente, entenebrecidos no entendimento,
separados da vida de Deus pela ignorância que há neles,
pela dureza do seu coração.”
(Efésios 4:17-18)
Desde o início do século XXI, inúmeras mudanças ocorreram no meio evangélico provocando um redirecionamento da fé. Fruto de um processo lento e avassalador ocorrido desde a década de 80 (talvez até antes), sua moral, dentre outras, entrou em declínio.Por que isto aconteceu? A resposta para tal questão é robusta, não podendo ser apresentada como algo específico. As alterações são resultados de muitas interferências dos homens de poder que ficaram secularizados e modificaram o discurso da pregação de um Evangelho que muda vidas para vidas que decidiram mudar o Evangelho.
Cesar Castellanos, Kenneth Hagin e Benny Hinn transformaram suas experiências em doutrinas, rompendo com a ortodoxia histórica da Igreja e fermentando o evangelicalismo com heresias. Adeptos de suas convicções, alguns brasileiros crédulos (pastores e pastoras liberais) e cúmplices fervorosos como Renê Terranova, Valnice Milhomens, Casal Estevam e Sônia Hernandez, Bispo Rodovalho dentre outros, recepcionaram aqui no Brasil o conteúdo doutrinário advindo desses e tantos outros hereges e proclamam em seus púlpitos as falácias de seus propalados “profetas”. Como já era de se imaginar, a consequência foi e continua sendo devastadora.
O tradicionalismo que é visto como conservador e ultrapassado, foi desbancado para dar lugar às experiências particulares de alguns oráculos desta nova ordem evangélica. O conservadorismo foi e continua sendo rejeitado, pois os novos valores adquiridos com tantas experiências extra bíblicas e antibíblicas caíram na graça de um povo não compromissado com a causa maior do Evangelho: a abnegação.
O credo apostólico foi ignorado e a sã doutrina foi subvertida para dar lugar a uma versão gospel dos sistemas mundanos em plena Igreja. Trata-se de algo trágico, que jamais deveria ter acontecido, mas que convém se evidenciar para confirmar a apostasia final profetizada claramente na Bíblia.
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A igreja evangélica está numa situação tão escandalosa que o testemunho pessoal já não mais importa. Ter uma conduta irrepreensível, ilibada e devotada é tido como algo obsoleto, uma postura de gente quadrada. O crente moderno gosta de fazer o que o mundano faz: adere aos modismos e à sensualidade visual, é aproveitador (um dos males da cultura brasileira), age por egoísmo e interesse, não se preocupa com uma vida interior devotada a Deus, mas com o embelezamento artificial exterior, gosta de ouvir músicas mundanas, veste-se sem pudor, tem a língua afiada para proferir torpezas, piadas sujas ou para exigir direitos.
A liturgia moderna "sacraliza" danças coreográficas e sensuais dentro da igreja e até mesmo pastores humoristas lotam igrejas e casas de espetáculos, trocando sua "pregação descolada" pela fortuna gerada na bilheteria, pois o que eles receberam de graça, de graça eles não dão.
O crente moderno não é mais um adorador - ele agora é cantor gospel. Encontros de louvor são coisas do passado, agora crentes pulam, gritam e entram em êxtase em shows que não deixam nada a dever para o mundo. O crente moderno profetiza e reivindica para si o melhor desta terra, mas não aceita os deveres espirituais, morais e sociais da fé cristã – os quais são a única forma de diferenciar um cristão de um ímpio, interna e externamente.
Na verdade, ser evangélico hoje é uma mistura de tendências da moda, hedonismo, ativismo politiquista, crise ética, relativismo moral, sincretismo religioso e de uma rebeldia explícita. Além disso, os referenciais dessa massa sem conversão são os cantores gospel, os apóstolos da prosperidade, os pregadores da mídia mercantilista e as celebridades "convertidas desse" novo momento. A Igreja é um clube. O louvor é um show. O evangelho é uma curtição. Revelações são idolatradas. Bíblia, nem pensar.
Essa modificação no cenário evangélico reprimiu a influência do Santo Espírito. Não há muitas conversões com constrangimento e compulsão como houve em Atos. Não há mais temor como existe nas Escrituras. O genuíno poder de Deus, seguido de milagres e maravilhas, deu lugar a uma encenação midiática, de feições teatrais flagrantes, cujo único fruto tem sido a perda da credibilidade cristã e o fornecimento de munição para as ideologias racionalistas e agnósticas. Nunca foi tão fácil ser ateu e esse mérito é todo da "igreja moderna".
Mas ainda temos uma boa notícia para propagar aqui. Há muitos joelhos que decididamente não se dobram aos baalins e mamons usurpadores do santuário cristão. Louvamos a Deus por essas vidas e aqui as estimulamos a permanecerem firmes e distantes desse avassalador processo de secularização da Igreja. O trigo conhece o seu papel de santidade no reino. Já o joio assume um compromisso que se limita a programações, decretos apostólicos e visões fajutas. À Noiva de Cristo cabe pregar a Palavra e viver por ela. A maioria dos evangélicos esqueceu esse preceito e por esse motivo também será esquecida no tempo das bodas.
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