A
igreja batista nasceu a partir dos movimentos de reforma eclesiástica que
agitaram o século 16. Mais especificamente, os batistas descendem da igreja
inglesa que, com Henrique VIII, rompeu com o catolicismo romano, dando início à
denominada Igreja Anglicana.
Para
algumas pessoas que pertenciam à Igreja Anglicana, a reforma de Henrique VIII
devia ser mais ampla, indo além de questões institucionais e atingindo áreas de
fé e doutrina.
Esses grupos, por desejarem um retorno ao Novo Testamento em sua
forma mais pura, foram chamados de puritanos.
Entre
os puritanos havia os separatistas que, além de se opor a certos aspectos
teológicos da Igreja Anglicana, também não aceitavam o controle estatal da
igreja, crendo que esta devia ser independente. Esses puritanos foram chamados
de separatistas.
Evidentemente,
a coroa inglesa não via com bons olhos os movimentos puritanos separatistas e os
considerava ilegais. Por isso, muitos desses grupos fugiram da Inglaterra e se
fixaram em vários países.
Entre eles, em 1609, uma congregação liderada por John
Smith (c. 1570-1612), refugiou-se em Amsterdã, na Holanda. Ali, John Smith teve
contatos com os anabatistas e com os menonitas, sendo influenciado por esses
movimentos no tocante a um retorno completo às Sagradas Escrituras, ao batismo
somente de crentes e à rejeição do batismo infantil.
Em
1612, Thomas Helwys (c. 1550-1616) e outros membros da igreja fundada por Smith
voltaram à Inglaterra e fundaram, em Londres, a primeira igreja batista.
É
interessante notar que essa igreja, a princípio, praticava o batismo por efusão,
mas já detinha os outros traços distintivos dos batistas - a aceitação da Bíblia
como autoridade final em matéria de fé e prática, a salvação pela graça mediante
a fé somente, a separação entre a igreja e o Estado e o dever do governo de
garantir a liberdade de consciência e de culto.
Os
batistas de convicção calvinista, também chamados de batistas particulares,
originaram-se em 1633, a partir de um cisma na igreja liderada por Henry Jacob,
em Londres. Esse grupo, além de enfatizar as doutrinas reformadas, insistia no
batismo dos crentes por imersão e tornou-se o segmento mais influente dentro do
movimento batista inglês.
Espalhando-se
para as mais diversas regiões do globo, os batistas muito cedo chegaram aos
Estados Unidos. De lá veio para o Brasil o casal de missionários William e Anne
Bagby. Por esse tempo, já havia batistas americanos em Santa Bárbara e Americana
(SP), mas suas igrejas eram voltadas apenas para a colônia estrangeira. O casal
Bagby, porém, em 1889, fundou, em Salvador, a primeira igreja batista
brasileira. A partir daí os batistas se espalharam por todo o País e, em 1907,
foi organizada a Convenção Batista Brasileira.
DEZ
TRAÇOS DISTINTIVOS DOS BATISTAS
1.
Adoção da Bíblia como única regra de fé e prática (2Tm 3.16).
2.
Ênfase na doutrina da salvação pela fé somente (Ef 2.8-10).
3.
Destaque para o ensino do sacerdócio de todos os crentes (1Pe 2.9)
4.
Separação entre Igreja e Estado com ênfase na independência da igreja (Mt
22.21).
5.
Autonomia de cada igreja local que adota a forma de governo congregacional (Mt
18.17; At 6.1-6).
6.
Cooperação entre as igrejas para a expansão do Reino de Deus (1Co
16.1-4).
7.
Prática do batismo por imersão ministrado somente aos crentes (At
8.36-39).
8.
Rejeição do batismo infantil (Mt 28.19).
9.
Consideração do batismo e da Ceia do Senhor como símbolos de verdades
espirituais e não como sacramentos (Rm 6.4; 1Co 11.24-25).
10.
Rejeição de doutrinas pentecostais especialmente no tocante ao batismo do
Espírito Santo acompanhado pelo dom de línguas (1Co 12.13,30).
RESSALVAS
1.
Os batistas não são os seguidores de João Batista. Muitos
identificam os batistas com os seguidores João Batista, mas esse entendimento é
fruto apenas da intuição popular que percebe a igualdade dos nomes e
automaticamente passa a crer que há qualquer ligação entre ambos. Esse modo de
pensar, porém não tem qualquer amparo, mesmo porque João Batista e seus
discípulos nunca fundaram qualquer igreja ou movimento religioso. O papel de
João e seus discípulos se limitou a preparar o caminho para a vinda do Messias
que é Jesus (Mt 3.1-3). Depois disso João saiu de cena (Jo 3.30).
2.
Os batistas não adotam a Teologia da Prosperidade. O
ensino de que os crentes de fé terão prosperidade material e livramento de
doenças, ensino este proposto pela chamada Teologia da Prosperidade não é
ensinado nas igrejas batistas genuínas por não ter amparo bíblico. Na Palavra de
Deus aprendemos que dificuldades físicas e financeiras advêm tanto a crentes
como a incrédulos (Mt 19.23; Lc 16.22-23; Gl 4.13; Fl 2.25-27; 2Tm 4.20; Tg
2.5).
3.
Os batistas não têm comunhão como seitas paraprotestantes. Seitas
paraprotestantes são aquelas cujos fundadores estiveram originalmente ligados de
alguma forma a igrejas protestantes, mas romperam com elas por professarem
doutrinas estranhas ao cristianismo histórico, fundando em seguida o seu próprio
movimento. Todos esses movimentos, à luz da Bíblia, não podem ser considerados
cristãos. Daí ser impossível a comunhão entre eles e as igrejas batistas que
preservam seus princípios fundamentais (2Jo 10).
4.
Os batistas não praticam rituais comuns em outras igrejas ditas
evangélicas. Rituais
de quebra de maldição, supostas orações de poder, cultos de libertação
espiritual, unção de objetos e coisas do gênero não são práticas adotadas pelos
batistas ou por qualquer igreja bíblica. Na verdade, essas superstições servem
apenas para desfigurar o nome de cristão e desviar o coração das pessoas da
verdadeira mensagem do evangelho, fazendo-as crer em fábulas (Mt 7.21-23; 2Tm
4.3-4; 2Pe 2.1-3).
Igreja Batista Redenção
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