John Harper, um pastor batista de Glasgow, na Escócia, havia
passado três meses ministrando na Igreja Moody, em Chicago, e durante esse
tempo a igreja havia experimentado “um dos reavivamentos mais fantásticos de
sua história”. Entretanto, não fazia muito tempo que ele estava de volta à
Grã-Bretanha quando lhe pediram para voltar e continuar seu ministério.
Harper
tomou rapidamente as providências para ele mesmo e sua filhinha de seis anos,
Nana, viajarem de volta à América, a bordo do Lusitânia, mas decidiram atrasar
sua partida por uma semana para que pudessem viajar em um novo navio que estava
para fazer sua viagem de estréia: o Titanic.
O Titanic bateu em um iceberg às 23h40m do dia 11 de abril
de 1912. Quando foi dado o comando para os passageiros desocuparem suas
cabines, Harper enrolou sua filha em um cobertor, disse-lhe que ela o veria
novamente um dia, e a entregou a um dos homens da tripulação. Depois de
observar que ela estava a salvo em um dos barcos salva-vidas, ele tirou seu
colete salva-vidas e o deu a um dos outros passageiros.
Um sobrevivente se
lembrou distintamente de ouvi-lo gritar: “Mulheres, crianças e os que não são
salvos, entrem nos barcos salva-vidas!” Depois, Harper correu pelo convés
implorando às pessoas que se entregassem a Cristo, e, com o navio afundando,
ele solicitou à orquestra do Titanic para tocar “Mais perto quero estar”. Ajuntando
as pessoas a seu redor, ele então se ajoelhou e, “com alegria santa em seu
rosto”, ergueu os braços em oração. À medida que o navio começou a adernar, ele
pulou para dentro das águas geladas e nadou freneticamente para perto de todos
a quem conseguiu alcançar, suplicando-lhes que se voltassem para o Senhor Jesus
e fossem salvos. Finalmente, quando a hipotermia o imobilizou, John Harper
afundou nas águas e passou para a presença do Senhor Jesus. Ele tinha 39 anos.
Quatro anos mais tarde, um jovem escocês chamado Aguilla
Webb levantou-se em uma reunião em Hamilton, no Canadá, e deu o seguinte
testemunho:
Sou um sobrevivente do Titanic. Quando eu estava boiando
sozinho, segurando-me em um pedaço do mastro do navio naquela noite horrível,
as ondas trouxeram para perto de mim o senhor John Harper, de Glasgow, que
também estava se segurando em um pedaço dos destroços. “Amigo”, disse ele,
“você é salvo?” “Não”, eu respondi, “não sou”. E ele continuou: “Creia no
Senhor Jesus Cristo e você será salvo”.
As ondas o carregaram para longe; mas,
por mais estranho que possa parecer, as ondas o trouxeram de volta um pouco
mais tarde, e ele disse: “E agora, você está salvo?” “Não”, eu disse, “não
posso dizer honestamente que esteja”. Ele disse novamente: “Creia no Senhor Jesus
Cristo e você será salvo”. Alguns segundos depois ele afundou; e ali, sozinho
naquela noite, e com duas milhas de água abaixo de mim, eu cri. Eu sou o último
convertido de John Harper.[1]
Em um tributo a Harper, que foi publicado em 1912 sob o
título “Os Três Temas de um Herói”, William Andrew, de Glasgow, apontou que os
três temas da pregação de Harper haviam sido “A Cruz de Cristo, a Maravilhosa
Graça de Deus Para o Homem, e a Vinda Iminente de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
(Paul Wilkinson - The Berean Call - http://www.chamada.com.br)
Nota:
1. George Harper, “My Brother As I Knew Him”, [Meu Irmão
Como o Conheci] em Moody Adams, The Titanic’s Last Hero (O Último Herói do
Titanic) (Belfast: Ambassador, 1998), 55, citado em Wilkinson, “You Shall Be My
Witnesses” [E Sereis Minhas Testemunhas].
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