O protesto em frente à Praça de São Pedro, no Vaticano, foi pequeno em tamanho. Mesmo assim obteve grande repercussão após o jornal La Repubblica, um dos mais influentes da Itália, repercutir o pedido dos padres para que o governo volte a adotar a política de fronteiras abertas.
Com a vitória de Giuseppe Conti, o novo primeiro-ministro da Itália, eleito na coalizão entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga, a expectativa é que se cumpram as promessas de campanha e sejam deportados os 500 mil imigrantes que vivem ilegalmente no país.
A grande maioria deles são refugiados muçulmanos e, nas últimas semanas, o governo italiano se recusou a receber os navios que veem do norte da África. Insatisfeitos, um grupo de sacerdotes católicos promoveram o “Dia do Jejum de Justiça Solidária com os Migrantes”, reunindo padres e freiras que desejam “expressar seu desacordo com as políticas por parte do novo governo”.
A iniciativa foi promovida pelo padre Alex Zanotelli em nome dos missionários Combonianos, monsenhor Raffaele Nogaro, bispo emérito de Caserta, Irmã Rita Giaretta, padre Giorgio Ghezzi e o padre Alessandro Santoro.
Zanotelli, representante dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, explica que eles se reuniram em frente ao Vaticano, no centro de Roma, “pela proximidade com o Papa Francisco, que nos encoraja quando fala em favor dos migrantes… Ele nos guiará nesta jornada e neste jejum, porque daremos voz àqueles que não têm mais voz vindos do [Mar] Mediterrâneo”.
O padre comboniano surpreendeu ao ler uma mensagem de Raffaele Nogaro, bispo emérito de Caserta, onde o prelado disse que “moralmente e como homem de fé, estaria pronto para transformar todas as igrejas em mesquitas se isso for útil para a causa, e se permitisse salvar a vida de homens e mulheres, pobres e infelizes, porque Cristo não veio à terra para construir igrejas, mas para ajudar as pessoas, independentemente da raça, religião e nacionalidade”.
Até o momento o Vaticano não se pronunciou sobre a manifestação dos sacerdotes.
Phonte: Gospel Prime
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