Enfim, o mundo está novamente polarizado!
Sem dialética hegeliana (Tese X Antítese), não pode haver a Síntese da Nova Ordem Mundial!
Em um discurso no parlamento australiano, o primeiro-ministro britânico David Cameron alertou a Rússia de que poderá sofrer mais sanções caso não se comprometa a resolver a crise ucraniana.
Cameron, como seu homólogo australiano Tony Abbott, utilizou palavras fortes contra o presidente russo Vladimir Putin, que chegou nesta sexta-feira a Brisbane. "A Rússia se comporta como um grande Estado que agride os pequenos Estados na Europa", afirmou o chefe de governo britânico.
Abbott denunciou o incremento das atividades militares russas em todas as frentes, e citou a presença de vários navios da marinha russa no norte da costa australiana.
"A agressão à Ucrânia, aviões militares no espaço aéreo do Japão e de países europeus, e agora a presença de sua força naval no Pacífico Sul demonstram que a Rússia está mais segura de si agora do que esteve há muito tempo", disse Abbott.
"A Rússia seria muito mais atraente se desejasse ser uma superpotência pela paz, pela liberdade e pela prosperidade, em vez de tentar recriar a glória perdida do czarismo ou da União Soviética", acrescentou.
A OTAN confirmou nesta semana as denúncias de Kiev de que a Rússia deslocou tropas e armamentos para regiões do leste da Ucrânia, controladas por rebeldes pró-russos, o que Moscou nega.
Por outro lado, Moscou disse nesta sexta-feira que a França tem até o fim de novembro para entregar o primeiro navio de guerra Mistral à Rússia, caso não queira sofrer "sérias" medidas compensatórias.
Este tema, muito sensível, será tratado em uma reunião bilateral no sábado em Brisbane entre Putin e o presidente francês François Hollande.
Os navios de guerra Mistral foram encomendados pela Rússia à França em junho de 2011, e foi assinado um contrato por 1,2 milhão de euros. Os navios deveriam ser entregues agora, mas Hollande informou no dia 4 de setembro que a entrega dependeria de uma solução política à crise na Ucrânia.
Por outro lado, Putin anunciou antes de viajar à Austrália que terá uma reunião bilateral em Brisbane com a chanceler alemã Angela Merkel.
Em uma entrevista concedida à agência oficial Tass divulgada nesta sexta-feira, Putin também expressou sua oposição à formação de "novos blocos" dentro do G20, que oponha os países ocidentais aos países emergentes. "Isso não é construtivo e seria nocivo à economia mundial", opinou.
Em todo caso, a crise ucraniana e a controvérsia em torno dos navios de guerra Mistral podem pesar nos debates do G20, um foro habitualmente centrado em temas econômicos, e cujos integrantes acumulam 85% da riqueza mundial.
A tensão se eleva no foro, devido à deterioração das relações entre o país organizador, Austrália, e a Rússia, depois da queda em julho do avião da Malaysia Airlines (voo MH17) sobre uma área controlada pelos rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia, causando a morte de seus 298 ocupantes, 38 deles australianos.
Abbot, em uma dura declaração, exigiu que Putin faça sua mea culpa. Segundo a Ucrânia e os ocidentais, o avião foi derrubado por um míssil fornecido pela Rússia, o que Moscou desmente. A Rússia culpa as tropas regulares de Kiev pela tragédia.
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