Freiras pedófilas abusavam de meninas em orfanato de Dublin

Nos idos dos anos 60, sem ter amparo familiar, Irene foi enviada para um orfanato católico em Dublin, Irlanda, de crianças de 6 a 11 anos de idade.

Ela se lembra de sua passagem por lá como estivesse tido no inferno.

“Quando cheguei ao orfanato, vi a crueldade além do que poderia imaginar”, disse ela à BBC.
Em seu primeiro dia no orfanato, Irene já percebeu a truculência das freiras.

Ela sentiu náuseas ao comer um prato de aveia de flocos grandes e vomitou. Uma freira lhe deu um tapa na cabeça e mandou: “Coma tudo!”.

Mas Irene ainda não sabia que a truculência iria além, muito além, porque não demorou para que fosse abusada sexualmente pelas freiras.

Ela descobriu, então, que todas as crianças ali sofriam abuso. O orfanato era uma espécie de estoque de crianças para freiras pedófilas, sexualmente desvirtuadas, taradas. Mas elas, obviamente, não deixavam de rezar e obrigavam as crianças a assistirem à missa.

O desespero da menina chegou a tanto, que um dia ela enfiou os dedos em uma tomada elétrica, para que fosse eletrocutada, mas apenas desmaiou.

Ao despertar em sua cama, um médico lhe perguntou por que fizera aquilo. Antes que Irene pudesse explicar, uma freira disse: ‘Eu disse: essa menina é um diabo. O diabo está nela’.

“Irene” é um pseudônimo criado para poupar a sobrevivente do orfanato de constrangimentos.

Ela declarou à BBC que a Igreja Católica deveria ter vergonha por ter permitido que as crianças do orfanato de Dublin se tornassem vítimas de pedófilas. "Eles [as freiras] destruíram a vida de muitas gerações de crianças.”

Em 1999, começaram a surgir na Irlanda denúncias sobre abusos em escolas, orfanatos e instituições dirigidas por freiras, padres e outros integrantes da Igreja Católica.

Em 2014, as denúncias chegaram a 16.626. A Igreja teve de pagar indenização para 15.527 casos, a um custo de US$ 215 milhões.

E as denúncias continuam.

Com informação da BBC World.