Unico SENHOR E SALVADOR

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quarta-feira, 18 de julho de 2018

Escritor assembleiano: “Não há problema em ser cessacionista”


Julio Severo

O cessacionismo em si é um grande problema, pois representa uma resistência, movida por incredulidade, às ações sobrenaturais do Espírito Santo ao alegar, deturpando a Bíblia, que o Espírito Santo cessou há dois mil anos de dar profecias, revelações e outros dons sobrenaturais.

Quando defendido por teólogos calvinistas (que se autoproclamam “reformados,” embora precisem de amplas reformas espirituais), o cessacionismo é um grande problema.

Quando defendido por um escritor assembleiano, é um problema vastamente maior — e sinal de que as próprias bases de uma denominação pentecostal estão sendo minadas.

Em 6 de julho de 2018, Gutierres Fernandes Siqueira, escritor assembleiano que vem pregando em muitas igrejas assembleianas, disse: “Não há problema em ser cessacionista.”

Nada mais natural do que um escritor assembleiano pregar em igrejas assembleianas. Mas nada mais antinatural e antissobrenatural do que um escritor assembleiano dizer com todas as letras que “Não há problema em ser cessacionista.”

Enquanto os cessacionistas dizem que há problema em ser pentecostal e ter hoje dons sobrenaturais do Espírito Santo, eis que surge um assembleiano “pacifista” (que está mais para entreguista) tentando talvez acalmar os ânimos dos cessacionistas raivosos insinuando que toda a hostilidade e doutrinas falsas e mirabolantes deles contra as ações do Espírito Santo não são um problema. É ou não é um grande desserviço ao Evangelho do Reino de Deus?

Eu poderia acrescentar que esse assembleiano é um pentecostal quinta-coluna a serviço, conscientemente ou não, do propósito calvinista cessacionista de sabotar o pentecostalismo, mas vou deixar esse juízo para os próprios assembleianos fazerem.

Defensores do assembleiano entreguista poderiam argumentar que a postura dele é tão “acadêmica” que agora ele tem um livro sobre o Espírito Santo publicado pela CPAD, a maior editora pentecostal do Brasil.

A CPAD não parece ser um baluarte pentecostal contra as investidas da heresia cessacionista. Aliás, a CPAD tem mostrado várias vezes ser não menos entreguista do que o próprio Gutierres. Em 2017 numa grande conferência calvinista nos EUA, Augustus Nicodemus, o maior teórico cessacionista do Brasil, chegou a se gabar de que a penetração do cessacionismo entre pentecostais é tão forte hoje que a maior editora pentecostal do Brasil publica livros de John MacArthur, o maior teórico cessacionista dos EUA. Ele estava, é claro, se gabando do entreguismo da CPAD diante do avanço do calvinismo cessacionista. Tanto Nicodemus quanto MacArthur são calvinistas.

Enquanto todo assembleiano e pentecostal genuíno ficou preocupado com a gabação de Nicodemus à custa da CPAD e dos assembleianos, naturalmente Gutierres não viu grandes problemas.

Aliás, ele não vê grande problema nem mesmo na TMI (Teologia da Missão Integral), que é predominante entre igrejas e líderes calvinistas desde pelo menos a década de 1950. A TMI é a versão protestante da Teologia da Libertação.

Se até o entreguismo diante do cessacionismo já está virando moda entre assembleianos afetados pela soberba teológica típica no calvinismo cessacionista, por que não o entreguismo diante da TMI?
Gutierres disse sobre a TMI:

“A TMI não é necessariamente marxista.”
“A Teologia da Libertação tem como método o marxismo. E a TMI não tem [esse] método… a TMI tem alguns nomes do conservadorismo evangelical.”

Gostar muito de calvinismo cessacionista dá nisso: Amolecimento diante da TMI.

A Bíblia diz que quando nos calamos, deixando de falar o que precisa ser dito, as “pedras” clamam. Uma dessas “pedras” pode ser o teólogo calvinista Vincent Cheung. Muito longe de dizer que o cessacionismo não é um problema, em seu artigo “Cessacionismo: Apostasia Sistemática” Cheung disse:

* A maldita heresia do cessacionismo perverte todas as doutrinas da fé cristã.

* O dano incalculável que esse ensinamento demoníaco [cessacionismo] infligiu à igreja através da história e, de fato, em toda a humanidade.

* A Bíblia é suficiente para construir fé para produzir milagres. E é suficiente para condenar o cessacionista.

* O cessacionista também subverte a clareza das Escrituras, pois ele proíbe a fé direta nas palavras da Bíblia. Em vez disso, ele impõe uma estrutura artificial nas Escrituras, juntamente com várias palavras fantasiosas e teorias estranhas sobre os propósitos de Deus, a fim de torcer as palavras de Deus além de todo reconhecimento, de modo que ele possa justificar sua incredulidade e falta de poder.

* De que adianta declarar a suficiência das Escrituras, se você não acredita nelas? De que vale declarar a irrevocabilidade da Bíblia, se você não lhe obedece? Por que você declara a clareza das Escrituras, se distorce o que ela diz? O único efeito é autocondenação.

* Deus realiza milagres muitas vezes não para provar a si mesmo ou para se revelar, ou para autenticar novas revelações, mas para cumprir suas antigas promessas e antigas revelações. Ele faz milagres porque ele é fiel à sua palavra. Aliás, a maioria dos milagres é realizada nessa base. O cessacionista distorce tanto a natureza das Escrituras quanto a natureza de Deus.

* A Bíblia diz que Jesus é aquele que realiza o batismo no Espírito Santo, e que esse batismo dota seus discípulos com “poder do alto,” o mesmo poder que Jesus tinha quando ele andava na terra e fazia milagres. Já que o cessacionista nega que Jesus agora concede poder de operar milagres àqueles discípulos que recebem pela fé, ele rejeita o ministério de Jesus como o batizador.

* O cessacionista também rejeita o que Jesus quis dizer com a blasfêmia contra o Espírito Santo. Alguns cessacionistas têm realmente cometido esse pecado imperdoável e, já que eles alteraram e relaxaram seu significado, também aumentaram a probabilidade de que outras pessoas cometessem o pecado. Assim, eles são responsáveis não apenas por sua própria blasfêmia imperdoável, mas também pela blasfêmia e condenação de outras pessoas.

* O apóstolo disse: “deseje de todo o coração profetizar e não proíba falar em línguas,” mas o cessacionista proíbe profetizar e detesta de todo o coração falar em línguas.

* O cessacionismo corrompe todo o sistema cristão da verdade e o modo inteiro de vida cristão. Ele ataca tudo sobre a fé cristã, não deixando nada sem tocar. É uma completa apostasia da fé cristã. É uma completa deserção do evangelho de Jesus Cristo. O resultado é uma religião diferente da que as Escrituras ensinam.

Enquanto Gutierres está minimizando a gravidade e heresia do cessacionismo, que vem minando as igrejas assembleianas, provavelmente Nicodemus e outros cessacionistas estão se matando de rir com o entreguismo dele. Mas nenhum deles está alegre com a percepção bíblica do teólogo calvinista Cheung.

No que se refere à heresia cessacionista, a Assembleia de Deus precisa mais de Cheung e muito menos de Gutierres.

Fica uma dica para a CPAD: Em vez de publicar e promover o extremista John MacArthur e assembleianos entrequistas, por que não publicar Vincent Cheung?

Embora o livro de Gutierres tenha um título sugestivo para o paladar pentecostal, “Revestido de Poder,” dizer que o cessacionismo não é problema não combina com o poder do Espirito Santo. É um revestimento de entreguismo disfarçado de poder?

Quando os apóstolos de Jesus foram revestidos de poder, eles passaram a ter confrontos com os maiores teólogos, que eram os fariseus e saduceus.

Um revestimento real de poder do Espírito Santo provocaria inevitavelmente o mesmo conflito com os fariseus e saduceus modernos — os teólogos cessacionistas.

Um revestimento real de poder do Espírito Santo acaba revelando que o cessacionismo é um grande problema, não o contrário. Gutierres Fernandes Siqueira e outros assembleianos entreguistas estão revestidos do quê, afinal?

Se o cessacionismo e a TMI não eram necessários e aceitos entre os apóstolos de Jesus, por que hoje deveriam ser tolerados entre pentecostais por amor a um apego mórbido à teologia calvinista cessacionista, que é incuravelmente soberba contra o Espírito Santo, suas obras e dons?

O movimento pentecostal, especialmente a Assembleia de Deus, não deveria ser passivo nem omisso diante desses dois males e seus promotores.

Querendo ou não, ao dizer que “Não há problema em ser cessacionista,” o assembleiano Gutierres Fernandes Siqueira acabou sugerindo que “Não há problema em ser herético” e que “Não há problema em tratar como cristão genuíno quem blasfema contra o Espírito Santo.”

Em seu livro “Strange Fire” (Fogo Estranho) MacArthur chama várias vezes o movimento pentecostal, neopentecostal e carismático de “herético.” Uma das muitas desculpas que ele usa para aplicar esse rótulo extremista nos pentecostais consta em seu livro, que diz: “Pentecostais e carismáticos elevam a experiência religiosa acima da verdade bíblica. Embora muitos deles honrem da boca para fora a autoridade da Palavra de Deus, na prática eles a negam.”

O contrário é a verdade. Dou um exemplo do próprio quintal de MacArthur. A Coalizão pelo Evangelho, entidade formada apenas por calvinistas, vem defendendo a ideia de que um evangélico pode ser homossexual e pastor, desde que limite sua homossexualidade aos pensamentos e desejos, sem praticá-los. Aliás, a Coalizão pelo Evangelho tem vários membros que são pastores homossexuais supostamente não praticantes.

Por falar em Coalizão pelo Evangelho, como um verdadeiro plantonista da soberba teológica calvinista, Gutierres saiu em defesa de Ed Shaw, pastor reformado ligado a essa entidade, recomendando publicamente o livro dele que defende uma espécie de homossexualidade celibatária. Você pode ler mais sobre isso neste artigo: Ed Shaw, Coalizão do Evangelho (Gospel Coalition) e sentimentos homossexuais: o que eles dizem e o que Jesus disse

Para Gutierres, críticas a essa novidade calvinista — homossexualidade calvinista celibatária — são movidas por “ignorância petulante.” O assembleianismo dele, que se presta a tal aberração teológica calvinista, é um desserviço ao Evangelho.

MacArthur também é membro da Coalizão pelo Evangelho. Esse é o caso perfeito de colocar a experiência pessoal de pecado, seja em pensamentos, desejos ou ações, de pastores calvinistas homossexuais acima da Palavra de Deus. Na verdade, não são as igrejas pentecostais que estão liderando a apostasia de ordenar pastores homossexuais. São as igrejas calvinistas. O farisaísmo reina no calvinismo cessacionista.

No entanto, de acordo com Gutierres, não haveria problema nesse farisaísmo que blasfema contra o Espírito Santo, acusa os pentecostais de “heréticos” e passa a mão em cima de pastores calvinistas homossexuais.

Não sei qual é a Bíblia que Gutierres e outros assembleianos entreguistas usam, mas a minha Bíblia não diz:

“Não há problema em ser blasfemador do Espírito Santo.”
“Não há problema em deturpar a natureza, as obras e os dons sobrenaturais do Espírito Santo.”

Enquanto os heréticos cessacionistas, na terminologia correta de Cheung, dizem que há problema em ser pentecostal e ter hoje dons sobrenaturais do Espírito Santo, vamos responder que não há problema em ser cessacionista, apenas para evitar os confrontos inevitáveis que o Evangelho do Reino de Deus — que vem com curas, maravilhas e expulsões de demônios — provoca?

Na heresia cessacionista, não há concessão ao pentecostalismo e aos dons sobrenaturais do Espírito Santo hoje.

O Evangelho do Reino de Deus não tem concessões ao entreguismo e ao cessacionismo.

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