A origem do ser humano dentro da teologia judaico-cristã é explicada em Gênesis, quando Deus criou Adão à Sua Imagem e Semelhança, no Dia 6 da criação do mundo. Essa afirmação bastava para se entender a origem do homem.
No entanto, conforme novos estudos científicos foram aparecendo, foi necessário analisar melhor esta questão, porém, isto acabou gerando, por sua vez, a famosa e enfadonha controvérsia "criação versus evolução".
E assim, de um lado temos criacionistas alegando que o homem foi criado do pó da terra
diretamente, e por outro evolucionistas alegando que o mesmo foi fruto de uma evolução.
Esse dilema, porém, pode manter vivo um questionamento que vem sendo feito há séculos: Adão tinha ou não tinha umbigo?
Esta questão, levantada por Darwin ao final de seu livro "A Origem das Espécies", pairou sobre a cabeça dos teólogos durante a Idade Média e o Renascimento, no Ocidente, levando inclusive a intensos debates entre os bizantinos...
E por que esta questão existe? Porque o umbigo é a cicatriz resultante da queda natural do cordão umbilical do bebê. O cordão umbilical resultante do parto costuma cair entre uma a duas semanas após o nascimento, formando assim o umbigo no bebê. Ora, como o umbigo é um "rastro" de que o ser uma vez já foi um feto, como considerar essa questão? Adão tinha ou não um umbigo?
No âmbito do criacionismo tradicional, onde se crê que a fornação do pó ao homem foi imediatista e puramente sobrenatural, sem ter havido evolução nenhuma, Adão jamais teria sido feto, pois fora criado já adulto. Por isso, há duas possíveis versões:
1º - Deus, tendo criado Adão já adulto, não teria achado necessário colocar nele um umbigo, pois ele não havia sido gerado a partir do útero de uma mulher.
2º - Como Deus criou um ser perfeito, mesmo sendo já adulto, Adão foi feito com umbigo, igual aos demais homens e mulheres que ele teria deixado como descendentes.
Já o evolucionismo não acredita na existência do Adão Bíblico. Porém, há evolucionistas teístas e criacionistas progressistas que consideram algum tipo de evolução biológica que teria resultado no Adão da Bíblia.
Por esta visão, é certo que Adão tinha um umbigo, pois mesmo que tenha sido o primeiro homem propriamente dito, decorrente da evolução dos hominídeos, ele teria sido gerado dentro do útero de uma progenitora, sendo necessária para a sua gestação a alimentação através do cordão umbilical. Com o corte deste cordão após o nascimento, resultaria o umbigo!
Apesar da existência ou não do umbigo de Adão ser uma discussão cujo resultado é estéril, sabemos que ela gerou algumas controvérsias curiosas durante a Idade Média e o Renascimento, principalmente na arte.
Os pintores que retratavam as cenas do Éden se viam frente a uma questão que não se podia ignorar: representar Adão com ou sem umbigo?
Alguns pintores usavam como recurso, para "fugir" da resposta insolúvel, a pintura de folhas grandes na região pélvica de Adão, que além de esconder seus órgãos genitais, tapava também o local onde presumivelmente se localizava o umbigo, mais ou menos como se costuma representar Eva nas pinturas.
O teólogo John MacArthur afirma que Michelangelo, ao pintar seu mais famoso afresco na capela Sistina, "A Criação de Adão" (figura do topo da página), teria dado um umbigo enorme a Adão, o que lhe valeu observações repressivas por parte de alguns teólogos da época.
Esta questão da existência ou não do umbigo de Adão, porém, serve em nossos dias para mostrar o quanto é também conflituosa a explicação da origem do homem frente às duas principais teses explicativas sobre este fato, o criacionismo e o evolucionismo.
O debate confrontando fé e ciência pode não gerar respostas absolutas, mas pode ampliar a reflexão e aprofundar nossos conhecimentos sobre a vida e a forma que a desenvolvemos no mundo...
Phonte: Brasil Escola
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