“Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia.” Mateus 26.73
Há algum tempo atrás eu vi uma reportagem em um canal de documentários sobre uma mina de ouro na África, um lugar que, para nós brasileiros, lembraria muito bem a famosa Serra Pelada.
O repórter perguntou ao dono da mina se ele não tinha receio de que algum funcionário pudesse encontrar uma pepita de ouro e não entregá-la para vender fora dali.
Aquele homem olhou nos olhos do repórter e disse: “é impossível alguém me roubar aqui... Se qualquer empregado meu achar uma pedra de ouro, por menor que seja, ele ficará tão
contente que não conseguirá esconder a felicidade, muito menos a pedra de ninguém, ele vai mostrá-la para alguém mais cedo ou mais tarde e eu vou ficar sabendo.”
Isto me fez refletir sobre o modo como a alegria do Evangelho deveria e deve atuar em nós. O encontro com Jesus precisa marcar nossas vidas a tal ponto que nosso modo de viver e andar “denuncie” nosso encontro com Ele.
No texto que serve de base para esta nossa reflexão, Pedro foi posto à prova, a firmeza do testemunho e da convicção do Apóstolo foi desafiada. Embora ele tenha “amarelado” e negado ao Senhor, e teve oportunidade de fazer isto por três vezes antes do galo cantar, o que eu quero destacar aqui não é o medo que Pedro teve no início de se dizer quem e o que ele era, mas o que eu quero que você perceba é o que acontece no entorno deste versículo.
Perceba que Pedro queria apenas acompanhar os momentos finais de Jesus, talvez mais por curiosidade de saber o que poderia acontecer de fato com o Senhor do que propriamente por fé.
O surpreendente é que, no meio de toda aquela situação, ele foi “denunciado” pela forma como falava. Não somente o sotaque o entregava, mas algumas pessoas conseguiram reconhecer nele um seguidor daquele que estava sendo condenado.
O Evangelho pregado em alguns lugares anda tão desacreditado, tão moldado aos interesses de alguns homens sem escrúpulo, tão morno, conivente com as mazelas humanas e distante da proposta transformadora de Jesus, que já está mais do que na hora de resgatar alguns valores fundamentais da Fé.
Este é o momento em que ou nós cristãos decidimos voltar de verdade à mensagem da Cruz, “Arrependei-vos e crede no Evangelho” Marcos 1.15 ou seremos mais uma dentre tantas religiões do mundo que se tornaram meramente clubes de uma espiritualidade vazia voltada para o seu próprio benefício e interesse. Algumas conseguem se aproximar de uma pseudo revelação e descortinar do oculto, mas enganam-se pensando que encontrarão salvação fora do Verbo de Deus que se fez carne.
Precisamos tomar ciência sobre qual é o propósito que direciona nossas vidas. O que nos move é a curiosidade ou é a Fé no Evangelho? Certamente sempre seremos conhecidos muito mais pelo nosso modo de vida do que necessariamente pelo que falamos. É assim por toda a História e em todos os lugares.
O testemunho foi e sempre será o centro da missão, logo não há Evangelho sem testemunho, mesmo porque a palavra “Evangelho”, no grego original, significa boa notícia, uma maravilhosa novidade para ser compartilhada e espalhada com toda a humanidade. O Evangelho precisa pulsar em nós com a mesma naturalidade da felicidade de uma criança que ganhou um doce ou um presente do pai que acaba de chegar em casa, esta é a condição para que o nosso testemunho alcance bom êxito.
O que anunciamos então é a salvação em Jesus Cristo. Nele afirmamos convictos não só pelo que ouvimos e aprendemos, mas pelo que experimentamos, de fato, em nós mesmos, que
“não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” Atos 4.12
Qualquer coisa anunciada fora disto não é Evangelho, muito menos, salvação para quem se encontra perdidamente ofuscado por toda a fascinação e envolvimento espalhados pela terra. Pode ser confissão positiva, pode ter aparência de religiosidade, sabedoria e piedade, pode até ter todo um aparato sobrenatural, mas não é a Boa Notícia de Deus para o homem.
Em Jesus tudo se fez e se faz novo todos os dias. As cadeias da depressão, opressão, pecado e maldade são facilmente arrebentadas simplesmente por Sua palavra. Sem barganha, sem preço, sem troca, somente pela fé. Permita que o Evangelho lhe transforme hoje, mude suas percepções de mundo, então você conseguirá mudar o que está à sua volta. Deixe o testemunho de Jesus falar em você e através de você.
Hoje vou encerrar esta reflexão com o testemunho de João, o apóstolo, que também teve um profundo encontro com a verdade que anunciamos aqui:
"O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo." I João 1.1-3
O Deus que se fez carne em Jesus Cristo te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
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