O Evangelho escrito por São Lucas é o terceiro livro do novo testamento, ele relata a vida e os milagres de Jesus Cristo. Parábolas, como, o Filho Pródigo e o Bom samaritano, são encontrados somente neste evangelho. A obra tem uma ênfase especial sobre a oração, a atividade do Espírito Santo, a alegria e o cuidado de Deus para com os pobres, as crianças e as mulheres. O evangelista apresenta Jesus Cristo como o Filho de Deus, mas volta sua atenção especialmente para a humanidade Dele, como, o amor pelo próximo, a compaixão para com os fracos, os aflitos e os marginalizados.
O evangelista divide o Evangelho em três fases: a primeira termina com João Batista, a segunda consiste no ministério terrestre de Jesus e a terceira é a vida da Igreja após a ressurreição de Cristo, o livro contém ao todo 24 capítulos. O autor retrata o cristianismo como divino, respeitável, cumpridor da lei e internacional. Aqui, a compaixão de Jesus estende a todos os que estão necessitados, as mulheres são importantes entre os seus seguidores, os samaritanos desprezados são elogiados e os gentios são prometidos à oportunidade de aceitar o evangelho. Enquanto o Evangelho é escrito como uma narrativa histórica, muitos dos fatos retratados nele são baseados em tradições orais e anteriores aos quatro Evangelhos.
Este difere dos outros pela sua extensão, enquanto que os outros Evangelhos, pois eles terminam com a ressurreição do Senhor, Lucas continua até á predicação dos Apóstolos, terminando com a chegada de São Paulo a Roma. A sua obra divide-se em duas partes: o Evangelho e o Livro dos Atos dos Apóstolos. Os dois livros formam uma obra só. Para compreender a sua mensagem é importante ter presentes as duas partes.
Lucas é um narrador culto; é o que melhor escreve de todos os evangelistas, é o que utiliza a língua grega mais corretamente e é aquele que demonstra uma cultura maior. Segue fielmente o Evangelho escrito por Marcos como fonte, corrigindo frequentemente as imperfeições de linguagem. Durante um tempo dizia-se que Lucas tinha sido médico, porque se pensava que seria o mesmo mencionado em Colossenses 4, 14; Filémon 24; 2ª Timóteo 4, 11.
Alguns diziam que tinha essa profissão pelos termos que utilizava na sua obra, sobretudo por causa da maneira que falava sobre os doentes. Mas os estudos atuais fizeram-nos ver que esse vocabulário e essa maneira de expressar-se aparecem noutros escritores dessa época que não eram médicos e também na tradução grega do Antigo Testamento, sendo uma forma de falar de uma pessoa culta.
Em relação ao Lucas mencionado nas cartas de São Paulo, não há nenhum indício que permita saber com certeza se, trata-se do autor do Evangelho ou de outra pessoa com o mesmo nome. Durante muito tempo susteve-se que São Lucas teria sido um dos companheiros de viagem de São Paulo, porque no Livro dos Atos há várias passagens em que se utiliza a primeira pessoa para narrar certas peripécias da viagem (16, 10-17; 20, 5-21, 18; 27, 1-28, 16). As investigações levam à conclusão que Lucas não tinha conhecido pessoalmente São Paulo. Atualmente, os comentaristas opinam que Lucas teria escrito a sua obra utilizando muitas fontes, entre as quais, se encontraria o diário de viagem de algum companheiro do Apóstolo. Os textos na primeira pessoa pertenceriam a esse diário. A obra de Lucas terá sido publicada entre os anos 80 e 90.
(*) Natalino, seminarista propedêutico.
Fonte: Tribuna MT
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