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sábado, 23 de junho de 2018

Cristianismo em Três Níveis

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Qual é a sua relação com o cristianismo? Você o estuda, pratica ou vive? Talvez faça as três coisas ou duas delas ou apenas uma. Refiro-me às dimensões do conhecimento, da religiosidade e da espiritualidade.

O nível da letra

O principal objeto material do cristianismo é um livro: a bíblia. Sendo assim, ele é passível de leitura, estudo, análise e interpretação, produzindo valioso conhecimento. Entretanto, este nível ainda não é o cristianismo propriamente dito, senão apenas a teoria a seu respeito. É muito comum que se conheça um livro sem conhecer o autor. Alguém pode estudar e
conhecer muito bem a fórmula do chocolate, mas fabricá-lo é outra coisa e comê-lo seria uma terceira.

O conhecimento teórico é importante, mas não pode ser tratado e valorizado como um fim em si mesmo. Por outro lado, a produção (que requer o conhecimento) pode ocorrer apenas para o benefício alheio ou até para a perda. O consumo é o que proporcionará acesso ao sabor e à nutrição.

O nível da religiosidade


A fé muitas vezes se manifesta através de orações, jejuns, cânticos, ofertas e pregações, mas tudo isso pode ser feito sem fé. Logo, essas ações não são a espiritualidade em si. A prática religiosa não deve ser confundida com a vida cristã. É possível fazer sem ser ou ainda ser sem fazer, embora este último caso seja menos provável.

O que quero dizer é que, embora uma árvore seja reconhecida pelos seus frutos, a ausência dos mesmos não significa que ela tenha deixado de ser uma árvore frutífera ou que esteja morta.

O excesso de atividade ou obra não é prova de espiritualidade. Existem movimentos mecânicos que imitam a vida, mas não a possuem, ao mesmo tempo em que um ser vivo pode estar inativo. Não pretendo incentivar a inércia, mas apenas fazer diferença entre esses elementos.

A verdadeira espiritualidade

A experiência espiritual legítima é o real contato com Deus, o qual produz, invariavelmente, efeitos na vida do indivíduo.

É mais que conhecimento teórico, embora não o desvalorize. Está acima da prática religiosa, mas não a destrói. É também o firme compromisso com Cristo, que repercute em todos os aspectos da vida.

A religiosidade nos ocupa em certos dias e horários, mas a verdadeira espiritualidade é um modo de vida com o propósito de agradar a Deus. A religião nos dá rótulos. A espiritualidade nos dá conteúdo. 

Em João 3, temos o exemplo de Nicodemos, um homem conhecedor da letra e praticante da religião. Em João 4, lemos sobre a mulher samaritana, uma religiosa com vida irregular. 

A proposta de Jesus para ambos foi no sentido de conduzi-los à verdadeira espiritualidade. A prática religiosa é trabalho e nos faz sentir como servos de Deus. Isso é bom, mas a espiritualidade nos identifica como filhos que conhecem o Pai e vivem para agradá-lo.

Autor: Pr. Anísio Renato de Andrade 
Divulgação: Estudos Gospel

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