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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Guerra é um inferno: Mais de 20 pessoas morrem de fome em cidade sitiada na Síria

Imagem chocante mostra jovem desnutrido por falta de alimentos em Madaya, na Síria (Foto: Local Revolutionary Council in Madaya/AP)

Nações Unidas alertaram que 40 mil pessoas precisam de ajuda imediata.
Síria permitiu que agências da ONU enviem ajuda para a cidade de Madaya.


Vinte e três pessoas morreram de fome na cidade síria de Madaya, sitiada pelas tropas de Bashar al-Assad desde 1º de dezembro, anunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). A ONU se prepara para entregar ajuda humanitária à cidade, depois que governo sírio deu permissão às agências das Nações Unidas, nesta quinta-feira, para distribuir ajuda para a cidade após notícias sobre mortes de civis por inanição.

As Nações Unidas alertaram que 40 mil pessoas – metade delas crianças – precisam de
assistência imediata.

Um porta-voz da ONG disse à agência EFE que um hospital da cidade está atendendo 250 casos graves de desnutrição aguda. O coordenador regional de Comunicações da MSF, Sam Taylor, disse por telefone à agência que "a situação médica é extremamente complicada" nesta cidade.

"Os 250 casos graves de desnutrição precisam ser evacuados imediatamente", advertiu o porta-voz humanitário.

Taylor denunciou que também há feridos por disparos quando tentavam escapar do cerco que não puderam ser tratados de forma adequada, devido à falta de equipamento sanitário e de remédios.

Falta de alimentos
 A MSF registrou 23 mortes por falta de alimentos, dos quais seis tinham menos de um ano, e cinco mais de 60. A ONG informou que as mortes ocorreram no centro de saúde local, que colabora com os Médicos Sem Fronteiras, informou a France Presse.

Outras 13 pessoas que tentaram fugir em busca de alimento morreram depois de pisarem em minas que rodeiam a cidade ou por disparos de franco-atiradores, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Há relatos de moradores comendo grama e terra para passar a fome.

"Este é um exemplo claro das consequências da utilização do cerco como uma estratégia militar", afirmou Brice de le Vingne, diretor de operações da MSF em um comunicado.

Ele acrescentou que os médicos foram obrigados a alimentar as crianças com soros médicos por ser a única fonte disponível de açúcar e energia.

Prisão a céu aberto
 A cidade foi descrita como uma prisão a céu aberto. "Não há nenhuma maneira de entrar ou sair, simplesmente morrer".

A MSF saudou a decisão de permitir a entrada de alimentos, mas lembrou que "a entrada imediata de medicamentos essenciais também deve ser uma prioridade".

Em Genebra, as agências da ONU anunciaram que nos próximos dias um comboio humanitário chegará a Madaya. "A situação é terrível", declarou o porta-voz do escritório de direitos Humanos Rupert Colville.

Fonte: 
France Presse

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