Ariel Muzicant, presidente da comunidade judaica austríaca, e Viatcheslav Kantor, presidente do Congresso Judaico Europeu, durante reunião com o presidente Vladimir Putin com representantes do Congresso Judaico Europeu no Kremlin, em 19 de janeiro de 2016.
Numa reunião com membros do Congresso Judaico Europeu no Kremlin, o presidente da entidade se queixou para Vladimir Putin acerca do antissemitismo crescente na Europa que tem se manifestado num número cada vez maior de ataques contra os judeus.
Focando nos eventos trágicos na França no ano passado, Vyacheslav Kantor, presidente do Congresso Judaico Europeu (CJE), disse que os judeus europeus estão enfrentando discriminação em massa, a maior desde o final da 2ª Guerra Mundial.
“A posição dos judeus na Europa hoje é a pior desde o final da 2ª Guerra Mundial. Os judeus estão dominados pelo medo e o real novo êxodo de judeus da Europa,” Kantor disse para Putin.
Com base nas estimativas de Kantor, tem havido um aumento anual de 40 por cento de casos de antissemitismo na Europa em anos recentes. Ele culpou o aumento de ódio para com os judeus na situação econômico em deterioração na Europa depois da crise financeira mundial de 2008.
As condições econômicas em deterioração estão levando ao nacionalismo, xenofobia e racismo, de acordo com o presidente do CJE. Ele disse que organizações ultradireitistas estão “crescendo rapidamente” na França, Alemanha, Inglaterra, Grécia, Hungria, Suécia e Itália. Além disso, o aumento no extremismo islâmico na Europa está promovendo um êxodo em massa de judeus da União Europeia, pois alguns países europeus não têm mais condições de oferecer proteção adequada.
“Por exemplo, o fluxo emigratório da França, que só ontem parecia seguro, é maior do que o da Ucrânia, que está mergulhada em guerra civil. Por que os judeus estão fugindo da Europa? Eles fogem… não só por causa de atos terroristas contra nossas comunidades em Toulouse, Bruxelas, Copenhague e agora Marselha, mas também por causa do medo de só sair nas ruas das cidades europeias.”
O presidente Putin respondeu: “Que os judeus venham até nós então,” acrescentando que “durante o período soviético eles deixaram a Rússia, e agora deveriam retornar.”
Kantor chamou a proposta de Putin de uma “nova ideia fundamental” que o Congresso considerará para debate.
Embora a União Soviética tenha salvo centenas de milhares de judeus de serem exterminados pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial, depois que Mikhail Gorbachev abriu as fronteiras no final da década de 1980 muitos judeus e suas famílias decidiram emigrar da URSS.
Entre 1989 e 2006, de acordo com estatísticas do jornal Haaretz, uns 1,6 milhão de judeus soviéticos e seus parentes optaram por se mudar para Israel sob a Lei do Retorno de Israel, a qual lhes oferecia cidadania. Cerca de 979.000 migraram para Israel, enquanto outros 325.000 migraram para os Estados Unidos, e aproximadamente 219.000 para a Alemanha.
O Congresso Judaico Europeu foi fundado em 1986 e sua sede está em Paris, tendo escritórios em Bruxelas, Estrasburgo, Berlim e Budapeste.
Traduzido por Julio Severo do original em inglês da RT: Putin offers Russian refuge to European Jews facing anti-Semitism
Fonte: www.juliosevero.com
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