(…) Normalidade democrática é a concorrência efetiva, livre, aberta, legal e ordenada de duas ideologias que pretendem representar os melhores interesses da população: de um lado, a “esquerda”, que favorece o controle estatal da economia e a interferência ativa do governo em todos os setores da vida social, colocando o ideal igualitário acima de outras considerações de ordem moral, cultural, patriótica ou religiosa.
De outro, a “direita”, que favorece a liberdade de mercado, defende os direitos individuais e os poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado e coloca o patriotismo e os valores religiosos e culturais tradicionais acima de quaisquer projetos de reforma da sociedade.
Representadas por dois ou mais partidos e amparadas nos seus respectivos mentores intelectuais e órgãos de mídia, essas forças se alternam no governo conforme as favoreça o resultado de eleições livres e periódicas, de modo que os sucessos e fracassos de cada uma durante sua passagem pelo poder sejam mutuamente compensados e tudo concorra, no fim das contas, para o benefício da população.
Entre a esquerda e a direita estende-se toda uma zona indecisa de mesclagens e transigências, que podem assumir a forma de partidos menores independentes ou consolidar-se como política permanente de concessões mútuas entre as duas facções maiores.
É o “centro”, que se define precisamente por não ser nada além da própria forma geral do sistema indevidamente transmutada às vezes em arremedo de facção política, como se numa partida de futebol o manual de instruções pretendesse ser um terceiro time em campo.
Nas beiradas do quadro legítimo, florescendo em zonas fronteiriças entre a política e o crime, há os “extremismos” de parte a parte: a extrema esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada num Partido-Estado, a extinção completa dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial.
A extrema direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira de valores tradicionais, a transmutação de toda a sociedade numa militância patriótica obediente e disciplinada.
Não é o apelo à violência que define, ostensivamente e em primeira instância, os dois extremismos: tanto um quanto o outro admitem alternar os meios violentos e pacíficos de luta conforme as exigências do momento, submetendo a frias considerações de mera oportunidade, com notável amoralismo e não sem uma ponta de orgulho maquiavélico, a escolha entre o morticínio e a sedução.
Nas beiradas do quadro legítimo, florescendo em zonas fronteiriças entre a política e o crime, há os “extremismos” de parte a parte: a extrema esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada num Partido-Estado, a extinção completa dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial.
A extrema direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira de valores tradicionais, a transmutação de toda a sociedade numa militância patriótica obediente e disciplinada.
Não é o apelo à violência que define, ostensivamente e em primeira instância, os dois extremismos: tanto um quanto o outro admitem alternar os meios violentos e pacíficos de luta conforme as exigências do momento, submetendo a frias considerações de mera oportunidade, com notável amoralismo e não sem uma ponta de orgulho maquiavélico, a escolha entre o morticínio e a sedução.
Isso permite que forjem alianças, alternadamente ou ao mesmo tempo, com gangues de delinqüentes e com os partidos legítimos, às vezes desfrutando gostosamente de uma espécie de direito ao crime.
Não é uma coincidência que, quando sobem ao poder ou se apropriam de uma parte dele, os dois favoreçam igualmente uma economia de intervenção estatista. Isto não se deve ao slogan de que “os extremos se tocam”, mas à simples razão de que nenhuma política de transformação forçada da sociedade se pode realizar sem o controle estatal da atividade econômica, pouco importando que seja imposto em nome do igualitarismo ou do nacionalismo, do futurismo utópico ou do tradicionalismo mais obstinado.
Não é uma coincidência que, quando sobem ao poder ou se apropriam de uma parte dele, os dois favoreçam igualmente uma economia de intervenção estatista. Isto não se deve ao slogan de que “os extremos se tocam”, mas à simples razão de que nenhuma política de transformação forçada da sociedade se pode realizar sem o controle estatal da atividade econômica, pouco importando que seja imposto em nome do igualitarismo ou do nacionalismo, do futurismo utópico ou do tradicionalismo mais obstinado.
Por essa razão, ambos os extremismos são sempre inimigos da direita, mas, da esquerda, só de vez em quando.
A extrema esquerda só se distingue da esquerda por uma questão de grau (ou de pressa relativa), pois ambas visam em última instância ao mesmo objetivo.
Já a extrema direita e a direita, mesmo quando seus discursos convergem no tópico dos valores morais ou do anti-esquerdismo programático, acabam sempre se revelando incompatíveis em essência: é materialmente impossível praticar ao mesmo tempo a liberdade de mercado e o controle estatal da economia, a preservação dos direitos individuais e a militarização da sociedade.
Isso é uma vantagem permanente a favor da esquerda: alianças transnacionais da esquerda com a extrema esquerda sempre existiram, como a Internacional Comunista, o Front Popular da França e, hoje, o Foro de São Paulo. Uma “internacional de direita” é uma impossibilidade pura e simples. Essa desvantagem da direita é compensada no campo econômico, em parte, pela inviabilidade intrínseca do estatismo integral, que obriga a esquerda a fazer periódicas concessões ao capitalismo.Embora essas noções sejam óbvias e facilmente comprováveis pela observação do que se passa no mundo, você não pode adquiri-las em nenhuma universidade brasileira (…).
Voltei.
Isto que vai acima é um trecho do artigo “Democracia normal e patológica – 1“, de Olavo de Carvalho, publicado no dia 5 de outubro de 2011 no Diário do Comércio e incluído por mim no capítulo “Democracia” do nosso best seller O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, o livro que esclarece essas e outras questões sobre a experiência individual, mental, social, cultural, política e intelectual brasileira.
Se você não quer ser uma Luciana Genro ou qualquer militante do PSOL, que usam conceitos como rótulos apenas para atacar adversários ou fazer os velhos aliados parecerem mais moderados do que são (como ao chamar o PT de “direita”), entender o que os conceitos realmente significam na realidade é fundamental para se conectar com ela.
(E aos inocentes úteis, nunca é demais lembrar que o governo militar brasileiro foi estatizante, o que é um aspecto esquerdista, embora a esquerda insista em rotulá-lo como exemplo-mor de direitismo aplicado.)
A democracia no Brasil ainda está doente, como mostram mais uma vez as eleições deste ano, disputadas por três candidatos apenas de esquerda (Dilma, Marina e Aécio), mas para curá-la não há dúvida de que é preciso primeiro saber identificar a doença.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
A democracia no Brasil ainda está doente, como mostram mais uma vez as eleições deste ano, disputadas por três candidatos apenas de esquerda (Dilma, Marina e Aécio), mas para curá-la não há dúvida de que é preciso primeiro saber identificar a doença.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEsse é o maior problema da política. Os dois lados lançam mão de um olhar mais crítico e demonizam seus adversários. Os dois pensamentos tem seus pontos positivos e negativos. Cabe a cada um, munido de seu pensamento crítico, analisar tais pontos e não se deixar levar por textos levianos. Antes de tudo, observem que a relação 'bandido x mocinho' presente já tira a credibilidade de um texto tido como informativo.
ResponderExcluirQUANTA MENTIRA MEU DEUS !!! PERDERAM A VERGONHA MESMO !!!
ResponderExcluirRealmente Ana Candida a Esquerda mente demais mesmo!
ExcluirA Esquerda e os pensamentos socialistas me dão vontade de vomitar !!!
ResponderExcluirQuanta bobagem kkkkkk Fascistas ¡No pasarán!
ResponderExcluirUma já foi! Falta o nove dedos!
ExcluirNunca vi uma explicação mais ridicula e tendenciosa, certamente feita por um grande imbecil desprovido de estudo de História, pois se tivesse tido um mínimo de conhecimento não diria essas barbaridades. A direita é toda boazinha? E porque o mundo tá essa merda toda? E o que falart da miséria, falta de rewcursos, favelas, crianças mortas pela fome, mulheres assassinadas, concentração de renda, latifundios, guerras e massacres?
ResponderExcluirImbecil deveriam consultar melhor os teus dados, o brasil enfreta a sua maior miséria depois que foi governado pelo Lula ladrão e sua petralhada, esse miserável tem que morrer na cadeia.
ExcluirNunca vi uma explicação mais ridicula e tendenciosa, certamente feita por um grande imbecil desprovido de estudo de História, pois se tivesse tido um mínimo de conhecimento não diria essas barbaridades. A direita é toda boazinha? E porque o mundo tá essa merda toda? E o que falart da miséria, falta de rewcursos, favelas, crianças mortas pela fome, mulheres assassinadas, concentração de renda, latifundios, guerras e massacres?
ResponderExcluirRubens Lima, meu caro historiador, menos agressividade em sua argumentação!
ExcluirNos conte pelo uma experiencia de sucesso do socialismo/comunismo/esquerda na história da humanidade. Pode ser dos primórdios até hoje em dia!
Um caso de Direita, Estados Unidos da América, outro Inglaterra!
Meu caro Rubens, tenha a bondade e nos dê a sua visão de estudante de história sobre esta matéria:
Excluirhttp://oseias46a.blogspot.com.br/2016/04/paraiso-socialista-salario-de-87-dos.html
Ele não dara pois nao existe ! E o Brasil esta essa merda hj, pois todos os partidos que Governaram nos ultimos 20 anos eram de Esquerda !!!
ExcluirNão entendi muito bem o conteúdo do post com o título. Estamos em busca do total entendimento entre direita e esquerda ou da sua opinião dada de forma oculta e quase despercebida? As características dadas a cada posicionamento são generalizadoras. É claro que em um blog como este você faria mais jus à direita, mas, vamos supor: tanto criminosos quanto vítimas merecem atenção. As vítimas possuem seus direitos. Aos criminosos está sendo dada uma chance de mudar para algo melhor (ou o seu Deus não prega o perdão e coisas do tipo?). Nem todo esquerdista concorda com o que está aí, até porque a esquerda não está ligada intrinsecamente ao comunismo e socialismo.
ResponderExcluirBandido bom é bandido morto!
ExcluirNem é para entender: esta publicação é para ser consumida por pobres analfabetos que acreditam em tudo e num político que os tire da pobreza ou por ricos que não precisam de justiça social e não se querem misturar com o "povão"! Bando de hipócritas!
ExcluirA única coisa que eu não gostei foi de você querer dizer que todo ''Ateu'' é comunista e safado, isso foi um pouco ignorante, até porque eu conheço pessoas ateias que são de direita, já vi até ateus que apoiam a Monarquia Parlamentar no Brasil, Uma pessoa ser de direita não significa que necessariamente ela deve ser cristão.
ResponderExcluirSe fosse essa a única idiotice... Tudo aqui é simplista, idiota e tendencioso! Próprio para ser yragado por ignorantes... terreno ideal para o populismo se instalar!
ExcluirQuanta besteira...
ResponderExcluirÉ bem simples meu caro. Como 2 e 2 são 4. E 3 e 3 são seis. Entende essa conta? Se sim continue lendo. Se a direita fosse tão boa, se a direita ficou no poder mais de 400 anos. Quem foi que criou a miséria no país?
ResponderExcluirAdenor, Por que você não se muda para Cuba, China ou Correia do Norte?
ExcluirEsta tabela é absolutamente ridícula e deturpadora da realidade! Claro, só a esquerda é que é corrupta e os de direita, com as suas amantes (porque "mulher séria não gosta de sexo, por isso não vou importunar a minha "santa esposa" com essas porcarias do sexo!) são uns santos! Dizem que os de esquerda são assassinos, roubam e matam... Então e a extrema-direita, ultra-religiosa, que defende a pena de morte?! Que eu saiba, um dos mandamentos é não matar! Que ridículo, este quadro para ser devorado por ignorantes que papam tudo o que lhes dizem! Fiquem descansados, sanguinários de extrema-direita vestidos de cordeiros que fi gem que são pelos valores: a tendência mundial é para a extrema-direita ganhar terreno! Comunismo, que é a vosta do outro lado do expectro, apenas há em pouquíssimos países que não riscam nada... A China é uma exceção, mas desde que vão tendo o seu lucro (outros hipócritas que querem ser comunas e capitalistas direitolas!) não chateiam ninguém, só quem tem a infelicidade de lá viver!
ResponderExcluir"Faça um comentário (...) sebtiver um ataque pessoal sem aviso prévio"... diz o aviso que classifica todos os de esquerda como assassinos, ladrões, etc. Ou seja: quem não concorda com esta dicotomia ridícula é excluído. Que novidade e que pena!
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