Unico SENHOR E SALVADOR
terça-feira, 13 de outubro de 2015
O confronto entre o moderno e o clássico
Fui assistir neste sábado a “The Intern”, filme com Robert De Niro e Anne Hathaway. Gostei. Em meio a tanta porcaria que Hollywood tem produzido, foi interessante ver um filme leve, com cenas divertidas e outras até comoventes, e com uma mensagem mais… conservadora, algo um tanto destoante para os padrões atuais do cinema.
Sem falar da atuação sempre brilhante de De Niro, talvez o melhor ator vivo hoje.
A história é até bobinha: um viúvo sem muito propósito na vida descobre a oportunidade de voltar a trabalhar, num projeto de “estagiário sênior” numa empresa moderna de tecnologia e moda. Um clássico obsessivo “old fashion”, ele começa sem ter muito que fazer, querendo apenas se sentir útil. Até conquistar todos à sua volta, utilizando sua experiência tradicional num mundo completamente diferente, mas que sente falta dessa abordagem.
Algumas pessoas enxergam conservadores como reacionários hostis a quaisquer mudanças, mas não é bem isso. Os conservadores gostam de mudar com cautela e prudência, e em cima de pilares sólidos, pois não são arrogantes ao ponto de desejar fazer uma “tábula rasa” do mundo e começá-lo do zero, como se os antepassados nada tivessem a acrescentar.
Há uma cena do filme em que essa metáfora é capturada muito bem, quando o “estagiário” Ben (De Niro) conversa com a fundadora da empresa Jules (Anne Hathaway), e ela descobre que ele tinha trabalhado por 40 anos numa empresa que fazia catálogos de telefone (nada mais obsoleto), ali mesmo, naquele prédio todo remodelado. As estruturas eram as mesmas, diz ele, mas a decoração foi toda alterada. Algo que tem um toque claramente conservador.
Outra parte engraçada é quando os jovens “geeks” precisam dar um jeito de apagar uma mensagem de email que a chefe mandou sem querer para a mãe, e lamentam não ter muito como “hackear” seu computador e executar a tarefa. O velho estilo clássico entra então em cena: que tal “invadir” a casa da mãe e apagar diretamente em seu computador a mensagem que lhe partiria o coração?
Enfim, há muitas coisas que os novos podem e devem aprender com os antigos, com os clássicos, e é essa a principal mensagem do filme. Até mesmo no estilo e na moda o velho Ben tem algo a oferecer, como percebem os jovens “descolados”. Não é razoável achar que tudo que existiu antes de nós simplesmente não presta, é antiquado, obsoleto, inútil.
Os mais experientes têm um papel no mundo ainda e sempre. E como é importante lhes dar um propósito na vida, para que não se sintam apenas uma peça de museu sem utilidade alguma. “Cinza é o novo verde”, diz uma das personagens em boa tirada. Os cabelos grisalhos têm algo a oferecer aos contemporâneos. Basta permitir.
Rodrigo Constantino
Instituto Liberal
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