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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Sérgio Moro julgará acusações de lavagem de dinheiro contra AD Brás e pastor Samuel Ferreira


A Assembleia de Deus no Brás, do Ministério Madureira, está no radar da Operação Lava Jato, assim como seu pastor presidente, Samuel Ferreira.

Na última quinta-feira, 12 de maio, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão do ministro Teori Zavascki de remeter para o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba (PR), as investigações sobre a suspeita de lavagem de dinheiro para o deputado federal suspenso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Dentre os investigados estão a AD Brás e o pastor Samuel Ferreira, segundo informações do jornal O Dia. O STF rejeitou o argumento da defesa da denominação, que alegava que o caso deveria ser avaliado pela Justiça Federal em São Paulo, já que é na cidade que a igreja está sediada.

A investigação contra a AD Brás e Ferreira aponta que Cunha teria usado a igreja para movimentar parte dos US$ 5 milhões que o deputado teria recebido em propina no negócio em que a Petrobras contratou dois navios-sonda.

O procurador-geral Rodrigo Janot detalhou, na ação, as negociações entre Cunha e o lobista Fernando Falcão Soares, o Baiano, que foi operador do PMDB no petrolão e assinou acordo de delação premiada com a Lava Jato, permitindo o aprofundamento das investigações.

Janot apontou que outro lobista, Julio Camargo, foi orientado por Cunha a fazer “doações” para a AD Brás como forma de repassar os valores da propina. Durante as investigações, a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República (PGR) identificaram duas transferências bancárias em agosto de 2012 feitas por empresas de Camargo para uma filial da denominação em Campinas, somando R$ 250 mil, e justificada falsamente como “pagamento a fornecedores”.

“Não há dúvidas de que referidas transferências foram feitas por indicação de Cunha para pagar parte do valor da propina referente às sondas”, afirmou Janot.

A defesa do pastor Samuel Ferreira está sendo feita pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. O advogado afirmou considerar um exagero a abertura de inquérito para investigar as relações de Cunha com a denominação: “Bastaria ter mandado um ofício para que o pastor Samuel justificasse a doação. 

Evidentemente, ele não sabia a origem desse dinheiro. São feitas doações pelo Brasil todo”, declarou Kakay.

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