Texto: Êxodo 15.23-27
A Bíblia diz que “então chegaram a Mara”.
Os israelitas haviam saído do Egito sob a mão forte do Senhor e vivenciado o grande milagre da passagem pelo mar vermelho. Estavam sofrendo numa terra estranha e escravizado pelo rei daquela terra; imploravam por libertação, e Deus, com sua misericórdia, atendeu ao clamor daquele povo.
Moisés, foi chamado pelo Senhor para ser o protagonista da libertação. E depois de tantas tentativas frustradas junto à faraó, Deus aplica o golpe final: eliminar todos os primogênitos daquela terra que estivessem nas casas onde não havia o sangue aspergido nos umbrais das portas.
Após isso faraó decide então deixar o povo de Deus ir embora para adorar ao seu Senhor. Depois que os israelitas saíram, o coração de faraó endurecesse novamente e decidiram ir atrás do povo de Deus, o que ocasionou a sua própria morte e de todos os seus, sob as águas do grande mar vermelho.
O caminho escolhido pelo Senhor para conduzir o povo não tinha sido o mais perto e conveniente, mas Deus preferiu conduzir o povo pelo deserto à rodear o mar vermelho.
Deus nem sempre conduz o seu povo pelas melhores circunstâncias, mas o fortalece proporcionando uma caminha longa e cheia de obstáculos a fim de os provar.
Por fim, chegam então à um lugar chamado Mara. Este lugar possuía um grande reservatório de água, porém a água ali era imprópria para beber. Muito salobra e não potável, literalmente amarga.
Algumas vezes, após uma longa caminhada, após vivenciarmos um grande milagre, nos encontramos em um deserto árido e quando parece que encontramos uma esperança, nossa alegria desvanece rapidamente ao notarmos que tudo é amargura.
O termo usado é o mesmo usado por Noemi (Rt 1.20) e Jó (Jó 27.2). O povo já estava vivendo em amargura no Egito (Ex 1.14), e agora que pensavam que haviam escapado da amargura, se deparam com uma grande falsa esperança, águas amargas de Mara.
Quantos de nós não estamos vivendo em amargura, uma vida amarga, cheia de decepção, como diz Provérbio 14.10: “o coração conhece a sua própria amargura”. Esta amargura é descrita por Jó como “veneno da serpente” (Jó 20.14).
Murmuraram, então, contra Moisés: ”que havemos de beber?”. Aqui encontro duas reflexões importantes para nossas vidas:
1 Murmurar diante dos problemas: O povo estava em um estado tão grande de depravação mental, devido à tanto tempo como escravos, sofrendo opressão, que não tinham firmeza de caráter. É sinal de pessoas descontentes, que traduzem sua insatisfação caluniando baixinho. É o que está referido no jantar em Betânia (Marcos 14.4), onde Cristo recebe a adoração de uma mulher que ofereceu à Ele todo o seu nardo puro.
A falta de caráter, o descontentamento caluniador e a inveja são o grande alimento da murmuração. Mas devemos aprender que ao invés de murmurar diante dos problemas, devemos adorar, mesmo porque Deus não está preocupado com a prova que estais passando, mas sim a maneira em como você passa por esta prova.
2 Contra o homem de Deus: Murmurar já é algo mal, agora murmurar contra aquele que foi chamado por Deus, agrava ainda mais a maldição sobre si. Em Números 14, o povo estava murmurando contra Moisés e Arão, e isso soou tão mal aos ouvidos do Senhor, que para Ele foi como “provocação” (v.11), e desejou colocar pestes e ferir o povo por causa desta murmuração.
2 Contra o homem de Deus: Murmurar já é algo mal, agora murmurar contra aquele que foi chamado por Deus, agrava ainda mais a maldição sobre si. Em Números 14, o povo estava murmurando contra Moisés e Arão, e isso soou tão mal aos ouvidos do Senhor, que para Ele foi como “provocação” (v.11), e desejou colocar pestes e ferir o povo por causa desta murmuração.
Quem murmura não entra na terra prometida, e ai daqueles que tocam no ungido do Senhor (Salmo 105.15). Ao invés de murmurar contra o homem de Deus, abrace a causa com ele, esteja com ele.
Qual era então a murmuração: “Que havemos de beber?”.
Qual era então a murmuração: “Que havemos de beber?”.
Talvez esta seria uma das mais importantes perguntas do AT. Visto que o povo estava em êxtase pela libertação, pela nova experiência da liberdade, e se deparam diante de um grande problema como este, ou seja, três dias sem tomar água, e quando ainda encontra água, a mesma é amarga, a pergunta expressa o que está no coração deste povo.
Moisés fez o que é certo fazer: “clamou ao Senhor”.
Como é maravilhoso quando clamamos ao Senhor em meio às tribulações, decepções, pressões e afrontas, Deus nos revela coisas tremendas.
O Senhor revelou à Moisés uma árvore, sim, uma árvore. Diante disso, nós ficamos muitas vezes perplexos com as respostas de Deus. Esperamos as respostas mais grandiosas e esplêndidas, e quando percebemos, ele nos mostra apenas uma árvore.
Deus ordena a Moisés que pegue esta árvore e lance nas águas amargas. E ao fazer isso, todos perceberam que a água amarga, se torna doce. Dizem os targuns que antes de Moisés tomar da árvore e lançá-la nas águas amargas, o nome de Iavé foi gravado na mesma.
O Dr.Shaw, doutor em teologia, diz que após este milagre, as águas de Mara tornaram ao seu status normal, ou seja, amargas. A ocasião proporcionou o milagre, mas milagre não é constante, é apenas para aquela ocasião.
Ao me deparar com este texto, fico a imaginar o quanto a vida cristã é parecida com tudo isso que falamos até agora. Vivemos, mesmo depois da conversão, momentos de amargura. São frustrações ministeriais, são decepções familiares, são derrotas arrasadoras, que nos levam a viver amarguras em nossa vida.
E muitas vezes culpamos a tudo e a todos, murmurando e recuando em nossos compromissos na casa do Senhor. E quando chegamos neste ponto, fazemos a mesma pergunta que fizeram os israelitas: ”Que havemos de beber?”, ou seja, onde encontro solução para o meu problema, onde encontro as respostas para minhas indagações? Ao ficar com esta pergunta em minha mente, fiz como Moisés, clamei à Deus por uma resposta, a qual o Senhor me respondeu:
O Lenho é a cruz, madeira preciosa. O Lenho é encontrado apenas uma vez na Bíblia inteira, e não se acha mais. A relação mais próxima do lenho na Bíblia, é a lenha do holocausto de Isaque (Gn 22); Nesta ocasião, Isaque faz uma outra pergunta: “Onde está o cordeiro?“. Nisso entendo que a pergunta dos israelitas no deserto e a pergunta de Isaque no monte Moriá se referem à mesma pessoa: Jesus.
Jesus é água e o cordeiro: A pergunta de Isaque pode ser respondida por João Batista (João 1.29); A pergunta dos israelitas foi respondida pelo próprio cordeiro: “Aquele que tem sede, venha a mim e beba!“ (João 7.37)
Se você está passando por vales e pedregais em tua vida, se tudo se transformou em amargura, lembre-se de que tudo se torna doce ao olharmos para a Cruz de Cristo, aplicarmos a Cruz de Cristo, pois lá toda maldição que estava sobre nós foi cravada.
O lenho que transforma
by Pastor Daniel Cochoni
O lenho que transforma
by Pastor Daniel Cochoni
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu irmão, paz do Senhor. Obrigado por compartilhar de nosso estudo. Sinta-se a vontade.
ResponderExcluirAmém pastor!
ExcluirFaçamos a obra do SENHOR enquanto é dia, pois a noite se aproxima!
Maranata!