“Saiam e vão embora agora” é a mensagem que importantes lideranças hindus estão enviando aos cristãos em toda a Índia. Eles são nacionalistas que consideram o cristianismo uma religião “estrangeira”.
De acordo com a missão Portas Abertas, um movimento liderado por Om Swami Maharaj acusa os cristãos de promover “terrorismo”. Em um vídeo que circula nas redes sociais do país, ele afirma que serão expulsos à força.
“A acusação de terrorismo é infundada”, diz David Curry, da Portas Abertas, “o que eles estão defendendo é que o comportamento ‘não-hindu’ é ‘anti-hindu’ e, portanto, ‘anti-indiano’. Se vai contra seu ideal de estado, então é terrorismo”.
Conforme lembra Curry, há 65 milhões de cristãos na Índia. “Eles são uma parte importante da comunidade; fazem muitas obras sociais e acrescentam muito à sociedade”, destaca.
Na verdade, esse tipo de movimento não é novo. Trata-se apenas da consolidação do que vem ocorrendo numa onda de perseguição contra os cristãos que ocorre em território indiano desde 2014. No ranking de perseguição da Portas Abertas, o país subiu do 25º para o 11º nos últimos três anos.
“Este é um movimento político, liderado pelo presidente Modi e sua equipe, que está tentando usar o nacionalismo para eliminar seus inimigos religiosos”, analisa Curry. “Eles veem os cristãos como inimigos de sua agenda política.”
A missão Portas Abertas pede orações pela situação na Índia, que tende a piorar.
Movimento político
Richard James, porta-voz do Rashtriya Isai Mahasangh, grupo que reúne várias denominações cristãs disse que as autoridades não fazem nada porque, na verdade, apoiam esse discurso.
“Esse tipo de exibição pública de ódio contra qualquer grupo religioso ou líder não seria permitido em uma sociedade civilizada”, lamenta James.
De acordo com o bispo Theodore Mascarenhas, secretário-geral da Conferência dos Bispos da Índia, o momento político por trás do vídeo pede o fim da “influência do papa” na Índia. Ele acredita que fica evidente que a ala nacionalista hindu do partido que está no poder se beneficia do discurso que questiona o “patriotismo” dos cristãos indianos.
A Conferência também lembra que em 2017 houve um aumento de 20% no número de ataques violentos contra cristãos na Índia. No ano passado, uma série de organizações hinduístas realizaram uma conferência nacional onde decretaram sua intenção de tornar o país uma nação totalmente hindu até 2023.
O líder do partido Vishwa Hindu Parishad (VHP), Sadhvi Saraswati, conclamou os hindus a pegarem em armas para proteger sua fé, acrescentando que os cristãos e os muçulmanos que não se converterem deveriam sair do país. Ele reclamou que os cidadãos indianos se esqueceram que a sua “constituição foi escrita [pelos deuses] Ram e Krishna”.
Phonte: Gospel Prime
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