Muito obrigado por sua resposta irênica, tranquila e respeitosa. Saiba que o respeito e a consideração são mútuos. Permita-me uma ou duas palavras à guisa de interação com sua “Carta Aberta”.
Primeira, com relação ao programa “Academia em Debate”, seu nome e seu formato. Já por mais de cinco anos apresento este programa, que durante este tempo tem tratado de diversos assuntos que considerei relevantes para a academia secular e cristã, como você poderá facilmente verificar por uma pesquisa no YouTube.
O nome “Academia em Debate” significa simplesmente que vamos conversar sobre temas que estão sendo debatidos na academia. O formato do programa sempre foi o de apresentar pontos de vista mediante o sistema de perguntas e respostas a pessoas convidadas, e não promover um programa com dois debatedores de posições opostas. O debate que queremos gerar é este que está acontecendo agora. Você publicou uma resposta pensada, respeitosa e estudada, o que dificilmente aconteceria num confronto de 30 minutos. Agora, os que estão clamando por “debate,” podem ler sua resposta e tirar suas próprias conclusões.
É assim que o debate acadêmico se processa, e não pela “briga de galos” em público, que acaba gerando mais calor do que luz e serve para satisfazer ao desejo de muitos que estão mais interessados na competição dos intelectos do que na consecução da verdade.
Dito isto, passo ao conteúdo de sua “Carta Aberta”. Qualquer pessoa que assistiu ao programa e leu sua carta com atenção verificará a concordância em muitos pontos: a sustentação das Escrituras como a Palavra de Deus, o desejo de obedecer ao Evangelho, a consciência de que cuidar dos pobres e promover a justiça faz parte do Evangelho, entre outros. Os pontos de controvérsia são relacionados ao referencial teórico da TMI e sua relação com a Teologia da Libertação – por sinal, você não tocou na “Carta Aberta” na questão do uso do marxismo, sim ou não, pela TMI, que é uma das críticas mais feitas ao movimento. Eu sei que numa “Carta Aberta” que visa responder rapidamente a uma situação, não houve tempo para dar uma resposta a estas indagações, especialmente àquela da relação da TMI com o marxismo. Quem sabe você escreverá sobre isto mais adiante.
O debate continua, de forma educada e acadêmica. Veja, por exemplo, o que escreveu Filipe Fontes e o Jonas Madureira em atenção à sua respeitosa "Carta Aberta":
Filipe Fontes: http://goo.gl/D6mOrd Jonas Madureira: http://goo.gl/cBntGs
Numa nota final, para mim “o Evangelho todo para o homem todo” encontra uma de suas melhores expressões na cosmovisão reformada, refletida nas conhecidas palavras de Abraham Kuyper, primeiro ministro da Holanda e pastor reformado, “Não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: ‘É meu!’” Os seguidores desta linha abriram universidades, hospitais, escolas, abrigos e orfanatos, e se engajaram nas artes, ciência e academia – o “homem todo”, muito antes do surgimento da TMI.
Termino. Mais uma vez, obrigado pela resposta tranquila e que atendeu ao objetivo do programa, que é gerar debate acadêmico de bom nível.
Desejo-lhe um dia abençoado. Em Cristo,
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